Independente
Nota 9,0/10,0
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
Algumas bandas brasileiras deveriam ter seu nome reverenciado dento do underground devido tanto à sua resistência (na questão de continuarem sempre, contra todas as dificuldades) como pela autenticidade de sua música, e também serem aquelas que sempre dão força aos mais jovens. E em São Paulo, mais precisamente em São José dos Campos (SP), existe um titã, uma instituição: o quinteto de Death Metal MORFOLK, na ativa há 25 anos, e que chega agora com seu quarto álbum, o destruidor de ouvidos “...Until Death”.
O grupo, como é de conhecimento de muitos, é comprometido até os dentes com o Death Metal mais tradicional, logo, não esperem deles inovações ou experimentalismos. Mas como pedir a um veterano que seja diferente disso? Aqui, a música da banda transpira honestidade e brutalidade. Vocais guturais entremeados por gritos rasgados, riffs de guitarra extremante brutos (mas empolgantes) e solos extremamente distorcidos e doentios, baixo e bateria mostrando um trabalho pesado e com boa técnica. Ou seja, em termos de música, o quinteto prefere uma música sólida e mais de raiz, mas nem por isso isenta de qualidade.
Produzido pelo próprio quinteto com a ajuda de Leandro Queiroz (que ainda mixou e masterizou o disco), podemos dizer que a banda está com uma sonoridade satisfatória, aliando peso, brutalidade e clareza nas devidas medidas. Todos os instrumentos estão em seus devidos volumes, com timbres bem agressivos. Óbvio que poderia ser bem melhor, mas está em um nível muito bom.
Morfolk |
A arte da banda, feita por Daniel Sanchez (baterista do grupo), ficou simples no encarte, mas a capa é muito boa, bem entrosada com a proposta sonora do grupo. Proposta essa que é honesta e íntegra à toda prova, mas cujos arranjos e dinamismo musicais mostram uma banda madura e que sabe o que faz.
Em oito músicas com duração média de 4 minutos no máximo, o MORFOLK se sai muito bem. Abrindo com uma introdução soturna, “Shadows of Fear” é uma canção que mostra andamento mediano e empolgante, com ótimo trabalho das guitarras, enquanto “One Against All” tem uma levada mais abrasiva e azeda, com ótimo trabalho dos vocais, e surgem os famosos solos “guitarra-sendo-enforcada” que os fãs adoram (mas não isentos de certa técnica e feeling). Em “Hate Beyond the Pain”, o grupo já dispara para a pancadaria aberta e sem dó, onde baixo e bateria se destacam bastante pelo peso e técnica. “Desordem” (sim, a letra é em português) começa mais focada em peso e cadência, mas logo vira uma canção com velocidade mediana e toques de Punk/HC, ótima para slamdancing nos shows, e “Alienação” é outra cantada em português, com um andamento bem mais abrasivo e peso à lá BENEDICTION antigo, com belos riffs. “W.W.W. (World Wide War)” é basicamente a mesma canção do EP “Prelude...” de 2012, embora regravada e com peso adicional, ou seja: pancadaria para todos os lados, assim como “BloodLust” (esta mostrando um assalto sem dó dos vocais e bateria). Fechando, a explosiva e rápida “Reign of Terror”, um soco de brutalidade de quebrar os dentes, com guitarras arrasadoras.
Realmente, “...Until Death” é um ótimo disco, e mesmo sem apresentar nada de novo, é uma declaração antêmica, ou seja, o MORFOLK é Death Metal “Até a Morte”!
Músicas:
01. Shadows of Fear
02. One Against All
03. Hate Beyond the Pain
04. Desordem
05. Alienação
06. W.W.W. (World Wide War)
07. BloodLust
08. Reign of Terror
Banda:
Walter Rômulo – Vocais
Reinaldo “Tio” – Guitarras
Gabriel Grisolia – Guitarras
Ryan Roskowinski – Baixo
Daniel Sanchez – Bateria
Contatos:
Metal Media Management (Assessoria de Imprensa)