Nota 9,5/10,0
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
Não é de hoje que reuniões de músicos experientes costumam
ocorrer. Muitas vezes, é decorrente ou do fim das bandas onde eles se
encontravam, ou simplesmente porque estes as deixaram, mas precisam continuar
na cena, fazendo música. Sim, fazer Metal acaba se tornando uma necessidade
vital para muitos, e seguindo esta tendência de continuar sempre, temos o trio
paulista BLACKNING, com ex-membros de bandas como ANDRALLS, WOSLOM e POSTWAR.
Ou seja, são todos músicos bem calejados e sabem claramente o que querem de sua
música, o que fica muito evidente em “Order of Chaos”, seu primeiro disco.
O trio faz um Thrash Metal bem diferente dos trabalhos de
suas bandas anteriores, apesar de podermos classificar como Thrash Metal
clássico, ou seja, buscam influências em bandas como METALLICA e TESTAMENT
(pela melodia e técnica), um pouco da energia crua de um MOTORHEAD, e se
preparem, pois Cléber continua sendo um ótimo vocalista/guitarrista, embora em
ambos, tenha tido sutis mudanças (os vocais estão um pouco mais roucos, e os
riffs bem mais variados e com melodias mais evidentes. E estas chegam a
aparecer com força nos solos); o baixo de Francisco (o nosso querido Chicão)
continua forte na marcação, com boa técnica e presença; e a bateria de Elvis é
fenomenal, com uma pegada absurda, boa diversidade rítmica e técnica bem
evidente. E quando isso tudo se junta, é boa música, e com qualidade!
A sonoridade que vem do disco é absurda, seca, pesada e
brutal, mas sem deixar de ser limpa. Mas ao ver o nome de Fabiano Penna na
produção, fica claro o motivo: já pode ser considerado um Midas em termos de
produção sonora e mixagem. A masterização é de Neto Grous. E se preparem, pois é
de doer os ouvidos!
Blackning |
O BLACKNING já nasceu grande, podemos dizer assim, pois sua
música é de primeira. A fusão da experiência de cada um com suas influências
musicais deu uma personalidade bem própria ao grupo, que transpira em seus
arranjos e acordes. E a banda ainda teve Penna fazendo alguns solos em “Terrorzone”,
“Killing or Be Killed” e “Children of War”, além de fazer as intros e outros do
disco.
“Order of Chaos” já abre com a pesada e azeda “Thy Will Be
Done”, uma faixa forte, pesada, com ótimo trabalho de guitarras, e onde se
percebe que os vocais estão com uma entonação diferente do que já estávamos
acostumados, seguida da rápida e instigante “Terrorzone”, e da melodiosa e
direta “Unleash Your Hell”, com belo trabalho de bateria e onde certo toque “motorheadiano”
se faz presente e evidente. “Against All” é uma faixa com andamento em meio
tempo (ou seja, nem veloz e nem cadenciada), com belos vocais e baixo, e “Death
Row” segue com a mesma energia bruta e agressiva, só sendo mais rápida. “Silence
of the Defeat” segue o azedume com força nas guitarras (reparem como os solos
são ótimos), e “Devouring the Weak” é outra com jeitão de um MOTORHEAD Thrasher,
ou seja, insana e crua, mas com peso e bom gosto. Em “Censored Season”, surge
um pouco de influência de Thrash Metal moderno, mas mantendo a boa qualidade
musical (olhem que base rítmica forte e intensa, com boa técnica e peso, além
de guitarras absurdamente pesadas), enquanto “Killing or Being Killed” possui
mais velocidade e adrenalina, com belos vocais rasgados (mas em timbres
normais). E fechando com chave de Metal, temos uma versão para “Children of War”,
do OVERDOSE, que aqui ganhou uma roupagem mais pesada, agressiva e densa (pois
a versão que temos no primeiro álbum dos mineiros, “Conscience”, faltou peso).
E como se não fosse muito, ainda temos de extra o vídeo para “Thy Will Be Done”.
Bela chegada, e sejam muito bem vindos, Blackning Guys!
Tracklist:
1. Thy Will
Be Done
2.
Terrorzone
3. Unleash
Your Hell
4. Against
All
5. Death
Row
6. Silence
of the Defeat
7.
Devouring the Weak
8. Censored
Season
9. Killing or
Being Killed
10.
Children of War
Banda:
Cleber Orsioli – Vocais, guitarras
Francisco Stanich – Baixo
Elvis Santos – Bateria
Contatos:
Metal Media (Assessoria de Imprensa)