Nota 9,0/10,0
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
O Brasil está mesmo se tornando, mais e mais, um enorme berço para bandas de vertentes fora do Metal extremo. No fundo, isso é muito bom, permitindo a existência da diversidade musical, e ao mesmo tempo, nos é concedido conhecer as inovações em termos do que ocorre com os estilos mais melodiosos. O Metal assim cresce e vai adiante, se renovando e cativando novas gerações. E como é bom saber que, no Brasil, existem bandas do calibre do excelente DAYDREAM IX (de Porto Alegre, RS), que enfim chega com seu primeiro álbum, o ótimo "The Grand Disguise".
O quarteto, já experiente devido aos anos de estrada (quase dez anos na ativa, com o EP "Humanity's Prologue", 2009, e o Single "The Guts Of Hell", de 2010, em seu currículo), mostra-se forte e vigoroso com seu Prog Metal muito pesado e bem trabalhado. É fato que a alquima do grupo dá certo, já que suas músicas não soam enfadonhas, a técnica não chega a ser muito exagerada (mas ela está presente e bem evidente), mas temos a presença de melodias muito esmeradas e um refinamento musical excelente, além de uma dose de agressividade bem sensível. Esses elementos ficam bem claros na soma dos vocais bem postados (com boas melodias, sabendo transitar entre timbres mais amenos e outros mais agressivos, usando tons não tão agudos), riffs e solos de guitarra muito bons, tanto na técnica quanto na melodia, baixo e bateria nas devidas porções de técnica e peso, e assim, o trabalho da banda se mostra requintado e, embora não tão original assim, com muita personalidade e que veio de fato para somar e se destacar. O DAYDREAM IX não nasceu para ser mais um no meio de muitos.
Daydream IX |
O DAYDREAM IX não é uma banda convencional, muito longe disso, e em cada uma das faixas do disco, eles nos apresentam sua proposta de maneira convincente e deliciosa aos ouvidos. Frizamos, mais uma vez, que o grupo tem excelentes arranjos, mostrando uma dinâmica musical muito bem orientada, mas espontânea em todo o disco.
Óbvio que podemos destacar a pesada e técnica abre-alas "Keeping the Dream Alive" (belíssimos riffs, grandes vocalizações, e mesmo certos momentos imprevisíveis nos arranjos, e um refrão perfeito), a elegante "Like Darkness Rules the Night" (com um tempo mais mediano, e ótimos arranjos de baixo e bateria), a moderna e azeda "The Guts of Hell" (que mesmo com enormes doses de agressividade, não perde a elegância e ainda tem momentos extremamente empolgantes), a perfeita "The Age of Sadness" (que começa mais lenta, mas ganha peso e ótimas melodias, com vocalizações muito bem encaixadas, em timbres um pouco mais suaves. Uma canção que fala direto ao coração), a rápida e trampada "About Life and Its Ending", a empolgante e vigorosa "Phoenix" (outra com arranjos elegantes e com excelentes vocais), a balada intimsta "Alone", e a épica e longa "The Grand Disguise", muito bem trabalhada e cheia de mudanças rítmicas que fazem dela uma canção única, quase um compêndio de tudo o que esse quarteto pode render.
Excelente trabalho, sem sombra de dúvidas.
Tracklist:
01. Keeping the Dream Alive
02. Like Darkness Rules the Night
03. Watch Me Rise
04. The Guts of Hell
05. The Age of Sadness
06. Wings of Destruction
07. About Life and Its Ending
08. Phoenix
09. Zero Days
10. Alone
11. The Grand Disguise
Banda:
Tiago Masseti - Vocais,Guitarras
Marcelo Pereira - Guitarras
Tomás Gonzaga - Baixo
Bruno Giordano - Bateria
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