21 de dez. de 2013

M:pire of Evil: O Retorno da Maldição



Por Marcos Garcia


Então os Sete Portais do Inferno se abriram novamente, e o M:PIRE OF EVIL saiu, dando ao velhos fãs de Metal enfartes consecutivos, pois na formação da banda estão dois ex-membros do VENOM, Tony “The Demolition Man” Dolan (baixo e vocais) e Jeff “Mantas” Dunn (guitarras e backing vocals), junto com Marc Jackson (bateria).

Alguns podem dizer “é apenas uma reunião”, desconhecendo que eles possuem dois álbuns, “Hell to the Holy” e “Crucified”,e vieram ao Brazil há algum tempo para uma tour de promoção do último.


Graças a Heavy and Hell Press, tivemos a chance de falar com eles e fazer esta entrevista. Então, deixem que os Portais do Inferno se abram mais uma vez e vejam o que eles têm a dizer.

Metal Samsara: Primeiro de tudo, gostaríamos de agradecer por esta oportunidade. Começando, como a idéia de formar o M:PIRE OF EVIL surgiu pela primeira vez? Falem um pouco como vocês se juntaram após algum tempo fora de evidência na cena do Metal. E o que vocês dois, Tony e Jeff, fizeram durante este tempo?

Tony “The Demolition Man” Dolan: Bem, obrigado por nos trazer aqui, e primeiramente é uma honra para nós.

Ao vivo no RJ
Como surgiu a idéia de montar o M:PIRE OF EVIL? Bem, Mantas estava fazendo um projeto musical chamado DRYLL, gravando e tocando ao vivo. Ele fez um show em um festival e como uma encore, eles tocaram “Black Metal” (onde ele fez os vocais). A música foi parar no Youtube, e os fãs começaram a sugerir que Mantas voltasse com The Demolition Man e fazer algo, já que ele não estava mais no VENOM.  Mantas então me chamou, e após um tempinho sugeriu que fizéssemos algo e me perguntou se eu gostaria de estar em uma banda novamente. Concordei e assim começamos o M:PIRE. Pedimos aos fãs para escolherem o nome da banda, e eles escolheram “Prime Evil”, que é o nome do disco que gravamos juntos no VENOM em 1989, mas outra banda, dos EUA, já usa este nome, e voltaram ao mesmo tempo em que anunciamos o nosso, então mudamos o nome... M:PIRI é um anagrama de PRIME, então P RIME EVIL se tornou MPIRE OF EVIL.

E antes disso, eu estive trabalhando como técnico em automação e fazendo espetáculos em teatros em Londres, e também estava seguindo minha carreira de ator, fazendo participações em filmes e TV.

Jeff "Mantas" Dunn: Eu estava com a banda MANTAS, que depois se tornou o DRYLL e vinha produzindo e também lecionando na Rockskool em um projeto para jovens músicos no Norte da Inglaterra.


MS: Alguns fãs apenas lembram de vocês dois pelos tempos no VENOM, especialemnte você, Jeff. Isso não aborrece vocês? Alguns podem ter ficado bem desapontados ao ouvirem os discos do M:PIRE OF EVIL, e eles não soam da mesma forma que os primeiros discos do VENOM, especialmente se estivermos falando do “Black Metal” e do “Welcome to Hell”...

TDM: Nos desapontar? (risos)… Não. Nós entendemos isso.

O VENOM é uma influência enorme, e esses dois discos em particular. Nenhum disco do VENOM conseguiu igualar esses dois primeiros, então, como com qualquer disco clássico, os fãs querem mais deles, mas é difícil se manter dessa maneira. Pense no MOTORHEAD com “Ace of Spades” ou o METALLICA com o “Master of Puppets”...

Jeff "Mantas" Dunn
Os discos do M:PIRE OF EVIL, “Hell to the Holy” e “Crucified” não soam totalmente como esses discos do VENOM, mas porque evoluímos como músicos, e gostamos de nos desafiar, e com o M:PIRE OF EVIL decidimos NÃO ser unidimensional, mas experimentarmos e fazermos seja o que for sonoramente... Então, fazemos Thrash como “Hellspawn” e Doom como em “The 8th Gate”, e mesmo Blues Metal como “Devil”. Então, você tem uma música no estilo do VENOM, como “Shockwave”. Em “Crucified”, estão músicas dos álbuns entre 89-92, mais duas inéditas, “Demone” e “Taking It All”, e há um tipo de sentimento como o do VENOM nelas... As pessoas entenderão isso, e eventual e esperançosamente não ficarão desapontadas com o que podemos fazer, especialmente ao vivo!


MS: Falando sobre “Crucified”, existem apenas duas canções novas, “Demone” e “Taking It All”. Todas as outras são versões para velhas músicas do VENOM, quando ambos estavam na banda. Qual é a razão principal para isso? Talvez “Cricified” seja um tipo de homenagem aos velhos tempos?

