Century Media Records - Importado
Nota 9
Por Marcos Garcia
E um dos maiores orgulhos do Metal brasileiro chega com um tributo aos seus fãs.
O KRISIUN, banda gaúcha de Death Metal e um dos maiores expoentes mundiais do estilo, retorna à carga com 'Arise From Blackness', um compilação feita pela Century Media Records, que é um presente para os fãs da banda, sejam os 'die-hard' que os acompanham desde o início, sejam aqueles que estão começando a apreciar a banda hoje em dia.
'Arise from Blackness' nada mais é que a junção de dois discos da banda que estão fora de catálogo há anos, os seus primeiros registros fonográficos, os EPs 'Curse of the Evil One', de 1993, que originalmente era um Split com a banda VIOLENT HATE, e 'Unmercyful Order', de 1994.
Primeiro de tudo, o trabalho obviamente recebeu uma bela remasterizada, mas o trabalho ainda soa muito cru e com uma gravação bem ruinzinha, o que sejamos francos, não é para menos (para os que pensam no 'como é algo simples gravar um disco hoje em dia', é melhor se informarem como era o processo há 20 anos atrás, e terão uma visão das dificuldades), já que o então quarteto (pois nos supracitados discos, havia um segundo guitarrista, sendo Altamir Souza (in memorian) em 1993, e Maurício Nogueira em 1994) vinha do RS, e estava na transição para São Paulo, onde as dificuldades eram muitas, sendo uma maior que a outra (milhares de cartas para responder, horas de prática e uma alimentação de valor nutritivo questionável, pois a barra era extremamente pesada, e isso sem falar na distância de familiares), e mesmo assim, seguiram a máxima romana de Júlio César: 'Veni, Vici, Vini', ou seja, 'Vim, Vi, Venci'. O então trio venceu, impulsionado por força de vontade e sua música.
Falando em música, o que temos aqui realmente era o início da banda, e por mais que vários elementos que os tornaram gigantes da cena mundial já estejam presentes, o produto não faz justiça ao presente da banda, mas exalta seu trabalho e lutas. Nas músicas do EP 'Unmercyful Order', temos destaques na veloz e explosiva 'They Call Me Death', um festival de riffs demolidores; a técnica 'Unmerciful Order', com ótimos vocais e trabalho de bateria ótimos, com bumbos incessantes; os mesmos bumbos incessantes se fazem presentes em 'Crosses Toward Hell', mas as viradas e técnica mostram o quanto Max será reverenciado em alguns anos, isso sem mencionar riffs certeiros e solos alucinantes; velocidade e destaque para o trabalho da cozinha e os vocais urrados insanos é o que temos em 'Agonize the Ending'; e o hino 'Infected Core', com guitarras maçiças, vocais insanos e bateria bastante técnica. já as faixas que fizeram parte do Split tem uma gravação bem fraquinha mesmo (as guitarras estão baixas, exceto nos solos), mas se pode perceber as sementes da sonoridade que a banda iria mostrar mais adiante 'Rises from Black', onde mais uma vez a bateria rouba a cena, bem como torna a fazê-lo em 'Sinner's Scorn', onde as guitarras aparecem um pouco mais, mostrando riffs e solos abusivamente violentos.
Um tributo ao passado, que serve para conhecermos bem as raízes da banda, e sabendo das dificuldades que passaram e verem onde chegaram, é uma lição de honestidade para todos nós que vivemos no underground.
Tracklist:
01. They Call Me Death
02. Unmerciful Order
03. Crosses Toward Hell
04. Agonize the Ending
05. Summons of Irreligious
06. Meaning of Terror
07. Infected Core
08. Insurrected Past
09. Rises from Black
10. Sinner's Scorn
11. Evil Mastermind
12. Prophecies of the Plague
13. The Dead are Rising Up
Formação:
Alex Camargo - Baixo, vocais
Max Kolesne - Bateria
Moyses Kolesne - Guitarras
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