15 de abr. de 2013

Entrevista com Daniel Piquê




Daniel Piquê já é um Guitar Hero bem conhecido no Brasil, justamente por seus trabalhos em estúdio e ao vivo com artistas do porte de Billy Sheehan (STEVE VAI, DAVID LEE ROTH, MR. BIG e TALAS), Mike Mangini (EXTREME, DREAM THEATER, STEVE VAI), e Timo Tolkki (STRATOVARIUS, REVOLUTION RENAISSANCE), tanto em shows como gravações.

Aproveitando um espaço na agenda dele, fomos bater um papo com Daniel e saber do passado dele, dos planos presentes e do que ainda está vindo por aí.


Metal Samsara: Primeiramente, queremos agradecer por nos conceder esta entrevista, Daniel, então, vamos começar com uma pergunta básica: por trás de todo grande músico, há sempre uma boa história a ser contada. Conte-nos como começou a tocar guitarra, suas influências iniciais, e como foi que foi entrando na cena Rock, e como foi que surgiram as participações com Billy Sheehan, Mike Magnani e Timo Tolkki.

Daniel Piquê: O prazer é meu em compartilhar minhas loucuras! Minha mãe tocava piano e meu pai violão, então, em casa, eu sempre me lembro envolvido com musica. O tesão pela guitarra veio ao escutar um álbum do Yngwie Malmsteen que estava caído no meio da sala em uma tarde tediosa, depois, Jeff Beck.. Ali eu já fazia aulas em Minas Gerais.. A coisa foi indo e não parou mais. Sempre tive contatos com músicos como Stanley Jordan, então, a admiração pela guitarra só crescia com os anos. Até hoje o Jeff Beck é uma das minhas principais referencias como artista. Com relação às parcerias, cada uma teve uma história diferente, mas, todas fluíram naturalmente começando pelo respeito e admiração mutua. Eu sou a prova viva de que a musica é uma língua sem fronteiras e muito educativa. O fato deu sempre buscar a vanguarda musical acabou chamando a atenção de muitas pessoas bacanas, o que me abriu muitas portas e oportunidades para experiências únicas.


Metal Samsara: apesar da popularidade de certos Guitar Heros que essencialmente lidavam com música instrumental, poucos desses se firmaram no mercado externo, e no Brasil, sabemos que as coisas sempre são difíceis para músicos profissionais como você. Não seria melhor, nesse caso, buscar um trabalho com um vocalista, mais ou menos como o Yngwie Malmsteen faz?

Daniel: Eu acho mais fácil fazer o que eu gosto de fazer. Eu tenho vontade de fazer algo com os “canarinhos”, mas, hoje tenho desejos maiores na frente da fila haha...


Metal Samsara: A maioria dos Guitar Heros possui uma característica sonora somente deles, uma estilística, um detalhe que muitas vezes escapa aos ouvidos dos mais incautos, então, qual seria o seu diferencial em relação aos outros? Pelo que pudemos ouvir em seus trabalhos, você não faz parte da escola dos ‘Shredders’ atuais (NR.: o que no Brasil traduzimos como “fritadores”, ou seja, aqueles guitarristas que tocam em velocidades extremas)?

Daniel: Eu acabo usando as técnicas mais picantes na hora que entendo que a musica pede. Geralmente, os solos das minhas musicas são mais “ousados” do que as melodias que embalam a musica. Alguns me acham um shredder, outro dizem que estou em outra vibe.. Mas, na verdade, eu faço o que é verdadeiro pra mim, e é ai que acredito estar o diferencial. Ouvir de monstros como Billy Sheehan, Mike Mangini, Virgil Donati, Aquiles Priester.. coisas do tipo: “você é um gênio”, “inovador”, “inspiração para a evolução” etc.. me assusta, mas, são coisas que me animam a me descobrir mais. Produzir mais. Não me comparo com outros artistas, simplesmente faço o que tenho tesao em fazer. Hoje, minha carreira inteira é baseada em desenvolver novos caminhos musicais, então, acredito estar no caminho certo!


Metal Samsara: Ouvindo seus Singles e o álbum ‘Boo’, vemos uma diversidade musical bem grande, logo, não poderíamos classificar seu trabalho em uma vertente específica, mas e você? Já pensou no assunto, ou se pôr em alguma classificação?

