Nota 10,0/10,0
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
E eis que a máquina de guerra sueca de Black Metal volta ao front, disposta a arrasar as terras com fogo, sangue e música extrema de primeira qualidade.
Sim, o MARDUK, quarteto famoso por suas muitas obras no gênero volta à carga com “Frontschwein”, seu mais recente disco. E que brutalidade!
Antes de tudo, é preciso que se fale que entre “Serpent Sermon”, de 2013, e “Frontschwein” existem diferenças musicais interessantes, já que o quarteto parece ter não só revisado seus tempos de “Panzer Division Marduk” e “World Funeral”, mas adicionou a isso muito do que eles vêm fazendo e experimentando desde “Plague Angel”. Ou seja, as esteiras da máquina de guerra estão azeitadas e prontas para uma longa guerra, e um cerco definitivo aos fãs!
Mortuus continua cantando maravilhosamente, usando bem seu timbre único em cada canção, sempre com ótima dicção. A base rítmica criada pelo experiente Devo (baixo) e aliado ao novato Fredrik Widigs (bateria) continua dando aquele peso e força ao som do MARDUK, mas já se percebe que a banda procurou dar uma certa simplicidade, mas sem perder suas características (quem conhece bem o MARDUK, sabe do que falo). E por último, a alma da banda: Morgan continua sendo um mestre nos riffs, sempre criativo, sempre esbanjando peso, mas sem apelar para fritadas ou técnica mirabolante. Não é à toa que este autor o chama de “Tony Iomi do Black Metal”. E reunido, este time foi capaz de criar um disco fabuloso, pesado, agressivo, que sabe ser bom seja em momentos mais velozes, ou nos momentos mais cadenciados e climáticos.
Marduk |
Musicalmente, o MARDUK dispensa apresentações. A mesma rispidez, brutalidade e força mostradas ao longo de 25 anos de carreira está intacta, as convicções também. Basta observarem os arranjos musicais do grupo, que está além da maturidade.
O massacre começa com “Frontschwein”, uma canção rápida e bem agressiva, mostrando riffs perfeitos e grandes vocais, que retornam com tudo na mais comportada (em termos de andamento) “The Blond Beast”, onde baixo e bateria conduzem muito bem os tempos, com algumas boas variações rítmicas. Em “Afrika”, é bom tomar cuidado, pois é uma das grandes músicas do CD, rápida e agressiva, com excelentes arranjos de guitarras (é por isso que falo: Morgan é um gênio das seis cordas), enquanto “Wartheland” é mais cadenciada, azeda e bruta, com Mortuus mostrando o quanto é um excelente vocalista, além de riffs sinuosos e belo trabalho de Fredrik na bateria. Mais velocidade e opressão surgem em “Rope of Regret”, onde mais uma vez Mortuus mostra sua versatilidade nos vocais, sabendo variar bem os timbres de sua voz. Levada em um tempo que varia entre o mediano e a pancadaria desmedida, temos “Between the Wolf-Packs”, uma canção com belo trabalho de Devo nas cinco cordas. Em “Nebelwerfer”, temos uma canção azeda e muito cadenciada, soturna, também apresentando arranjos musicais fantásticos, em especial nas guitarras e nos timbres vocais. O inferno vem à terra em “Falaise: Cauldron of Blood”, outra faixa bem veloz no velho estilo do MARDUK, onde mesmo assim, vemos baixo e bateria mostrando força, segurança e boa técnica. A longa e pesada “Doomsday Elite” é outra com mudanças rítmicas interessantes, tempo não muito velozes (embora a bateria mostre alguns momentos bem acelerados vez por outra) e assim, uma das melhores canções do CD, bem soturna, enquanto “503” é outro azedume lento, pesado de doer os ossos, com ótimo trabalho das guitarras, urros inimitáveis de Mortuus e belos momentos de Devo. “Thousand-Fold Death” fecha o disco como mais uma faixa veloz, mas a dicção de Mortuus cantando desse jeito chega a ser assustadora.
Com o MARDUK não se brinca. Se confia, pois esse nome garante qualidade sempre!
Músicas:
01. Frontschwein
02. The Blond Beast
03. Afrika
04. Wartheland
05. Rope of Regret
06. Between the Wolf-Packs
07. Nebelwerfer
08. Falaise: Cauldron of Blood
09. Doomsday Elite
10. 503
11. Thousand-Fold Death
Banda:
Mortuus – Vocais
Morgan – Guitarras
Devo – Baixo
Fredrik Widigs – Bateria
Contatos: