Nota 9,0/10,0
Por Marcos “Big Daddy” Garcia
Em tempos em que o Metal anda tendo problemas devido a atitudes paradoxais dentro do cenário mundial, com bandas que querem apenas fazer o que já foi exaurido (mas mesmo neste lado, existem aqueles que buscam ampliar o espectro musical com experimentalismos e novos “insights”), e outras que tentam novas fórmulas. Há o problema do preconceito contra tudo que é novo em nosso país, já que muitos se recusam a se atualizar em termos musicais. Mas isso não impede que alguns olhem para o futuro e caminhem em direção a ele. E ente estes, está o quinteto DOOMSDAY HYMN, vindo de Curitiba (PR), e mostrando força em “Mene Tequel Ufarsim”, seu primeiro álbum.
Esqueçam fórmulas ou mesmo conceitos. O quinteto mistura tudo que pode em uma música furiosa e abrasiva, com muito groove e sabendo usar de melodias fortes sob tanta agressividade. Óbvio que comparações simplórias com Metalcore e New Metal podem surgir em comentários simplórios, mas aconselharia prestar atenção na música como um todo, e verão que a presença de elementos de Deathcore, Thrash Metal, e mesmo desses estilos supracitados estão claros, mas a fusão é bem diferenciada. Vocais que oscilam entre o urrado e tons normais, guitarras em riffs criativos e solos bem feitos (que transpiram melodias), base rítmica pesada, técnica e bem feita, com doses enormes de técnica e peso (alguns riffs beiram o Djent). Sim, o grupo tem muito a oferecer musicalmente.
A produção de Karim Serri soube dar um bom nível de clareza e peso ao trabalho musical do quinteto. Aqueles famosos detalhes que fazem a diferença nas músicas estão claros e audíveis. E a arte de Guilherme Laso mostra um lado forte das letras do grupo.
Doomsday Hymn |
Dez composições furiosas compõem o CD, com um estilo bem delineado e original. “Mene Tequel Ufarsim” abre o CD de forma brutal, com riffs técnicos, baixo e bateria dando um peso opressivo absurdo. Em poderoso, vemos uma dinâmica musical ganchuda e envolvente, com vocais muito bons e mais um show da bateria. Melodias muito boas surgem no trabalho excelente das guitarras e baixo em “Levante e Viva”, uma faixa bem variada e forte. Outra canção bem ganchuda é “Guerreiro”, cheia de mudanças de andamento, feeling moderno e riffs melodiosos. Mais intensa e bruta é “Liberdade”, com base rítmica incessante e técnica, mas com intervenções de guitarras absurdas. Um pouco direta e raçuda é “Medos”, com andamento firme e empolgante, fazendo a presença de baixo e bateria se destacarem. Um ataque de guitarras ferozes com timbres que beiram do Death Metal é o que temos em “Recomeçar”, outra com presença marcante da cozinha rítmica. Em “Destruidor”, um clima denso e feroz se faz presente, com vocais absurdos e riffs técnicos. Uma pegada Thrash/Groove aparece aliada a levadas extremas em “Gigante”, pesada e intensa até os ossos. E fechando, temos “A Resposta”, cheia de mudanças rítmicas, momentos mais amenos e solos ótimos. E tudo isso em pouco mais de trinta minutos, sem deixar o ouvinte cansado ou entediado.
Mais um nome que aglutina valor à cena do Metal nacional, que veio para acrescentar.
Músicas:
01. Mene Tequel Ufarsim
02. Poderoso
03. Levante e Viva
04. Guerreiro
05. Liberdade
06. Medos
07. Recomeçar
08. Destruidor
09. Gigante
10. A Resposta
Banda:
Gil Lopes – Vocais
Angelo Torquetto – Guitarras
Karim Serri – Guitarras
Allan Pavani – Baixo
Jarlisson Jaty – Bateria
Contatos:
Lex Metalis (Assessoria de Imprensa)