Nuclear Blast - Importado
Nota 10
Por Marcos Garcia
Já vai longe a época áurea do Thrash Metal, quando a cada dia, uma nova banda surgia, e era fácil ver que algumas delas iriam durar muitos anos, bem como mantendo suas raízes e brindando-nos com música de alto nível, apesar de uma ou outra escorregadela. Só que o TESTAMENT exagerou na dose, e soltou um dos discos que devem estar figurando na lista de ‘melhor disco do ano’ de muitos, o animalesco ‘Dark Roots of Earth’, que saiu há algum tempo pela Nuclear Blast, e deve ter sua versão nacional em breve.
Primeiramente, a arte é de saltar os olhos de tão bonita, antenada com a mentalidade de Chuck Billy, que descende do povo indígena americano, e sempre busca levar a temática sobre suas raízes adiante. Um exemplo a ser seguido por aqui, onde muitos se envergonham de nossos índios.
Na parte da produção musical, o disco foi gravado nos Driftwood Studios, em Oakland, Califórnia, e basta apenas dizer o nome do produtor para encerrar esta conversa: Andy Sneap.
O disco em si resgata muito do que a banda fez em sua fase mais brilhante, entre o ‘The New Order’ e o ‘Souls of Black’, ou seja, aquele Thrash Metal trabalhado, melodioso, mas intenso e com muita agressividade, ou seja, Chuck continua aquela linha mista de cantar com um timbre mais agudo de voz (como fazia no passado) e alguns urros mais guturais (que ele usou na fase ‘Demonic’/’The Gathering’), Alex Skolnick e Eric Peterson esbanjam força e feeling em riffs maciços como uma muralha e solos muito bem tocados, se mostrando uma das melhores duplas de guitarras do Thrash Metal atualmente, e a cozinha formada por Greg Christian e Gene Hoglan está abusivamente pesada e trabalhada. E imaginem este time soando de forma compacta e coesa... Coitados de muitos que teimam em ser clichê nos dias de hoje...
O disco é forte e pesado o tempo todo, e destacar uma ou outra faixa seria um pecado mortal, pois todas são excelentes, mas sempre tem aquelas benditas que se mostram logo de cara, como brutal ‘Rise Up’, com ótimo trabalho dos vocais, bem como pelos bumbos e bateria; ‘Native Blood’, cuja letra (e vídeo) tratam da cultura indígena, um festival de riffs e solos ótimos, bem como um refrão maravilhoso, e que cozinha; a mais refreada e pesada ‘Dark Roots of Earth’; a raivosa e rápida ‘True American Hate’; a densa e cadenciada que leva a cabeça a agitar ‘A Day in the Death’; a semi-balada ‘Cold Embrace’; as empolgantes ‘Man Kills Mankind’ e ‘Throne of Thorns’, esta última mais cadenciada e com um trabalho absurdo das guitarras; além da mortífera ‘Last Stand for Independence’, outra que empolga muito. E para aqueles que pegarem a versão Deluxe, temos ótimas versões para ‘Dragon Attack’ do QUEEN, ‘Animal Magnetism’ do SCORPIONS e ‘Powerslave’ do IRON MAIDEN, tão boas quanto as originais, mas com a pegada Thrash trabalhada da banda, logo, ficaram bem pessoais, além da versão estendida de ‘Throne of Thorns’.
Este disco chega a ser um crime de tão maravilhoso, e perdão pelas palavras, mas o TESTAMENT merece lugar de destaque no chamado ‘Big Four’, no lugar de qualquer um deles, já que da velha guarda, sem sombra de dúvidas, são os que estão compondo músicas de alto nível, e talvez este seja o disco do ano do Metal Samsara.
Native Blood
Tracklist:
01. Rise Up
02. Native Blood
03. Dark Roots of Earth
04. True American Hate
05. A Day in the Death
06. Cold Embrace
07. Man Kills Mankind
08. Throne of Thorns
09. Last Stand for Independence
10. Dragon Attack (QUEEN)
11. Animal Magnetism (SCORPIONS)
12. Powerslave (IRON MAIDEN)
13. Throne of Thorns (Extended Version)
Formação:
Chuck Billy – Vocais
Alex Skolnick – Guitarras
Eric Peterson – Guitarras
Greg Christian – Baixo
Gene Hoglan – Bateria
Chris Adler – Bateria em ‘A Day in the Death’ do Itunes.
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