22 de jul. de 2015

Embrio – Déjà Vu (CD)

2015 – Independente – Nacional 
Nota 9,5/10,0

Por Marcos “Big Daddy” Garcia


E eis que o quarteto mais furioso e abrasivo das terras de Cascavel (PR) está de volta à carga, esbanjando agressividade e bom gosto com seu Thrash Metal moderno. 

Sim, o EMBRIO retorna mais uma vez, com seu novo e ótimo disco, “Déjà Vu”, em comemoração aos dez anos de carreira do grupo.

O quarteto trilha os caminhos do Thrash Metal moderno, ou seja, pesado e agressivo de causar dores nos tímpanos e dentes dos menos acostumados. É algo com o “groove” do PANTERA e SEPULTURA (da fase “Chaos A.D.”), mais a agressividade de bandas como SLAYER, e buscando canções mais cadenciadas e azedas, evidenciando o lado mais bruto e agressivo da banda. Mas ao mesmo tempo, melodias muito bem feitas estruturam o som de forma compacta, massiva e forte. E isso nos dá a noção clara de uma banda que sabe ser agressiva, mas com requinte, e bom nível técnico em cada um dos instrumentos. Os vocais de Emerson são ótimos, usando timbres agressivos e fortes, mas sem serem urros desconexos (pelo contrário, pois a dicção é clara); riffs absurdamente pesados e fortes, entremeados por solos caprichados (mostrando que Emerson e Andy sabem o que fazem nas seis cordas); e uma base rítmica intensa, com baixo (Daniel) e bateria (Lucas) mostrando peso e técnica nas medidas certas. E o resultado, meus caros, é algo muito agressivo e agradável.

Embrio
A produção de Emerson, em conjunto com Andy, e digamos que eles acertaram a mão: o CD tem uma qualidade sonora pesada e raçuda, com ótimos timbres e tudo nos devidos lugares, sem exageros nos volumes. Mas ao mesmo tempo, a mixagem e masterização deixaram tudo claro e audível, nos permitindo compreender o que grupo faz e o que quer de sua música. E arte, meus caros, é de qualidade, mas sinistra ao ponto de dar medo nos menos acostumados, especialmente naqueles sujeitos leite com pera que se acham anos 80 por usarem coletes com mil patches e bottons.

O EMBRIO conseguiu dar um passo adiante, mantendo a mesma personalidade que sempre apresentou, apenas sabendo se renovar dentro dos limites que eles mesmos se impuseram. Arranjos bem encaixados e perfeitos, dinâmica musical muito interessante, o que ajuda devido à duração média das faixas ser de três minutos e meio, e podemos aferir que “Déjà Vu” é o trabalho mais bem feito da banda até os dias de hoje.

Enemy Inside – Uma música azeda, cadenciada e pesada de doer os tímpanos, com belos riffs e vocais perfeitamente entrosados, fora a base rítmica estar fantástica.

Announcement... The Sad Truth – Outra com peso na medida, já não tão cadenciada assim, com belos grooves nos andamentos (que são empolgantes) e um solo inspirado. 

Liberty Strong – Se você música de fones, cuidado com essa. Os riffs são sinuosos, mas a força e técnica da base rítmica são surpreendentes, em mais uma canção empolgante demais.

Still Alive – Definitivamente, a capacidade desses caras de compor riffs pesados e envolventes é assustadora, pois no meio desse peso abrasivo e cadenciado, onde a bateria mostra um trabalho fantástico, as guitarras são incríveis!

United by Hatred – Uma faixa intensa, cheia de variações rítmicas, mas muito bem trabalhada em termos instrumentais, mas com destaque para vocais e baixo.

Forget What You Know – Um pouquinho mais veloz que as anteriores, mas uma paulada de doer os dentes, devido à dinâmica entre os riffs (que mudam bastante).

Garganta Cortada – Uma faixa instrumental, mas uma típica canção onde o groove do Southern Rock/Metal de bandas como PANTERA e DOWN encontram-se com o Thrash Metal moderno, bastando ver os riffs e solos (onde o uso providencial de um “wah-wah” em alguns momentos reforça esse feeling sulista Norte-Americano).

Chains of Fate – Aqui, quebrando um pouco o clima do disco, temos uma faixa mais veloz (apesar de alguns momentos mais cadenciados), empolgante e raivosa, que transborda energia, onde a dupla de guitarras rouba a cena nos riffs.

Imperium – Essa é para bater cabeça, com um andamento em média velocidade, onde a base rítmica mostra entrosamento de cair o queixo, fora belos arranjos no baixo (que se destaca bastante aqui).

Open Fire – Aqui, vemos alguns toques de modernidade groove à lá SEPULTURA na bateria, mas sempre intenso e pesado, sem deixar de empolgar (uma contribuição dos vocais e guitarras). 

Voltaram com tudo, por cima, ditando regras e mostrando que são uma das melhores bandas do gênero no Brasil. E o CD é disponibilizado gratuitamente para todos, bastando clicarem aqui

O aniversário é deles, mas o presente é nosso.

E parabéns, EMBRIO, pois o Brasil precisa de bandas como vocês.


Músicas:

01. Enemy Inside 
02. Announcement... The Sad Truth 
03. Liberty Strong 
04. Still Alive 
05. United by Hatred 
06. Forget What You Know 
07. Garganta Cortada 
08. Chains of Fate 
09. Imperium 
10. Open Fire 


Banda

Emerson Pereira – Vocais, guitarras 
Andy Vieira – Guitarras 
Daniel Bé – Baixo 
Lucas Othavio – Bateria 


Contatos:

Heavy and Hell Press (Assessoria de Imprensa)
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