Independente
Nacional
2015
Nota: 9,0/10,0
Nota: 9,0/10,0
Músicas:
01. Last Greatest Hero
02. Monochromatic
03. New Age Messiah
04. Middle Finger Blues (Live Unplugged)
Banda:
M. Animal - Vocais, bateria
Arion Renée - Guitarras
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
Algumas bandas possuem um processo de evolução/mutação bem interessante. Elas começam de uma forma, com uma sonoridade razoavelmente bem definida, mas que devido a um “insight” experimental, a banda logo apresenta um trabalho um pouco diferente do anterior. Um dos exemplos mais interessantes é o THERION, que começou como uma banda de Death Metal até chegar aos moldes atuais. E os paranaenses do ANIMAL HOUSE seguem esta linha, como comprovamos em “Limbo”, seu novo trabalho.
Reduzido a uma dupla, a banda que antes tinha uma musicalidade um pouco mais voltada ao Heavy’n’Roll. Mas em “Limbo”, influências mais modernas se aglutinaram a musica do grupo, tornando-o ainda mais pesado e intenso. Óbvio que a melodia de antes ainda se encontra lá, bem como uma pegada empolgante, mas ganhou peso e intensidade, além de uma aura moderna. Os vocais que antes deixavam um pouco a desejar estão bem melhores, com timbres mais bem encaixados à proposta da banda, os riffs de guitarra estão pesados e mais agressivos que antes, mas sem perder a noção melódica (e os solos estão muito bem encaixados, mas nada exagerados), baixo e bateria com peso muito bons. E digamos de passagem: o nível de composição também melhorou bastante.
Animal House |
Tudo na banda deu uma melhorada, já que as composições ganharam uma boa dinâmica nos arranjos, evitando cair no ponto comum ou de cansarem nossos ouvidos. O amadurecimento lhes fez bem, e quem saiu ganhando foi o ouvinte.
Com a média de 3 minutos de duração, “Limbo” nos trás quatro boas composições. A ganchuda e instigante “Last Greatest Hero” ainda mantêm aquela pegada Hard’n’Heavy de antes, mas com a força e peso do Metal moderno, com bons arranjos de guitarra e uma bateria bem pesada. Já “Monochromatic” é mais pesada e técnica, soando bem moderna, esbarrando em gêneros como o Djent e o Progressive Metal em alguns momentos (a banda tem um caldeirão de influências, logo, não é algo de se estranhar), com muito peso na bateria e vocais bem encaixados, fora um solo melodioso providencial. Seguindo com a modernidade, temos a excelente “New Age Messiah”, com uma carga de peso bem abrasiva, mas novamente temos aquela levada empolgante das raízes da banda surgindo de forma espontânea, e mais uma vez, as guitarras se destacam bastante. E fechando, temos a acústica “Middle Finger Blues”, que mostra um jeitão Southern/Country delicioso, as raízes do Rock’n’Roll, e que não fica deslocado, mas que mostra o quanto o trabalho da dupla é espontâneo.
Um ótimo trabalho, e o ANIMAL HOUSE está pronto para vôos mais altos.