Bret Hard Records – Importado
Nota 9,5
Por Marcos Garcia
A Alemanha sempre é visto como uma terra de fortes tradições em termos de Metal, e isso desde o distante início da década de 70, quando o país mostrou ao mundo grandes nomes, o que se repetiu na década de 80, se tornando quase uma nova Meeca para o Metal, fosse qual fosse a subdivisão que o leitor quisesse encontrar. De uns tempos para cá, a Alemanha ficou meio escondida, mas sem nunca parar a produção de boas bandas, e mais uma a se juntar ao time é o quinteto de Bonn, Leviathan, que chega com seu primeiro Full Lenght, Beyond the Gates of Imagination Part I, após seu EP de estreia de 2010, From the Desolate Inside.
A banda trilha os caminhos do Progressive Death Metal, e diferentemente de muitas bandas que tornam o som tão experimental que tende a se tornar incompreensível ou até mesmo enfadonho, a banda faz um trabalho um pouco mais seco, e justamente reside a grande virtude da banda, porque seu trabalho fica bem acessível aos não iniciados, logo, tende a alcançar um bom público. E que, por falar nisso, a banda merece.
A banda faz um som que mixa técnica, peso e brutalidade com melodias bem Tradicionais, ou seja, temos ótimos vocais que variam do rasgado ao gutural sem nenhuma dificuldade, grande trabalho de guitarras, que leva o ouvinte a crer que, se Dave Murray e Adrian Smith quisessem tocar Death Metal, soaria assim (mas isso não quer dizer que os rapazes copiem os dois, please!!!), uma dupla baixo-bateria que sabe fazer um trabalho digno de menção, porque ambos não só dão peso à banda, mas ao mesmo tempo, dão ótima variedade de andamentos, e isso sem falar nos teclados bem postados, aparecendo muito bem em algumas intervenções nos momentos certinhos.
A produção sonora é ótima, feita no Big Easy Studio, e nas carrapetas, nada mais, nada menos que o legendário Waldemar Sorychta (que produziu Therion, Moonspell, Grip Inc, Enemy of the Sun, entre tantos outros), logo, o resultado não poderia ser outro.
O CD é daqueles que se ouve com um babador por perto, porque a banda é de deixar o ouvinte de queixo caído.
Abrindo, Beneath a Blackened Sky, repleta de grandes variações rítmicas, com os vocais e a cozinha fazendo um trabalho muito bom, sendo os riffs muito empolgantes, e encontraremos os mesmos elementos em Where Light and Death Unite, onde há a presença de um belo violão flamenco; Reaper’s Edict é mais intensa e climática, usando menos da velocidade, onde encontramos um belo trabalho dos teclados e guitarras bem melodiosas à lá Maiden; Servants of the Nonexistent, onde o começo é o de uma música folk tradicional, e se mostra uma música também mais amena e embalada por forte clima denso, com vocais normais bem encaixados aqui e ali, fora ótimos solos de guitarra; The Scourge We Wield já pega um pouquinho mais de velocidade, as com peso e lindas intervenções de vocais femininos, e novamente, as guitarras se destacam bastante e a música empolga; About Fangs and Feathers é uma música focada em grandes quebradas de ritmo e em momentos amenos, onde o baixo aparece bastante, bem como uma condução de primeira da bateria; e Sway of the Stars, uma faixa onde agressividade, técnica e melodias se mixam de maneira harmônica, com algumas levadas no 1X1 na bateria, onde o trabalho das guitarras está simplesmente fantástico.
Um ótimo nome, uma grata surpresa, e mais um que irá pintar na lista dos melhores discos do ano de muitos.
Beneath A Blackened Sky
Tracklist:
01. Prologue
Act I – Conduct
02. Beneath a Blackened Sky
03. Where Light and Death Unite
04. Reaper’s Edict
Act II – Essence
05. Servants of the Nonexistent
06. The Scourge We Wield
Act III – Ambition
07. About Fangs and Feathers
08. Sway of the Stars
Formação:
Jonas Reisenauer – Guitarras e vocais
Tobias Dahs – Guitarras
Tom Heinz – Baixo
Tobias Parke – Bateria
Fabian Gocht – Teclados
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