TDM: Bem, temos estas músicas antigas do VENOM porque os fãs nos pedem para tocá-las, e então tivemos fãs pedindo para relançarmos estes álbuns fora de catálogo e difíceis de conseguir. Tentei falar com a companhia que possui as velhas fitas máster, mas eles se recusaram a relançar, então simplesmente perguntamos aos fãs se colocássemos velhas músicas em um disco, quais seriam as que eles gostariam que fizéssemos.

Pegamos as listas de todos os discos, então fizemos nossa lista de vencedora, então as comparamos, e onde as mesmas canções apareciam, as selecionamos para gravar. Temos muitas ainda guardadas. Existirá um “Crucified II” em 2014. De qualquer modo, regravar significa que: a) os fãs conseguirão as músicas em um custo mais baixo, e b) elas se tornaram canções do M:PIRE agora, e podemos tocá-las ao vivo como se fossem nossas.



Tony "The Demolition Man" Dolan
MS: Um pergunta de grande curiosidade entre os fãs:Por que vocês não chamaram o Abaddon (ex-baterista do VENOM) para voltar com vocês? Vocês pensaram nisso no início? Ou ele está fora da cena e mesmo abandonou a música?

TDM: Abaddon está fora da cena e parou de tocar constantemente, então nunca consideramos a idéia (de tê-lo conosco). Também sentimos que precisávamos de uma visão mais técnica de bateria, e Abaddon tem um estilo muito específico. Novamente, o M:PIRE tem que se apto a tocar qualquer estilo que quiséssemos e não apenas um conjunto de músicas de um estilo específico. Talvez a idéia de ter Abaddon, Mantas e eu talvez tivesse sido uma idéia legal... O que me diz?


MS: Sobre o primeiro EP do M:PIRE OF EVIL, “Creatures of the Black”: duas músicas muito boas de vocês, e quatro versões para KISS, JUDAS PRIEST, AC/DC e MOTÖRHEAD. É estranho ouvir velhos clássicos do Metal e do Hard Rock em versões tão agressivas, então, como foi que tiveram a idéia de gravá-las? Não parece ser uma escolha aleatória... E as músicas “Reptile” e “Creatures of the Black” são as primeiras canções que compuseram juntos para o M:PIRE OF EVIL?

TDM: Sim, aquele EP foi feito porque, quando anunciamos a banda, as pessoas queriam que tocássemos ao vivo, mas na época tínhamos apenas um par de músicas e nenhum lançamento, e se tivéssemos feito shows, as pessoas iriam querer canções do VENOM, então decidimos lançar algo e tínhamos uma Demo de 4 faixas para o disco, então escrevemos duas músicas diferentes para o lançamento, então tivemos  a idéia: por que não gravar as canções das bandas que nos influenciaram?

Ao vivo no RJ
Então cada um de nós escolheu uma banda e canção dela que amamos, e que nos fizeram querer tocar em uma banda, e foi assim que fizemos a seleção. “Creatures of the Black” fez duas coisas: mostrou o M:PIRE OF EVIL com duas músicas, qual o direcionamento que tínhamos, e também mostrou às pessoas nossa herança e de donde estávamos vindo...


MS: Uma das características mais interessantes do M:PIRE OF EVIL é que mesmo tendo vocês dois, a música é bem diferente de suas bandas antigas e trabalhos anteriores, soando mais melodiosa e forte, com bons arranjos. Então, é muito difícil de escrever músicas novas, tentando evitar algo que fizeram antes? É apenas porque vocês dois não são duas crianças entrando na cena do Metal agora, mas dois caras experientes com os nomes gravados na história do Metal.

TDM: É isso que faz a diferença. Somos músicos mais velhos que viajaram pelo mundo e viram muitas coisas, que também experimentaram muito, então compomos naquilo que sabemos. Acho que quando escrevemos ou tocamos juntos, é sempre algo novo e divertido. É quase como que deixássemos as músicas ditar onde elas querem ir. Não começamos com alguma pré-concepção sobre a música e não tentamos fazê-la soar como alguma de nossas músicas anteriores, então é tudo original e não baseada no som de outras andas, como algumas bandas fazem. Você sabe, eles possuem uma banda que amam, então tentam SER aquela banda (risos). Patético. Seja você mesmo... O VENOM era o VENOM porque ninguém mais soava como eles, e o mesmo vale para as bandas clássicas... Seja individual... Todas as bandas d sucesso não eram como outras quaisquer. Este é o jeito do M:PIRE!


MS: Como dissemos acima, o último disco tem várias versões, então, podemos assumir que um novo álbum virá logo, talvez para o próximo ano? Existe alguma idéia para o próximo?

Marc Jackson
JMD: Sim, você pode. Não lançamos “Crucified” no lugar do novo álbum ou porque não tínhamos idéias. Nós o fizemos porque era a coisa certa. Então, para 2014, nós lançaremos um disco ao vivo, e então o novo disco de estúdio, chamado “Unleashed”, e outro 7” EP no final do ano (como p 7” “Demone” que lançamos este ano), um DVD e então “Crucified II”. E no final do ano, um Boxset com material extra e todos os que foram citados, além de uma camiseta edição especial.  O Boxset deve ser lançado em Novembro de 2014.


