MDR Records – Nacional
Nota 9
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
Um dos diferenciais das bandas da cena Metal nacional é a capacidade de, ao mesmo tempo, manter as características sonoras dos estilos quem chegam de fora em nosso país, mas ao mesmo tempo, são capazes de soprar uma essência musical diferenciada do que se vê mundo afora. Uma banda de Metal brasileira que se preze sempre mostra as garras na hora que a coisa esquenta. E as bandas que vem de Minas Gerais fazem isso com maestria, sempre surpreendo-nos quando menos esperamos.
E mais um dessa ótima leva das Geraes é o Paradise in Flames, de BH, que executam em seu primeiro CD, Homo Morbus Est, um Black Metal mórbido na veia da escola grega, ou seja, focado mais na climática soturna e densa do que na velocidade, embora existam momentos mais agressivos e ríspidos.
O trio usa e abusa de sua música, sabendo ser versátil e criativo dentro de suas estruturas estilísticas, mas ao mesmo tempo, sentimos pulsando uma vida própria, especialmente em vários momentos empolgantes da banda.
A arte do CD foi feita por Marcelo HVC, o conhecido designer brasileiro que está sempre em evidência por seus trabalhos com bandas conhecidas do exterior, e é muito bonita e bem feita. A sonora, feita por Ronei Silva e A. Damien (guitarrista, vocalista e tecladista da banda) é bem densa e crua, mas isso torna a atmosfera opressiva do CD bem evidente, sem, no entanto privar o ouvinte de clareza para conseguir ouvir cada instrumento e que a complexidade de sua música seja compreendida por todos.
O trio é capaz de fazer um CD bem intenso e forte, mantendo um nível muito bom do início ao fim sem cansar o ouvinte, destacando-se Everlasting Scars, com velocidade moderada e momentos soturnos muito interessantes; a ‘necromantiana’ Empty Feelings; a mórbida e terrorosa Epilogue, com um andamento mais lento firme e muitos momentos bastante enriquecedores, devidos às variações interessantes, assim como Marks of a Lost Innocence, que tem um andamento um pouco mais rápido, com guitarras bem sacadas; Mortal Ossetia, com andamentos variados bem estruturados e unidos; It’s All Wrong, onde as vocalizações se destacam bastante; a quase ‘Rock and Roll’ em vários momentos Black Legion; Blurred Faith, também com boa velocidade; e a bem climática The War is About to Begin, lembrando alguma coisinha lá do clássico I.N.R.I., de todo-mundo-sabe-quem.
Este CD é de 2006, e pelo que sabemos o novo já está em fase final de gravação, logo, este ano deve sair o segundo, agora com um quarteto.
Que venha logo!
E para incentivar o caro leitor, eis a faixa Black Legion:
Tracklist:
01. Orchestra of the Days (Intro)
02. Everlasting Scars
03. Cancerous Cells
04. Empty Feelings
05. Epilogue
06. Marks of a Lost Innocence
07. Mortal Ossetia
08. It's All Wrong
09. Black Legion
10. Five Pillars of Genocide
11. World's Sickness
12. Blurred Faith
13. Prelude
14. The War is About to Begin
Formação:
R. Andrade – Guitarra e baixo
A. Damien – Guitarra, teclados e vocais
T. Andrade – Bateria
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