Eternal Hatred Records - Nacional
Nota 8/10
Por Marcos Garcia
E mais uma vez, eis que o orgulho do Death Metal de Salvador (BA) retorna com mais um artefato sonoro de destruição em massa. Sim, o HEADHUNTER D.C. volta à carga mais uma vez, e agora lançando o CD ao vivo 'Brazilian Deathkult Live Violence...', que anteriormente era um K7 lançado em 2002 pelo selo francês Eternal Fire, mas que a Eternal Hatred Records transformou em CD, tendo o trabalho de remasterizar todo o conteúdo musical.
Óbvio que falar do HEADHUNTER D.C. em termos de música é completamente desnecessário, pois o grupo não abre mão de suas convicções sonoras de forma alguma, ou seja, é aquele Death Metal de raiz, bruto, bem feito e com bom trabalho musical. A banda mostra que suas composições se alternam de forma coesa entre algumas velozes e outras mais cadenciadas, e sempre com bom nível técnico.
Em que pese que a qualidade original da gravação não ser de qualidade ótima (apesar da masterização ter ajudado bastante na melhoria), temos um produtor muito bom, que podemos comprovar que a energia de uma apresentação do quinteto, e sem nenhum "overdub". Mas é preciso lembrar que se as dificuldades em montar eventos com aparelhagens decentes hoje em dia, imagine na década de 90, já que este show é de 1995, em um show feito no Grapiúna Tênis Clube, em Itabuna (interior da BA), onde existia uma cena underground muito forte. Os detalhes sobre o show, bem como algumas curiosidades sobre este evento, podem ser conferidos no encarte, em um depoimento dado pelo vocalista Sérgio, que mostra toda a atmosfera romântica do underground brasileiro.
Em termos de músicas, o que esperar de um disco que trás músicas que estão nos dois primeiros CDs da banda, 'Born...Suffer...Die' de 1991, e 'Punishment at Dawn' de 1993?
A resposta: um show explosivo, cheio de energia e brutalidade!
De 'Forgotten Existence', uma faixa rápida e cheia de energia, passando por canções obrigatórias como 'Decomposed' (reparem nas vocalizações bem feitas e agressivas), 'Death Vomit' (com riffs mortais e bateria bem destruidora), a curta e explosiva 'Desunited', a brutal 'Searching for Rotteness', as clássicas 'Bloodbath' e 'Terrible Illusion' (esta, com um ótimo discurso de Sérgio, mostrando o sentimento de irmandade para com as outras bandas do evento, SCRUPULOUS e MORDETH, fora riffs insanos), a excelente versão para 'Buried Alive' do VENOM, um solo de bateria técnico (recurso muito usado por bandas veteranas na época, sabiam?), até chegar na longa e pesada 'Deadly Sin of the Soul', onde os momentos cadenciados mostra a técnica seminal da base baixo/bateria, e os mais rápido mostram o quanto as guitarras do grupo estavam afiadas e coesas. E ainda temos a faixa bônus em 'Am I Crazy', que abre seu primeiro disco e fecha esta ao vivo.
De lá para cá, a banda se tornou mais profissional, sua música evoluiu, a formação deu uma mudada, mas as raízes continuam firmes no Daath Metal, logo, 'Brazilian Deathkult Live Violence...' serve como testemunho de uma época de ouro para o underground da BA (bem como o brasileiro), e ao mesmo tempo, para mostrar que passou da hora de um novo "alive" por parte do grupo.
Tracklist:
01. Forgotten Existence
02. Intense Infanticide
03. Decomposed
04. Death Vomit
05. Disunited
06. Searching for Rottenness
07. Bloodbath
08. Terrible Illusion
09. Winds of Death
10. Buried Alive (Venom cover)
11. Drum Solo
12. Deadly Sins of the Soul
13. Am I Crazy? (cut off!)
Formação:
Sérgio Baloff Borges - Vocais
Paulo Lisboa - Guitarras
Simon Matos - Guitarras
Alberto Alpire - Baixo
André Moyses - Bateria
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