17 de abr. de 2014

Resenha: No Wrong - Prognostic of a Great Disaster (CD)

Shinigami Records
Nota 9,5/10

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


É muito legal quando as bandas jovens que rebuscam o Thrash Metal dos anos 80 conseguem dar um gás na música, pois é justamente isso que difere os grupos de agora daqueles que eram daquela década. E isso torna o trabalho atual, já que boa música não tem época. E o quarteto NOWRONG de Osasco (SP) sabe o que faz, já com seu primeiro Full Length "Prognostic of a Great Disaster" soa atual e poderoso, mesmo fazendo um estilo mais retrô. E que belo lançamento da Shinigami Records, diga-se de passagem.

Aqui vemos o Thrash Metal anos 80 pré-1986, ou seja, quando o estilo ainda não tinha suas fronteiras tão bem definidas, permitindo-se ter grandes doses de melodias muito bem sacadas, grandes coros, ótimos refrões e riffs poderosos. Está na linha de bandas como TESTAMENT, METALLICA e MEGADETH de seus primeiros discos, onde as melodias eram muito mais evidentes, fora algumas belas doses de Hard'n'Heavy aqui e ali, e pitadas de MOTORHEAD.

Ótimo vocais em timbres agressivos normais (nada de rasgado ou gutural), riffs de guitarra inspirados (e solos bem melodiosos), base rítmica baixo/bateria bem coesa e pesada, com boa técnica e peso exacerbado. E apesar de não soar nada novo (e precisa disso para ser bom?), é honesto e muito, muito bom.

NoWrong
Tendo a produção do próprio grupo em parceria com Lau Andrade, e isso acabou dando ao grupo um belo equilíbrio entre a clareza necessária para se ouvir os instrumentos separadamente e o peso que a banda precisa ter (isso é um disco de Metal, oras!), mas que poderia ser um pouco melhor, pois apesar do bom nível, há momentos em que o som soa um pouco "oco", mas não chega a ser danoso ao trabalho. Já o trabalho artístico é simples e bem feito, mas brilhante, em um trabalho ótimo de Jean Michel, da Designation Artwork.

Em termos de composição, o que mais salta os olhos não é apenas o equilíbrio entre agressividade e melodia que eles atingiram, mas a espontaneidade musical do grupo. Nenhuma canção soa forçada a ser algo longe do que eles almejam fazer. E acreditem: é bem claro isso, bem como a qualidade musical se distribui pelas 13 faixas do CD.

Melhores momentos: a ótima "Psycho Violence (Proletarian)" (percebam como a adrenalina atinge níveis bem altos devido aos ótimos riffs sobre um andamento moderado muito bem conduzido pela bateria), "End of Question" (aquela pegada bem ganchuda, com um ótimo trabalho de bateria), a trabalhada e empolgante "Discourse of the Wicked" (belos vocais e riffs muito encorpados), a abrasiva "Taste the Hate" (com um andamento não tão veloz, e belos coros),  a ganchuda "Angels in Hell" (chega a ter uns toques de Hard'n'Roll à lá NWOBHM aqui e ali, com um forte odor de MOTORHEAD, com o baixo mostrando serviço), a mais refreada "The Morals", a forte e trampada "Cyborg", a ótima "Epic Fail" (mais uma com boas doses de Rock'n'Metal, bem empolgante e a ótima versão para "Trem do Inferno" do grupo de Rock'n'Roll CRETINOS E CANALHAS de SP, que ganhou uma roupagem à lá AC/DC e MOTORHEAD.

Ótimo trabalho, sem sombra de dúvidas, e esses caras podem almejar objetivos bem elevados se continuarem a fazer música nesse nível!



Tracklist:

01. Intro
02. Psycho Violence (Proletarian)  
03. Discourse of the Wicked  
04. End of Question  
05. Taste the Hate  
06. Angels in Hell  
07. The Watcher's Agony  
08. The Morals  
09. Society  
10. Cyborg  
11. Frenesy  
12. Epic Fail  
13. Trem do Inferno (Cretinos e canalhas cover) - Bonus Track


Banda:

Dio MadLock - Guitarras, vocais
Rafael Bread - Guitarras, backing vocals
John Wolf - Baixo, backing vocals
Arth Castro - Bateria


Contatos:

Metal Media (Imprensa)
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário.
Liberaremos assim que for analisado.

OM SHANTI!

Comentário(s):