Daniel: No começo da minha carreira eu dei nome para as minhas loucuras: Open Music. Mas, com o tempo, eu percebi que a gurizada que gosta do meu som é uma gurizada inquieta, que cada hora quer algo novo, diferente, inovador. Como eu sou assim e minha arte é parte de mim, seria estranho eu me enquadrar em um gênero só. A graça toda de quem me segue é exatamente esta, ninguém sabe o que eu vou apresentar amanhã, nem eu hahaha.. O mais engraçado é que tudo o que faço tem uma coerência, uma identidade. Dai é uma coisa que não sei explicar com palavras.. Talvez seja o fato da minha arte ser parte de mim mesmo! A verdade é tudo na musica, pra mim.


Metal Samsara: Nos seus projetos mais atuais, você tem planos de fazer shows ao vivo por todo o Brasil? A pergunta é motivada pela presença de Felipe Andreoli (ANGRA e KARMA) e Fábio Laguna (ANGRA, HANGAR, VERSOVER, entre outros) na banda, e que possuem trabalhos paralelos. Isso não dificulta as coisas?

Daniel: Eu gostaria muito! Hoje, realmente, toco mais fora do Brasil, mas, estou sempre em contato e fazendo projetos com esta gurizada, pode ser que role mais coisas pelo Brasil sim! Muitos planos em andamento..


Metal Samsara: Um pouco sobre guitarra: quais as dicas que dá aos que começam hoje em dia a estudar o instrumento? E como se pode escolher uma boa guitarra, sem cair no erro de ir atrás de uma somente pela marca? Não queremos dizer que o instrumento que o guitarrista comprou seja ruim, mas apenas que ele não supre o desejo do mesmo...

Daniel: Com relação aos estudos, acho que quem aprender, o quanto antes, que: “devagar se vai longe,” em menos tempo vão conseguir tirar aquele “puta solo”, vão evoluir muito mais enfim.. Conhecer teoria musical é muito bacana para entender o que já foi feito e ter ferramentas para criar coisas novas.. “as mina pira” hahaha Quanto à escolha da guitarra, eu indicaria uma de ponte fixa para entender o sistema de afinação (algo que julgo importantíssimo) de uma forma menos dolorosa no começo, mas, a melhor forma de comprar a guitarra é você ir na loja, experimentar uma que cabe no orçamento e escolher a que te faz sentir melhor. O importante neste primeiro passo é se divertir, até na escolha da sua companheira! Claro, ir acompanhado com um professor ou amigo que já toca há algum tempo é quase óbvio hehe.


Metal Samsara: Você ainda é bem jovem, logo, sabemos que virão outros trabalhos de dar água na boca no futuro. Poderia nos contar o que pretende fazer/lançar nos próximos meses, e o que nós podemos esperar de seu trabalho em 2013?

Daniel: Assim que eu terminar, neste primeiro semestre, dois trabalhos como diretor de vídeo para projetos do baterista Aquiles Priester, eu vou direto finalizar um novo single (intitulado OLD BOY) e possivelmente dois novos vídeo clipes. Já tenho musicas compostas com o Billy Sheehan no baixo, Virgil Donati e Kiko Freitas na bateria, mas estou esperando o tempo certo para gravar as guitarras e dar continuidade em um novo full álbum. Agora, confesso que estou adorando lançar single por single na internet. Me dôo mais, e as pessoas entendem com mais facilidade as minhas loucuras. Um site novo está sendo desenvolvido em parceria ao Gustavo Sazes, onde os downloads gratuitos vão ficar mais acessíveis, enfim.. 2013 vai ser uma festa!


Metal Samsara: Daniel, nós agradecemos demais por sua atenção e gentileza, e deixamos o espaço para sua mensagem para nossos leitores.

Daniel: ROCK ON! Fico feliz pela oportunidade de estar aqui com vocês, obrigado! Para você leitor, fica o convite para fazer parte das minhas redes sociais. Sou um guri muito conectado, sempre tem novidades por lá. Nesta minha temporada no Brasil, estou abrindo agendas para quem quiser que eu faça a direção de videoclipes, etc.. A minha intenção é elevar o nível da produção no nosso pais! No mais, muita arte esta sendo produzida, logo quero compartilhar, então, fiquem ligados! Um grande abraço. Up!


Instagram: @DanielPique
Twitter: @DanielPique
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