9,5/10,0
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
O rebuscar do Rock do início dos 70 se tornou uma tendência forte após o surgimento do Grunge nos Estados Unidos no início dos anos 90. De lá para cá, muitos nomes, bons e/ou ruins, apareceram e sumiram. E obviamente que tudo que surge no Rock acaba gerando uma escola. E é ótimo ver que na Suécia (uma das mais férteis cena do mundo inteiro) surgiu uma banda como o BLUES PILLS, cujo primeiro álbum, que leva o nome do grupo, e que acaba de sair no Brasil pela parceria entre a Nuclear Blast Brasil e a Voice Music.
O grupo não se encaixa no rótulo de Grunge Rock que conhecemos, longe disso. A banda realmente rebusca aquela sonoridade característica da virada dos anos 60 para os 70, com um som grudento, firme, pesado, gorduroso, e cheio de psicodelia e feeling. Óbvio que um dos primeiros nomes que nos vem à mente (em termos comparativos, mas não para dizer que são uma cópia) é do LED ZEPPELIN, mas também existem fortes influências do trabalho de JANIS JOPLIN (especialmente pelo jeito forte e Bluesy de Elin Larsson cantar) e do Blues pesado de JIMI HENDRIX. Mas mesmo assim, não se prendam a qualquer comparação, pois o grupo mostra personalidade bem forte. Vocais fortes e cheios de sentimento, riffs de guitarra bem feitos e solos melodiosos, contrabaixo gorduroso e bateria com peso e técnica, ambos nas medidas corretas, tudo fazendo com que o disco inteiro seja uma experiência fascinante aos nossos sentidos. Individualmente, todos são músicos de talento, mas o maior foco do quarteto é a música como um todo, e justamente esta é sua maior força.
Blue Pills |
Arranjos bem dinâmicos, fazendo com que as canções do grupo soem interessantes durante toda audição do álbum, e em nada são cansativas. Realmente, a banda não se força a ser algo, apenas é, fica bem evidente. E ainda temos presenças especiais que realmente ajudam a melhorar ainda mais o que já é ótimo, com Robert Wallin no piano em “No Hope Left for Me” e órgão em “Astralplane”, além de Joel Westberg na percussão.
O disco é bem homogêneo quando falamos das músicas em si, com destaques para “High Class Woman”, cheia de elementos psicodélicos, baixo distorcido bem presente, além de ótimos riffs e solos; “Ain’t no Change” com seu jeito cheio de swing e ótimo trabalho das vozes (onde realmente a influência de Janis é evidente); a mezzo intimista e mezzo rocker “Black Smoke”, bem envolvente e com uma adrenalina Bluesy fenomenal; as introspectivas e lindas “River” e “No Hope Left for Me” (ambas com a cozinha rítmica se mostrando firme, mais o talento natural de Elin com sua belíssima voz); o típico Rock’n’Roll “Devil Man”, mas cheias de nuances psicodélicas fantásticas; a versão da banda para “Gypsy”, uma velha canção de Chubby Checker, que ficou ótima. E para aqueles que adoram um algo a mais, a versão nacional tem duas músicas bônus: a semi-balada calma “Dig In”, e a psicodélica “Time is Now”, ambas do EP "Devil Man", de 2013. Mas o CD como um todo é ótimo, logo, escolham suas favoritas.
Definitivamente, o BLUES PILLS é mais que bem vindo no cenário atual, e esse CD realmente é ótimo.
Músicas:
01. High Class Woman
02. Ain’t no Change
03. Jupiter
04. Black Smoke
05. River
06. No Hope Left for Me
07. Devil Man
08. Astralplane
09. Gypsy
10. Little Sun
11. Dig In
12. Time is Now
Banda:
Elin Larsson – Vocais
Dorian Sorriaux – Guitarras
Zack Anderson – Baixo
André Kvarnström – Bateria
Contatos:
Nuclear Blast (Europa)
Voice Music (Selo brasileiro)
Nuclear Blast Brasil (Selo brasileiro)
Metal Media (Assessoria de imprensa dos selos)
Nuclear Blast Brasil (Selo brasileiro)
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