Metal Samsara: Dublin Death Patrol

18 de set. de 2012

Dublin Death Patrol – 4 Life (CD)

Hellion Records – Nacional

Nota 8,5

Por Marcos Garcia

Quando figures icônicas em qualquer vertente do Metal se reúnem, em geral, o produto é recebido com expectativas. Quanto maiores os nomes envolvidos no projeto, tanto maior é a exigência dos fãs em relação ao que virá, e isso já causou algumas dores de cabeças crônicas, bem como já gerou discos sublimes na história do Metal. E um ótimo projeto, que merece figurar entre os grandes, é o DUBLIN DEATH PATROL, cujo primeiro CD, ‘4 Life’, chega em versão nacional via Hellion Records.

Tirando os nomes de Chuck Billy (do TESTAMENT) e Steve ‘Zetro’ Souza (ex-TESTAMENT, EXODUS, TENET, e atualmente no HATRIOT), temos gente de peso como Willy Lange (LÄÄZ ROCKIT), Eddie Billy (ex-VIO-LENCE), Andy Billy (ex-RAMPAGE, GUILTY, SACRED DOG), ou seja, um time de caras bem calejados e de nome, logo, isso jogou o nível de exigência lá encima, o que pode ter decepcionar alguns fãs, porque apesar de ser um disco de Thrash Metal, ao mesmo tempo, surgem várias influências musicais diferentes, bem como soa espontâneo, cheio de vida e empolgante, mas distante do que esperamos de um disco onde membros das bandas citadas estão presentes.

A produção, feita por Vincent Wojno, deixou o disco com uma gravação um pouco mais suja, remetendo um pouquinho aos trabalhos mais oitentistas, isso sem soar datado, mas cheio de vigor e espontaneidade. A produção visual é muito boa, exalando um bom humor típico da simplicidade, bem legal mesmo.

Sonoramente, este CD tem uma mordida forte, porque as marcas ficam desde a primeira audição, de tal forma que as músicas ficam ma mente do ouvinte, como a forte ‘R.I.P.’, que empolga o ouvinte graças aos riffs muito bem feitos, fora as vozes de ‘Zetro’ e Chuck se alternando, inclusive com este último usando de seu timbre mais grave de voz (pois como o disco é original de 2007, ele ainda usava o vocal mais urrado); a destruidora de pescoços ‘Unnatural Causes’, outra que empolga bastante, com ótimo refrão e trabalho de bateria insano; a ótima e não tão veloz ‘Mentally Unstable’, onde ‘Zetro’ solta berros enlouquecidos, bem como o solo é algo de muito bom gosto; a cadenciada e explosiva ‘Pigs in the Hollow’; a quase Sludge/Thrash ‘DDP for Life’; as versões de ‘Iron Fist’ do MOTORHEAD, ‘Cold Sweat’ do THIN LIZZY, e ‘Lights Out’ do UFO, cada uma delas com atrativos maravilhosos, em versões bem personalizadas, soando espontâneas e vivas, sem descaracterizar as clássicas versões originais; a mais Rock and Thrash ‘Trail of the Executioner’; e ‘Corruption’, que inicia com sons tribais indígenas (obviamente todos sabemos que Chuck Billy é um ativista da nobre causa de preservar a cultura dos índios norte-americanos), para logo virar outra destruição de tímpanos mais refreada e pesada, e que após seus 5:18 minutos, vira outra faixa, a escondida ‘Central Pomo India Songs’, onde vemos uma longa homenagem ao povo indígena, com músicas rituais de tais etnias que tanto sofrem discriminação. Provavelmente alguns colonizados mentais irão criticar a iniciativa.

Discaço, e palmas para a Hellion Records por disponibilizar a versão brazuca.

R.I.P.