Metal Samsara: Brutal Exuberância - Território Perdido (CD)

25 de set. de 2013

Brutal Exuberância - Território Perdido (CD)

Independente - Nacional

Nota 8,0/10

Por Marcos Garcia

As extensões continentais do Brasil, muitas vezes, nos impendem de perceber a diversidade do Metal em suas várias regiões, em seus estados, e vez por outra, nos surpreendemos quando damos de cara com alguns trabalhos de onde menos esperamos, como é o caso do BRUTAL EXUBERÂNCIA, uma banda de Manaus, no Amazonas, que chega com seu primeiro trabalho, o CD 'Território Perdido', que é muito bom.

O quarteto é comprometido com o Thrash Metal, e esboça uma agressividade bem evidente em sua música, ou seja, é bom tomarem cuidado quando forem ouvir o CD, pois é uma verdadeira avalanche de vocais urrados fortes (a influência de João Gordo é bem evidente), uma dupla de guitarras com riffs e solos de guitarras fortes e pesados, baixo e bateria muito coesos em uma cozinha rítmica compacta e bem diversificada, e assim, a música da banda, mesmo não sendo inovadora, tem um enorme mérito: causar belas dores de pescoço no ouvinte, e de ouvidos nos vizinhos.

Produzido por Eddie Souza (dos estúdios E.S.P.) e pelo próprio quarteto, a produção é um pouco carente de peso em muitas horas, mas é clara e percebemos que estes caras estão dispostos a fazer uma música que seja bruta, mas bem feita, e podemos ver que os instrumentos estão audíveis separadamente sem problemas. Mas é importante que se ressalte: é uma produção independente, logo, o custo foi bancado pelo próprio grupo. A arte ficou em um nível muito bom, bem trabalhada, sem muitas extravagâncias visuais.

Musicalmente, o quarteto senta a marreta nos ouvidos de todos sem dó ou piedade, com letras em português (ou seja, chatos que não sabem inglês não terão o que reclamar), com bom nível técnico e com muita garra e energia.

O CD é composto da veloz e agressiva 'Apocalipto' (uma faixa com boa diversidade de andamentos), seguida pela curta e quase grindcore 'Alcoholic Domination' (única em inglês, com vocais bem furiosos), a bem trabalhada 'Território Perdido' (reparem na força da cozinha baixo/bateria), a ode ao nosso estilo musical e de vida 'Metal, Essa é a Minha Vida' (que bases pesadas e belo refrão), a arrasadora e Thrash/Crossover 'Zona Leste Town' (um murro nos tímpanos), e ainda temos a irônica 'Morro de Fome, Mas Não Trabalho', e fechando, 'Futuro Incerto', que começa cadenciada (o que mostra a força de baixo e bateria separadamente, e com ótimos riffs), e apesar de continuar com um tempo não muito veloz após a primeira mudança de tempo, mostra peso e boa técnica (reparem bem nos solos de guitarra).

Um disco muito bom, e esperamos que possam vir assolar os territórios abaixo do Equador em breve. E talento, eles possuem de sobra.