Frontiers Records - Importado
Nota 8,5
Por Marcos Garcia
A Noruega ficou conhecida no mundo inteiro após toda a polêmica ocorrida devido à queima de igrejas entre 1992 e 1993, e então, houve uma verdadeira invasão dos estilos mais extremos no país, mas após uma assentada na poeira, eis que surgiu por lá, em meio ao sucesso do Power Melódico um ótimo talento: Jørn Lande, que tem trabalhos no Ark e no Masterplan (apesar de ter cantado em outras bandas antes dessas), tem mantido uma carreira solo com sua própria banda, Jorn, em uma constante de bons trabalhos desde 2000, e que nos chega com mais um em Bring Heavy Rock to the Land, que acaba de sair. E não, o nome do disco não é um trocadilho com o sobrenome de Jørn.
O trabalho em si é um pouco mais do bom e velho Hard’n’Heavy pesado com ares de anos 80 que já nos acostumamos a ouvir da banda, elegante e forte, com ótimas melodias e sem ser agressivo, sempre apoiado na ótima voz de Jørn, mas a banda inteira é muito boa, pois as guitarras são bem pesadas e melodiosas, sejam nas bases ou nos solos, baixo firme e com momentos aqui e ali mais virtuosos, e bateria firme e pesada, sabendo manter o andamento sem problemas.
A sonoridade que sai dos falantes é bem forte, intensa, limpa e pesada, graças à produção sonora bem feita por Jørn, e na mixagem e masterização, onde a presença de Tommy Hansen deixa cada instrumento em seu devido lugar, sem embolar e perder peso. A arte do CD, como sempre, é muito bem elaborada, bem feita e acabada.
Sonoramente, não esperem algo muito diferente do que a banda já fez antes, embora pareça mais maduro e a sonoridade esteja um pouquinho mais acessível, porque há um feeling Rock and Roll de raiz aqui e ali, como na pesada faixa que abre o CD, Bring Heavy Rock to the Land, com aquele climão forte da carreira solo do God Ronnie James Dio, especialmente pelo andamento não tão rápido que privilegia o peso, o que é visto também na ótima A Thousand Cuts; a versão para a música Ride Like the Wind, de Christopher Cross, embora os arranjos também puxe bastante para a feita pelo Saxon nos anos 80; a semi-balada The World I See, que alterna momentos lentos e sensíveis com outros mais pesados; a versão para Time to Be King, do Masterplan, que ficou em uma versão mais limpa, um pouco menos pesada e mais acessível aqui, mesmo sem teclados, mas muito boa; a energética e contagiante Ride to the Guns, com o baixo fazendo um trabalho bem ‘maideniano’, pois a canção lembra bastante o que se viu na NWOBHM, e com um refrão bem legal e empolgante; a acessível balada obrigatória Black Morning, que mostra o lado mais comercial da banda, embora a voz de Jørn mostre-se bastante versátil na música; e I Came to Rock, essa muito cheia de elementos de Rock and Roll, mas pesada e com muito punch. Para os afortunados, ainda existe uma bônus em Live and Let Fly, que mantém os mesmos elementos vistos nas outras faixas do CD.
Em suma, mais um bom trabalho da banda, sendo que aqueles que são fãs continuarão sendo-o, mas quem não, pode ter belas surpresas com o CD.
E uma amostra do que os espera:
Bring Heavy Rock to the Land
Tracklist:
01. My Road
02. Bring Heavy Rock to the Land
03. A Thousand Cuts
04. Ride Like the Wind
05. Chains Around You
06. The World I See
07. Time to Be King
08. Ride to the Guns
09. Black Morning
10. I Came To Rock
11. Live And Let Fly (Bonus Track)
Formação:
Jørn Lande – Vocais
Tore Moren – Guitarras
Jimmy Iversen – Guitarras
Nic Anglieri – Baixo
Willy Bendiksen – Bateria
Contatos: