Texto por Marcos "Big Daddy" Garcia
Fotos por Leandro Fotoz
Organizador: Raoni Martins
Abrindo o mês de agosto, que promete grandes eventos na cidade do Rio de Janeiro, veio a versão de cinco anos do conhecido evento A Grande Roubada, onde tivemos a oportunidade de ver e apreciar uma excelente organização, dessa vez com as bandas TEST, o famoso DEAD FISH e os veteranos do RATOS DE PORÃO, e em plena Lapa carioca em uma noite agradável.
Começando a noite, veio o dueto TEST, de São Paulo, bem conhecido por usarem uma famosa Kombi, que estaciona a grandes shows e a banda toca diretamente diante de várias pessoas, de graça e na rua!
João Kombi (vocal/guitarra) e Barata (bateria) mostraram o motivo de serem tão respeitados no meio do HC/noise brasileiro, mostrando boas composições e muita animação no palco, mas a recepção do público foi uma mistura de curiosidade e frieza de alguns com a empolgação de outros. Felizmente, a segunda parte fez a diferença, e a banda se saiu bem, mostrando que sabem ser experimentais e raivosos nas medidas certas.
Seguindo, veio o DEAD FISH.
Foto: Leandro Fotoz |
Rodrigo Lima (vocal), Rick Mastria (guitarra), Alyand (baixo, backing vocals), e Marcos Melloni (bateria) realmente levantaram o público, surgindo muitas rodas de slam dancing e muito mosh, algo quase insano. Seu hardcore melodioso à lá Califórnia é certeiro, e obviamente, seu longo set foi muito bem recebido, com boa comunicação entre banda e público, e sobrou energia. E verdade seja dita: Rodrigo é um ótimo frontman, bastando ver sua movimentação no palco. E músicas como "Armadilhas Verbais", "Paz Verde", "Asfalto" e "Autonomia" levaram o público à loucura, sempre tendo uma boa qualidade sonora a ajudá-los.
E como tinha pessoas subindo e pulando do palco (o que se chama de stage dives ou mosh nas cenas do Punk, HC e Metal), era algo insano!
Foto: Leandro Fotoz |
Depois do DEAD FISH e toda sua adrenalina melódica, foi a vez do RATOS DE PORÃO subir ao palco e detonar um show irrepreensível, um dos melhores da banda em muitos anos.
Ver a fusão dos veteranos João Gordo (vocais) e Jão (guitarras), mais a força das baquetas de Boka (bateria) e a energia de Juninho (baixo) é ter uma experiência ótima, ainda mais com o quarteto sabendo fundir ótimas músicas do CD "Século Sinistro" (disco mais recente), como "Conflito Violento" e "Grande Bosta", com velhos clássicos como "Morrer", "Anarkophobia", e "Crucificados Pelo Sistema".
Foto: Leandro Fotoz |
É incrível ver como Jão é um garoto no palco, Boka sempre com um fôlego de gato e a animação de Juninho (esse não fica quieto por nada, agita o tempo todo!), mas João mostrou-se em grande forma, animado demais, sendo um dos grandes frontman de nosso país, pois agita, interage com o público de maneira extremamente bem humorada, sabendo ter o público na mão, e ainda dedicou o show a Fausto Fanti, humorista falecido há poucas semanas e causou grande comoção nas cenas Metal e Punk/HC do Brasil.
E tomem stage dives e muito slam dancing!
Foto: Leandro Fotoz |
Mas foi em clássicos como "Plano Furado I", "Amazônia Nunca Mais" e o eterno hino de gerações "Beber até Morrer", que levou o público na casa à loucura, o stage dive estava dando MUITO trabalho à segurança do palco. Podemos dizer que alguns de suas grandes músicas ficaram de fora, mas o que se pode dizer de uma banda com tantos discos e tantas maravilhas músicas em seus mais de 30 anos tocando o horror nos mais conservadores?
Parabéns à organização pelo evento, à casa, às bandas e ao público presente (que poderia ter sido um pouquinho melhor).