MS: Jeff, esta é especialmente para você: em 1986, o VENOM veio tocar no Brasil, pouco depois de você ter saído. Qual foi seu sentimento por não ter vindo tocar aqui naquela época? E por falar nisso, me permita dizer algo: respeito os dois guitarristas de então, mas pessoalmente, foi decepcionante para mim não ter visto você no palco (sim, eu estava lá!!)... E você acredita que os últimos shows aqui no Brasil são um sonho que se tornou realidade?

JMD: Tocar no Brasil foi uma honra e maravilhoso, e não consigo esperar até Outubro de 2014, quando voltarmos novamente! Mas em 1986, deixei o VENOM, e para ser honesto, não tinha idéia de que eles estavam indo ao Brasil, e mesmo que eles estavam me usando para promover os shows. Eu estava enojado e chocado quando todos os fãs brasileiros me falaram que foram enganados em pensar que Mantas estaria com o VENOM no Brasil. E estou feliz que pude ir com Tony e o M:PIRE OF EVIL por fim, e me desculpar com os fãs brasileiros pela decepção com o VENOM em 1986, mas posso dizer que RESPEITO todos os fãs que encontramos que vieram nos ver... Vocês são maravilhosos, e têm um país maravilhoso Também!

Ao vivo no Japão

MS: E falando em shows aqui no no Brasil, como sentiram as coisas por aqui? Gostaram do public brasileiro e dos shows? E por favor, voltem em breve!

TDM: Como Jeff já disse, estamos voltando ao Brasil para mais shows em mais cidades em 2014. E se gostamos do Brazil? Fodido, inacreditável, o país, pessoas, comida... Os fãs foram inacreditáveis, e fomos muito bem recebidos e cuidados, foi ótimo! Os shows foram fantásticos, e não queríamos ir embora. Sabemos que existe uma página chamada Hellspawn – Brazil, mantida por nossos grandes fãs daí, para partilhar suas fotos, vídeos, conversas conosco...

M:Pire of Evil: experiência e convicção

MS: Tony, esta é sua: você tocou no ATOMKRAFT, que para alguns velhos maníacos do Metal como eu, é o verdadeiro pai do Power/Thrash Metal. Como se sente sendo visto dessa forma, e podemos esperar algo novo da banda no futuro? E algumas das idéias que teve para o ATOMKRAFT pode ser usadas para o M:PIRE OF EVIL no futuro?

TDM: Bem, como no caso do VENOM, o ATOMKRAFT não é parte do M:PIRE, mas algumas canções podem aparecer (espere pelo Boxset no final de 2014!), mas sim, sobre a idéia de fazer um disco novo com o ATOMKRAFT. Eu fiz com a War Productions da Áustria um EP chamado “Cold Sweat” há alguns anos, mas todo ano eu prometo um álbum, mas não consigo finalizá-lo, mas estou trabalhando nisso. Haverão alguns shows, mas o M:PIRE OF EVIL vem em primeiro lugar.

E obrigado por suas palavras gentis. O ATOMKRAFT nunca teve o reconhecimento, pois estávamos entre a NWOBHM e o Thrash... Ninguém sabia exatamente quem éramos... Então perdemos (risos)... E estando na Neat Records, onde o foco era o VENOM não foi o melhor para a banda também...


Tony "The Demolition Man" Dolan
MS: Bem, como serão os próximos shows que farão por agora, e quais os planos para o ano que vem? Já possuem algo planejado?

Marc Jackson: Nós encerramos os shows de 2013, e agora teremos uma semana de folga para o Natal, então Tony irá continuar com os agendamentos e promoção, e Jeff irá continuar com as guitarras para o próximo álbum, além de masterizar as canções para o disco ao vivo. Iremos lançá-lo logo no início de 2014, a os primeiros shows começarão em fevereiro, começando na França, e depois no Reino Unido e EUA, então voltamos à Europa e de volta aos EUA e Canadá, depois o Japão em algum momento de 2014, e em Outubro/Novembro a América do Sul, incluindo o Brasil tão amado por Tony!


MS: Aqui no Brazil, a Heavy and Hell Press está trabalhando com você em termos de divulgação de imprensa. Como se sentem tendo o apoio de uma empresa do tipo no Brasil? Estão satisfeitos com o trabalho deles?

TDM: Eles são A MELHOR e é fantástico tê-los conosco como uma parte do M:PIRE!!! Estamos honrados por tê-los nos representando no Brasil!


MS: Agradecemos muito pela entrevista. Por favor, deixem sua mensagem para nossos leitores.

TDM: Obrigado pelo tempo e ótimas perguntas. Queremos agradecer aos f~ãs que vieram, que ouviram e que nos encontraram. Nos encontraremos novamente e iremos contruir o M:PIRE no Brasil. NÓS somos a SUA banda, sem merdas, apenas VOCÊS e NÓS.  E TODA ACLAMAÇÃO e RESPEITO a um dos maiores países e povos! Nos vemos em breve... E não esqueçam:

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O Metal Samsara quer agradecer à Heavy and Hell Press por nos conceder a oportunidade, bem como ao M:PIRE OF EVIL.
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