21 de abr. de 2014

Resenha: Hicsos - Circle of Violence (CD)

Nota 9,5/10

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


Fazer Thrash Metal no Brasil nunca foi algo lá muito simples, pois além de ser uma escola tradicional em nosso país, o número de bandas ótimas não é pequeno. E cada vez mais veteranos e novatos mostram trabalhos ótimos por aqui. Mas é de se espantar o quanto de brutalidade os veteranos cariocas do HICSOS foram capazes de conjurar com "Circle of Violence", seu terceiro disco.

Mesmo com mais de 20 anos de estrada nas costas, o que mais surpreeende no disco é o quanto ele é violento, intenso e abrasivo, e ainda por cima, atual. É de saltar os olhos o quão bruto e atual o disco soa, mesmo sendo uma banda já bem experiente. É de doer o queixo e trincar os dentes!

Os vocais estão bem ríspido e agressivos (mas não sem boa dicção e técnica), os riffs são a fonte da violência sonora do grupo (enquanto os solos apresentam uma formatação na escola Hanneman/King), o baixo se mostra firme na marcação, enquanto a bateria é a casa de força do grupo, mostrando peso e técnica nas medidas certas (os bumbos estão perfeitos, enquanto as conduções e viradas mostram um trabalho bem vigoroso e antenado com a atualidade).

Hicsos
Gravado nos HCS Studios no Rio de Janeiro, e tendo aina mixagem e masterização feitas por Heros Trench e Marcelo Pompeu no Mr. Sound Studio em São Paulo, é bem óbvio que a sonoridade do grupo iria aliar a agressividade e violência musical do quarteto com uma qualidade sonora de primeira linha, já que mesmo furiosa, a música do quarteto flui pelas caixas de som de forma clara, cada instrumento com timbres muito bem escolhidos e os detalhes musicais de cada composição (aqueles que sempre fazem a diferença) estão bem evidenciados. A capa e arte do CD é mais um trabalho ótimo da Obsidian Design, que ficou bem paralelo à proposta musical do grupo, deixando já na apresentação uma dica do que espera os ouvidos dos fãs.

É preciso dizer novamente que o HICSOS, mesmo sendo experiente e calejado de outros tempos, não se fez de rogado e soube evoluir sempre em direção ao que se faz hoje em termos de sonoridade para não soar datado, sem contudo perder suas raízes sonoras. E a qualidade musical da banda transpira em cada uma das doze composições do CD. E isso torna o trabalho extremamente homogêneo, e massivamente bruto!

Destacar músicas aqui ficou bem difícil, mas as mais recomendadas para as primeiras audições são o coice furioso "Can't Hang Terror" (uma faixa bem trabalhada, com excelente trabalho da bateria, especialmente pela conduções nos bumbos e excelentes viradas na caixa), a tempestade de brutalidade "What You Reap" (andamento um pouco mais rápido e novamente a bateria surpreende, fora os bons coros em vários momentos), a mais cadenciada e opressiva "Now You're Dead" (ótimos riffs, além do baixo mostrar bastante sua pegada pesada, especialmente no início onde nos lembra um pouco a introdução de "Go to Hell" do MEGADETH), a quebra-pescoços "Mirror Eyes" (começa mais cadenciada e pesada, e depois ganha um pouquinho mais de velocidade, mostrando um bom trabalho dos vocais), a curta "Destruction", a lenta e ganchuda "Needles" (novamente vocais muito bem colocados e riffs que lembram um pouquinho a escola de Fast Eddie Clarke), a azeda "Burn in Hell" (que riffs brutos e solos insanos!), a golfada de brutalidade Thrasher "Money Becomes God" (aqui, as influências mais modernas em termos de sonoridade estão mais claras), e a mortal "Prision Without Walls" (a bateria está perfeita, com conduções ótimas e belo trabalho de bumbos, além das variações do vocal mais rasgado do grupo para outros mais agonizantes).

Com essa banda, fazer Metal é questão de atitude e coisa de sangue, e digamos de passagem, o ótimo trabalho deles é coisa de quem tem sangue nos olhos e de quem dá bicudas nas dificuldades sem dó.

Ótimo trabalho, sem sombra de dúvidas e sem dó de ouvidos não acostumados!

Vão na boa e comprem suas cópia, pois a banda merece!









Tracklist:

01. Can't Hang Terror
02. What You Reap
03. Now You're Dead
04. Mirror Eyes
05. Destruction
06. Needles
07. Burn in Hell
08. Black Rain
09. Horrospital
10. Money Becomes God
11. Prision Without Walls
12. Angel Ripped


Banda:

Marco Anvito - Baixo, vocais
Antônio Saba - Guitarras
Celso Rossatto - Guitarras
Marcelo Ledd - Bateria


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