16 de set. de 2015

Brutallian - Blow on the Eye (CD)

2015 - Voice Music - Nacional

Nota 9,0/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


"Nunca julgue um disco por sua capa" é um ditado bem antigo. E há momentos em que realmente somos enganados pela capa, pois acabamos julgando previamente a música de uma banda sem nem ao menos lhe dar uma chance. Sim, isso acontece com relativa freqüência, e bons nomes como o BRUTALLIAN acabam ficando ocultos. A capa de "Blow on the Eye" é dessas.

Ao vermos a capa, imaginamos uma banda de Thrash Metal ou algo tão agressivo quanto, mas ao ouvirmos o trabalho deste quarteto de São Luiz do Maranhão (que já nos deu bandas ótimas como PÚRPURA INK, JACKDEVIL, FÚRIA LOUCA, entre outros), vemos que é uma banda de Heavy Metal tradicional com aquela pegada mais moderna e agressiva à lá JUDAS PRIEST da era "Painkiller". Só que no caso do grupo, eles realmente possuem um ranço Thrash Metal (como se percebe em vários andamentos, e em alguns riffs), mas bem moldado com a melodia do Metal tradicional e mesmo alguns toques de Hard Rock aqui e ali. E é ótimo, pois nos fascina desde o primeiro momento.

Brutallian
A produção Felipe Hyili e Hugão Away (guitarrista do FÚRIA LOUCA) deu um peso extra à banda, usando de bons timbres em cada instrumento, deixando tudo claro e audível na medida certa. E apesar da capa nos enganar, ela é bem feita, e com o encarte com boa apresentação em todos os aspectos.

Acredito que a banda não teve a pretensão de serem reis do Metal nacional ou algum tipo de referência para qualquer movimento, pois seu trabalho é bem despretensioso, nada polido excessivamente. Mas é justamente isso que torna o trabalho deles tão bom, e tão cheio de personalidade. E ainda temos que o próprio Felipe fazendo algumas guitarras, além de Henrique Sugmyama (vocalista do FÚRIA LOUCA), Hugão e Pablo Barros como convidados. Ou seja: aparentemente, o radicalismo infantil do Sudoeste e outros pontos do Brasil não chegou por lá. Ainda bem.

O disco é bom como um todo, e vemos que a banda tem muito a nos dar ainda.

Após a introdução "A Prelude to Aggression", temos a agressiva e raivosa "Blow on the Eye", um vigoroso e forte Metal tradicional com vocais à lá JUDAS PRIEST, ótimos backing vocals e andamento em velocidade mediano que nos empolgam, além de riffs bem intensos. Em "Black Karma", surge o lado mais agressivo da música do grupo, embora sempre com ótimas melodias, apresentando um trabalho muito bom de baixo e bateria, assim como vemos em "Primal Sigh". "Psycho Excuse" é uma curta baladinha de violão e voz bem introspectiva, quase uma introdução para "You Can’t Deny Hate", outra pancada raivosa e agressiva, com vocais muito bons preenchendo cada canto na devida medida. Em "Hell is Coming with Me", mesmo ainda cheia de agressividade, algum toque de melodias mais pegajosas já aparece. O lado mais pegajoso dá as caras de vez em "I, the Scoundrel" e especialmente em "Pain Masterpiece", onde as guitarras mostram um lado mais acessível, mas que encaixa como uma luva no trabalho do grupo.

Enfim, mais uma ótima banda no cenário brasileiro que ousa em ser diferente, sem ser mais do mesmo.

Ponho fé.





Músicas:

01. A Prelude to Aggression
02. Blow on the Eye
03. Black Karma
04. Primal Sigh
05. Psycho Excuse
06. You Can’t Deny Hate
07. Hell is Coming tith Me
08. I, the Scoundrel
09. Pain Masterpiece


Banda:

Pablo Barros - Vocais
Rhodes Johnson - Guitarras
Fábio Matta - Baixo
Rayan Oliveira - Bateria


Contatos:

Youtube
Island Press (Assessoria de Imprensa)
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