7 de fev. de 2015

Entombed A.D. – Back to the Front (CD)


Nota 8,5/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


Separações, em termos de bandas de Metal, quase sempre são traumáticas e podem ter efeitos devastadores. Mas muitas vezes, após as feridas pararem de sangrar, surgem trabalhos das cinzas do que sobrou da separação que nos deixam de queixo caído. E assim é com o quarteto sueco ENTOMBED A.D., que surgiu das cinzas do finado ENTOMBED (no fundo, apenas o guitarrista e membro fundador Alex Hellid saiu, e eles tiveram que mudar de nome), e que chega com seu disco de estréia, “Back to the Front”.

O que se pode esperar de “Back to the Front”?

Simples: uma quase volta às raízes. Se por um lado o Death’n’Roll que o ENTOMBED praticava há anos ainda deixou alguns traços evidentes na música, o grupo busca uma volta às raízes. Ou seja, temos um híbrido de um pouco do que ouvimos em “Wolverine Blues” com muito da essência do “Clandestine” e traços da brutalidade opressiva de “Left Hand Path”, mais alguma coisa diferente, algo que faz parte da personalidade dos músicos. Vocais insanos (quem conhece LG Pretov de longa data, sabe que ele é uma fera, com um gutural carregado e forte bem particular), riffs de guitarra insanos e solos bem criativos (e vejam que Nico Elgstrand consegue fundir melodia no Death Metal way de solos), baixo e bateria em uma base rítmica muito pesada e com bom nível técnico. Tudo na medida certa, pesado e bruto como um mastodonte em uma loja de cristais.

Entombed A. D.
Roberto Laghi (que já trabalhou com o WITCHERY e o IN FLAMES) mostra-se uma escolha feliz na produção, pois soube dar peso, sujeira e clareza ao trabalho. É abrasivo, azedo, mas muito claro aos ouvidos. E soube dar esse tom de “Come Back” ao grupo, assim como a arte de Zbigniew Bielak também é capaz de mostrar.

Em vários momentos, “Back to the Front” é capaz de despertar momentos de saudosismo em fãs mais antigos, e é prazeroso demais ouvir tantos arranjos musicais brutos e esses timbres mais agressivos e ríspidos.

Nas 11 faixas do disco, vemos uma banda disposta a recuperar o tempo que perdeu com experimentalismos recentes, descendo a marreta sem dó nos ouvidos alheios, garantindo assim a aporrinhação devida aos vizinhos chatos de plantão. Basta ouvir pedradas como a rápida “Kill to Live” (que guitarras e vocais!), a opressiva “Pandemic Rage” (um Death Metal intenso e que empolga o ouvinte, graças aos ótimos riffs e ótimo andamento. E é a música do vídeo oficial de divulgação do CD), “Second to None” e seu andamento em meio tempo, “Bait and Bleed” (que começa a azeda e cadenciada, mas logo vira uma explosão de brutalidade), mais lenta e bruta “Eternal Woe” (belo trabalho de Victor no baixo e Olle na bateria), empolgante “Vulture and the Traitor” (possui alguma coisa de HC em alguns momentos, com um peso empolgante), “Underminer” que mostra um lado mais “Old School” da banda, e o fechamento perfeito com “Soldier of No Fortune”. Mas a versão nacional ainda tem um bônus em “Gospel of the Horns”, quase que uma balada (se é que isso é possível em termos de Death Metal!).

Um ótimo aperitivo para a tour que a banda fará pelo Brasil em março deste ano!

Veja as datas:

Manaus (AM - 06/03)
São Paulo (SP - 07/03)
São Leopoldo (RS - 08/03)
Rio de Janeiro (RS - 12/03)
Caruaru (PE - 14/03) 
Fortaleza (CE - 15/03)




Músicas:

1. Kill to Live
2. Bedlam Attack 
3. Pandemic Rage
4. Second to None 
5. Bait and Bleed 
6. Waiting for Death 
7. Eternal Woe 
8. Digitus Medius 
9. Vulture and the Traitor 
10. The Underminer 
11. Soldier of No Fortune 
12. Gospel of the Horns


Banda:

L.G. Petrov – Vocais 
Nico Elgstrand – Guitarras 
Victor Brandt – Baixo 
Olle Dahlstedt – Bateria 


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