2015 - Urubuz Records - Nacional
Nota 9,0/10,0
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
O sucesso pode, muitas vezes, levar uma banda ao conformismo. Sim, pois conforme o crescimento de um grupo atinge um nível satisfatório (em geral, quando os músicos conseguem viver de seu trabalho), a banda começa a não buscar mais reinventar aquilo que já fez. Não é perda de ousadia ou fazer mais do mesmo, mas um processo bem natural. Mas o HIBRIA, excelente quinteto de Porto Alegre (RS), nunca foi uma banda de mudar demais seu estilo (embora gostem de dar enfoques diferentes a cada lançamento), e em "Hibria", recém lançado pela Urubuz Records, percebe-se que a banda soube, mais uma vez, orientar seu trabalho para algo não muito convencional sem mudar suas características.
Dois anos após o sucesso do pesado e intenso "Silent Revenge", vemos em "Hibria" algo mais limpo, musicalmente acessível e lembrando um pouco os trabalhos de mais sucesso no Japão. Não que o estilo deles tenha mudado. Aquele Heavy/Power Metal de antes continua o mesmo, melodioso e com peso nas medidas certas, embora o approach técnico da banda esteja um pouco mais contido, ou seja, a banda preferiu focar seus esforços na música em si. Há técnica, mas como conseqüência, e não como motivação. Ótimos refrões (uma das especialidades do grupo), riffs e solos precisos, base rítmica diversificada, vocais excelentes, ou seja, sem se reinventar, mas apenas buscando algo mais polido e melodioso.
Hibria |
O HIBRIA se destaca por saber fazer belos arranjos musicais, sempre com bom gosto, e agora, mesmo com o lado pesado de sua música ainda evidente, vemos que a banda focou mesmo em uma maior acessibilidade musical. Só não confundam quando falo em "acessibilidade musical" com os gritos de "vendidos" que alguns de cérebro mofado vão gritar. Sinto muito, mas não estamos mais nos anos 80. E isso sem falar na presença de saxofones, trompetes e teclados.
Melhores momentos: "Pain" (uma faixa de abertura típica, com peso e boa dose de adrenalina, boas mudanças de ritmo e focada bastante no ótimo trabalho das guitarras), a pegajosa e intensa "Tightrope" (uma das faixas mais acessíveis do CD, com excelente refrão, um trabalho fantástico de baixo e bateria, e mais uma vez, vocalizações ótimas), a semi-balada "Life" (belos arranjos de teclados, guitarras bem pesadas e uma interpretação perfeita dos vocais), a moderna "Legacy" (uma das mais pesadas, com a bateria e o baixo mostrando as garras), "Ashamed" e seu contraste perfeito entre momentos mais agressivos e outros mais melodiosos, e "Fame" e sua levada que mixa peso e melodia em momentos bem soturnos e introspectivos (quase que remetendo ao que foi feito em "Silent Revenge").
Mais um ótimo trabalho do quinteto, que mostra que sua carreira tende a ser longa, vitoriosa e que sairá ganhando somos nós.
Músicas:
01. Pain
02. Abyss
03. Tightrope
04. Life
05. Ghosts
06. Legacy
07. Ashamed
08. Church
09. Fame
10. Words
11. Abyss (Versão karaokê)
Banda:
Iuri Sanson – Vocal
Abel Camargo – Guitarra
Renato Osório – Guitarra
Benhur Lima – Baixo
Eduardo Baldo – Bateria
Contatos:
Metal Media (Assessoria de Imprensa)