Nota 8,0/10,0
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
O Norte do Brasil é uma das áreas que, volta e meia, vemos notícias de grandes escândalos políticos e problemas sociais absurdos. E somos levados a crer que nos estados que compõem a Região Norte carecem em muitos aspectos. Mas é preciso saber que, apesar de todas essas dificuldades e outras relacionadas à cena underground, vemos nomes bons surgindo por aquelas bandas. E um nome que anda se destacando bastante é o do quinteto ANTCORPUS, de Parauapebas (PA), que após muitos anos de luta, um Demo CD em 2010 (“Chuva Ácida”), chega com seu primeiro disco, “Na Terra do Metal”.
Fruto de uma vontade de ferro, o CD é uma aula de Thrash Metal old school, mas sem ser um “Dolly Clone” de bandas que já existiram. Neste disco, vemos a força da influência da escola germânica do Thrash Metal mais alguma coisa do SLAYER e do DARK ANGEL em seus trabalhos mais seminais, mas não se enganem: o grupo tem personalidade sob a pancadaria composta de vocais agudos e rasgados (uma clara referência a Don Dotty), um trabalho muito bom da dupla de guitarras nos riffs e solos, baixo e bateria firmes na base rítmica. Óbvio que soa um pouco datado (estamos falando de uma banda cujo trabalho é uma referência aos anos 80, logo, isso chega a ser um pouco óbvio), mas não carece de personalidade.
Antcorpus |
Embora a banda busque algo próximo ao que é feito nos anos 80, ao ouvir o CD, percebe-se que eles não possuem a pretensão de fazer o relógio voltar no tempo. Não, eles apenas querem fazer a música que gostam e do jeito deles, ponto final. E a banda se mostra sábia nos arranjos, de forma que as músicas não cansam nossos ouvidos.
O disco, em termos de músicas, é bem homogêneo. Mas seria uma injustiça não destacar músicas como “Artérias Podres” (com boa dinâmica de andamentos e ótimo trabalho das guitarras nos riffs), a feroz “Na Terra do Metal” (baixo e bateria mostrando serviço com andamento não tão veloz, além de bons backing vocals), “Desordem e Regresso” e “Demência”.
Óbvio que a banda ainda pode fazer melhor do que isso, fica bem claro aos nossos ouvidos. Talvez uma produção um pouco melhor os ajude, mas saibam: “Na Terra do Metal” é um bom disco sim, e mostra que o ANTCORPUS é uma boa promessa.
Músicas:
01. Artérias Podres
02. Antropofagia
03. Na Terra do Metal
04. Chuva Ácida
05. Desordem e Regresso
06. Violência
07. Tortura
08. Homicida Nuclear
09. Demência
10. Decreto do Fim
Banda:
Djair Oliveira – Vocais
André Martins – Guitarras
Anderson Albuquerque – Guitarras
Sansão – Baixo
Jhonny Santos – Bateria
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