Nota 10,0/10,0
Tracklist:
01. Annihilation
02. Rebellious Vengeance
03. Steel Siege
04. Red Spikes
05. Unleash the Fire
06. Unborn Consecration
07. God of a Burned Land
08. Bringer of War
09. Defying the Plague
Banda:
Lohy Fabiano – Vocais, baixo
Fabiano Penna – Guitarras
Ronaldo Lima – Guitarras
Sandro Moreira – Bateria
Contatos:
Voltemos um pouco no tempo.
Por volta do final dos anos 90, o Metal extremo andava um pouco estagnado, em especial o Death Metal, que andava por um período severo de estiagem devido à popularidade do Black Metal entre 1994 e 1997, e depois a chegada do Metal melódico. Fora isso, bandas gigantescas andavam muito mal das pernas ou estavam fora da ativa, e faltavam nomes que pudessem dar seqüência ao gênero. E no Brasil, surgiram ou se consolidavam bandas que poderiam ser lideranças fortes dentro do gênero. Bandas que tinham sangue nos olhos e sede por mudanças nas regras, além de uma vontade enorme de mudar o cenário. E dois nomes merecem destaque: KRISIUN, que com sua música veloz e brutal, conquistou o exterior. Mas aos fãs de longa data, impossível esquecer o quarteto REBAELLIUN, que aliando peso, brutalidade e uma técnica fantástica, estava reescrevendo as regras do jogo, e após o histórico “Burn the Promised Land” de 1999, voltou à carga com o destruidor “Annihilation”, em 2001.
Na formação, uma mudança: Lohy Sandri entrou no lugar de Marcello Marzari, assumindo o baixo e os vocais. O resultado é mais que satisfatório, pois o timbre de Lohy de voz é um gutural forte e muito expressivo, sabendo usar muito bem urros mais rasgados. Adicionando a expressividade de Lohy vocais e sua precisão nas quatro cordas à força e técnica de Sandro Moreira nas baterias (que é um baterista muito veloz, mas dono de ótima técnica tanto nas conduções, viradas e mesmo nos bumbos), a cozinha do quarteto é algo absurdo. E sem falar que o dueto de guitarras de Fabiano Penna e Ronaldo Lima é insano, com bases muito pesadas, solos certeiros, e uma técnica muito pessoal de ambos. E a junção de tais elementos só poderia resultar em um Death Metal bruto e muito agressivo, mas com uma pegada mais técnica e refinada, além de muito feeling. Algo bem diferenciado para a época, e até hoje, inigualável.
Produzido, gravado e mixado por Andy Classen, mais a masterização de Rob Essers, o nível de qualidade sonora é bem elevado, com uma escolha ótima de timbres, deixando claras as notas, algo que no Death Metal não era usual nesta época. Mas se pensa que não é brutal, pode ir mudando de idéia: “Annihilation” é tão bruto em certos momentos que, se exagerar no volume dos fones, o ouvido vai ficar apitando por um bom tempo. E este que vos escreve sabe disso por experiência própria.
Rebaelliun |
Acordes sinistros de teclado introduzem a saraivada de riffs brutos que é “Annihilation”, os urros iniciais não deixam dúvidas que eles estavam com muita sede de chegar lá. Em seguida, a explosiva e mais trabalhada “Rebellious Vengeance”, outra aula de riffs intrincados, mas com Sandro mostrando um trabalho fantástico, pois as mudanças de ritmo são perfeitas. Outra golfada de pura opressão é ouvida em “Steel Siege”, que revisa um pouco o estilo delineado em “Burn the Promised Land”, especialmente devido ao trabalho ótimo de Penna e Ronaldo, esmerilhando nos riffs e solos. Em “Red Spikes”, Lohy mais uma vez se sobressai, usando uma variação de timbres ótima (sim, é possível usar vários timbres de gutural, mas para quem sabe. Lohy sabe, e como ele sabe!), fora alguns inserts melodiosos nos solos. “Unleash the Fire” é outra faixa que pode parecer mais tradicional da banda, mas existem nuances preciosas, arranjos de baixo e guitarras ótimos, fora os solos quebrarem a dinâmica da música, mas sem que seja algo abrupto. Mais veloz e maciça é “Unborn Consecration”, outra com nuances mais melodiosas nos solos, mas reparem como a bateria e o abaixo criam uma base rítmica forte e bem variada e os vocais se assentam perfeitamente. Mais uma vez, a bateria volta a se destacar em “God of a Burned Land”, ríspida e cheia de variações de andamento e viradas ótimas. Depois, o massacre continua com um dos hinos máximos da banda, “Bringer of War”, com uso e abuso de grandes arranjos de guitarras, e ua velocidade de saltar os olhos. E para encerrar o massacre, a veloz e abusivamente brutal “Defying the Plague”, com um trabalho ótimo dos vocais. E na versão nacional (hoje raríssima), ainda vinham de bônus as quatro faixas do EP "Bringer of War".
Uma banda de tanto, e um disco fantástico, uma obra-prima do Death Metal de nosso país. Uma pena que a banda encerra suas atividades em 2002, com tudo nas mãos. Óbvio que eles continuaram em seus projetos musicais, mas para a alegria de todos nós, no dia 03/06/2015, através de sua página pessoal no Facebook, eis que Fabiano Penna nos dá a grande notícia: o REBAELLIUN está de volta, se preparando para mais ataque maciço!
E nada melhor para comemorar a volta do que ouvir os discos da banda. E já que estão fora de catálogo, que tal os selos responsáveis fazerem uma prensagem nova de cada um?
O REBAELLIUN merece!
E nada melhor para comemorar a volta do que ouvir os discos da banda. E já que estão fora de catálogo, que tal os selos responsáveis fazerem uma prensagem nova de cada um?
O REBAELLIUN merece!
The Bringer of War is back, so AT WAR!!!!!