20 de out. de 2012

Imperium Infernale - Primitivo


Soul Erazer - Nacional
Nota 8,5

Por Marcos Garcia

Definitivamente, a cena Black Metal brasileira vive nos presenteando com bons valores vez por outra, já que não é raro encontrar bandas que sigam os dois extremos do estilo, ou seja, umas primam por trabalhos musicais mais bem elaborados, e outras, apostam firme em sonoridades mais antigas. E quase sempre, o trabalho é digno de menção honrosa, pois fazer Metal, em qualquer vertente que seja no Brasil, não é algo simples.

Apesar de já estarem na estrada há um tempinho, somente agora o IMPERIUM INFERNALE, de São Paulo, chega com seu primeiro full lenght, 'Primitivo', cujo nome já é bem sintomático, pois a banda segue a trilha do Black Metal feito em sua segunda geração, ou seja, aquelas bandas do início da década de 90, na veia do DARKTHRONE e MAYHEM. 

Trocando em miúdos: o som é cru, fugindo de algo mais complexo ou com velocidade relativística, focado em uma sonoridade mais sortuna e climática. 
Vocais ríspidos e rasgados, riffs de guitarra razoavelmente simples, mas fortes e diretos, cozinha baixo-bateria muito bem entrosada e longe de ser simplista, pois a diversidade rítmica da banda é algo assombroso, seja nos momentos mais acelerados, seja quando a banda fica mais cadenciada. E o detalhe mais importante: o trabalho pulsa com vida própria, pois apesar da banda não fazer nada de novo, é competente no que apresenta e tem personalidade.

Produzido por Augusto Lopes (guitarrista do ETERNAL MALEDICTION, e que fez parte da banda no início, em 2003) no Casa Negra Studio, a gravação foge da sujeira comum, apostando em algo bem audível, o que abrilhanta ainda mais o trabalho, já que nenhum detalhe ficou escondido dos ouvidos, logo, ponto positivo para a banda. Já na questão visual, a banda aproveitou os tons de preto, branco e cinza para fazer algo mais simples, mas com bom impacto visual, bem como temos as letras presentes.

O nível do CD é bom, mantendo-se assim quase constante, pois existem pontos altos, como 'Symbol of Victory', com riffs simples e funcionais, fora vocais rasgados de doer os tímpanos dos mais incautos; 'Escolhido Imortal', outra faixa mais rápida; a cadenciada e empolgante 'Death in Honour', que graças ao andamento mais ameno, se torna mais bem trabalhada nos riffs e base rítmica, especialmente a bateria com seus bumbos duplos; 'LXIX', com seu andamento moderado, que remete aos primórdios do Black Metal grego; a mezzo rápida, mezzo climática 'Invocare', elementos presentes também em  'The Sign of the Black Sun', outra faixa bem forte e mórbida.

Um bom trabalho, honesto e fruto de muito esforço, que chega até nós, e merece aplausos. E corram atrás, pois a tiragem é de apenas 500 cópias.

Em tempo: o guitarrista Aversus é citado, mas já saiu da banda.

A.N.U.S.


Tracklist:

01. A.N.U.S.
02. Symbol of Victory
03. Escolhido Imortal
04. Death in Honour
05. LXIX
06. Satan's Child
07. Invocare
08. Nossa Senhora dos Prazeres
09. Holy Whore
10. The Sign of the Black Sun


Formação:

Áscaris - Vocais
Morbius - Guitarras
Aversus - Guitarras
Salles - Baixo
Impaler - Bateria



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