Metal Samsara: Resenha: Eridanus

7 de abr. de 2014

Resenha: Eridanus - HellTherapy (CD)

Independente
Nota 9,0/10

Por Marcos "Big Daddy" Garcia

UAU, que estréia é essa, pelos meus sais?????

O RS já mostrou muitas vezes que realmente é um celeiro ótimo para bandas de Metal em termos do Brasil, revelando bandas ótimas, inclusive algumas com destaque internacional, como é o caso de nomes KRISIUN, HIBRIA e REBAELLIUN, e alguns nomes novos estão prometendo muito, como o HATE HANDLES, e o quinteto ERIDANUS, de Porto Alegre, que acaba de soltar o maravilhoso "HellTherapy" de forma independente.

E torno a dizer: QUE DISCÃO!

A banda faz o bom e velho Metal tradicional com uma pegada moderna e certo toques de Hard Rock clássico, com peso bem evidente, mas as melodias da banda acabam nos envolvendo de tal forma que você ouve uma vez, e pronto: já virou fã do quinteto. Sim, a banda tem vocais ótimos (a voz de Thiago realmente é muito boa, mostrando força e beleza nas mesmas medidas), ao passo que as guitarras mostram um trabalho excelente nas bases extremamente ganchudas e nos solos bem feitos (não há exacerbação no aspecto técnico. O que importa para esses dois é o feeling), e uma base rítmica baixo/bateria que saber ser manter uma boa diversidade técnica e peso abrasivo. E acreditem: o trabalho como um todo é de alto nível.

Eridanus

A gravação foi feita nos estúdios Nitro, sob a tutela do produtor (que ainda fez a mixagem e masterização) Roger Fingle, que mais uma vez mostra que sabe não só aliar peso, clareza e requinte a um trabalho, mas um brilho, um toque pessoal que é dele que nenhum detalhe musical da banda ficou obscuro ou oculto. E a arte ficou um trabalho muito bom, coisa de primeiro mundo, bem antenada com a proposta do grupo.

Musicalmente, o grupo mostra, como citado acima, a força de um Metal tradicional com uma pegada mais atual, sem deixar de lado boas melodias, e se percebe que o quinteto realmente levou a sério sua capacidade de criar, uma vez que as 8 músicas do trabalho ("Time for Medication" é uma introdução apenas, um diálogo entre dois personagens, que fica a cargo do leitor descobrir do que se trata) mostram uma riqueza de detalhes, uma preocupação em criar algo bem feito.

Destaques do CD: a furiosa e abrasiva "HellTherapy" (uma faixa com um andamento envolvente e pesado, mostrando bons arranjos de baixo e bateria), a mais melodiosa e trampada "Addicted Man", a mais focada na energia e com andamento ganchudo "Fell in Lust" (belíssimas guitarras, lembrando vez por outra o MAIDEN de sua boa época), a maravilhosa e absurdamente hit "Set It on Fire" (música do vídeo promocional, que se inicia com um piano, antes de virar uma paulada Hard'n'Heavy com ótimos vocais e guitarras absurdamente ganchudas. Vira um vício extremamente rápido, se ouve uma vez e pronto: você vira fã deles. A versão do álbum é precedida por uma introdução de piano, que ficou fora do vídeo), a bem trabalhada "Wind" (outra com uma inclinação Hard'n'Heavy bem evidente), e a pedrada "Welcome to Paradise". Um dos fatores que mais chamam a atenção é que o grupo tem um talento natural para composições com ótimos refrões.

Óbvio que a banda ainda tem algumas arestas para aparar, mas isso não tira os méritos de "HellTherapy", que se derem muita bobeira, pode pintar em vários Top 10 nacionais, ou no mínimo, no posto de revelação do ano.

Quem viver, verá!