24 de jan. de 2014

Eu sou Ozzy - Ozzy Osbourne

Editora: Benvirá

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


Se há uma figura centralizadora de todas as atenções no Heavy Metal como um todo, amem ou odeiem, a verdade é que ela é OZZY OSBOURNE, o nosso querido e amado Madman, sempre com todo o folclore e mil estórias que cercam a vida de John Michael Osbourne, nascido em Aston, na Inglaterra, em 3 de dezembro de 1948. E o melhor de tudo é saber que mesmo ele aderiu à moda das autobiografias e escreveu “Eu Sou Ozzy”, que a Benvirá nos proporcionou o maravilhoso serviço de disponibilizar uma versão brasileira.

Em suas quase 400 páginas de puro prazer (o livro é viciante!), vemos uma editoração muito esmerada, com um trabalho de tradução extremamente competente, sem erros de português ou de digitação, mostrando que o tradutor Marcelo Barbão realmente se esforçou em traduzir o livro sem ferir a linguagem de Ozzy. E creiam-me: a cada linha, a impressão que temos é que o próprio Madman está falando para cada um de nós, em uma sala, entre xícaras de chá. As fotos, pouco é preciso dizer: são excelentes, muito bem escolhidas, e os comentários são de um humor britânico ótimo, a cara deste velho tão aloprado e querido de todos nós. E uma das melhores é que ele faz 5 das famosas folhas com uma frase (normalmente, é uma só), e digamos de passagem: se você não rir disso, precisa ir ao médico.


Ozzy e Randy
Sobre a narrativa, há surpresas maravilhosas na narrativa, sendo complementares do que lemos na autobiografia de Tony Iommi (sim, vemos que a coerência entre eles é enorme). As durezas e penúrias da carreira (a narrativa do carro nos primeiros dias do BLACK SABBATH são de matar, assim como o processo de saída do SABBATH, e as muitas enrascadas em que ele se meteu por conta das drogas. E nem menciono nada sobre Randy Rhoads. Leiam, e tenham o prazer de ver por si mesmos), da vida pessoal (como quando foi preso ainda muito jovem, o final do primeiro casamento, as brigas com Sharon, bem como uma narrativa bem dramática em relação ao filho) bem como as alegrias (o encontro com Randy, o casamento com Sharon), tudo está ali, preto no branco na visão do Madman, sem se desviar ou ocultar algo. Mesmo sua longa luta com as drogas, álcool e remédios estão retratadas entre muitas loucuras, piadas, e dramas. 

Os Osbournes
Este livro, como bem definiu meu grande amigo Heverton Souza (um fanático por Ozzy), nos leva dos risos às lágrimas com enorme facilidade. É algo espontâneo, como Ozzy mesmo sempre foi. E aqui, na biografia, muitas daquelas anedotas clássicas (a do morcego é impagável), escândalos (como os processos por ser considerado culpado de vários jovens se suicidando), alguns assuntos bem nebulosos (como a possível aposentadoria após a turnê de “No More Tears” e a volta do BLACK SABBATH), sua vida familiar (e incrível que realmente se percebe que o Madman é apaixonado por Sharon. E ela é realmente esposa e companheira dele em tudo) enfim são explicados sob sua ótica, sem que o Madman se exima de suas culpas e méritos, mas também sem assumir algo ruim em que ele realmente não esteve envolvido. E ao final da leitura, a visão que temos de Ozzy é: 

Um homem cheio de falhas e acertos, com vícios e virtudes, que viveu altos e baixos na vida, e um pai que muitas vezes foi omisso, mas em outras sempre se preocupou com eles, sempre colocou sobre si a responsabilidade de ser um chefe de família, e em alguns momentos, a pesada responsabilidade de ser um ídolo de muitos.

Só faltam Bill e Geezer escreverem as deles agora!!!!

Em resumo: um livro obrigatório a todo bom fã de Metal que se preze, e não é à toa que foi um dos livros mais vendidos na lista do New York Times.

O que? 

Leitura é coisa de nerd, e você só quer saber da diversão que o Metal pode lhe proporcionar, ou de alguns idealismos?

Ora, ora, meus caros... Se alguns de vocês estão no meio Metal apenas por “sex, drinks and Metal” ou outro motivo, sinceramente, pouco irá diferir de outras tribos urbanas que estão fora do underground. O que mais nos difere deles, e que é defendido por muitos de nós é justamente a capacidade e vontade que alguns de nós possui na busca pelos prazeres da mente, de que possuímos algumas das melhores letras em comparação aos estilos mais populares...

Deixem de ser preconceituosos e leiam. E "Eu Sou Ozzy" é uma ótima opção para se começar.






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