Por Marcos "Big Daddy" Garcia
A cena de Metal carioca, em que pese os famosos problemas de desunião entre os fãs do gênero, é extremamente fértil. Sempre existem bons nomes aparecendo e dando o que falar em termos de qualidade. E um nome interessante que está mostrando a cara no momento é o do LYRIA, uma banda de Symphonic Metal que acaba de lançar seu primeiro disco, "Catharsis", via crowdfunding.
Com uma mãozinha da Blog'n'Roll Produções, lá fomos nós bater um papo com a banda e saber um pouco de sua história, planos e ambições.
Aline Happ (vocais) |
Aline: Olá! Muito obrigado pela entrevista! O LYRIA foi fundado em 2012 por mim (Aline Happ) e começou tocando covers de bandas de Symphonic Metal, mas sempre houve a ideia de partir para o trabalho autoral. Em 2013, com a entrada de Thiago Zig (baixo) e Eliezer André (bateria), a proposta enfim foi para frente. A formação atual conta ainda com um guitarrista para os shows. O nome "Lyria" tem diferentes inspirações: remete à lira, importante instrumento musical para os gregos, à flor Lilly (lírio) e a palavra inglesa “lyrics” que significa letra de música. É um nome sonoro e delicado, porém marcante e sem meias palavras, assim como nosso som. =)
BD: Um fato interessante que soubemos é que "Catharsis" foi lançado por meio de um projeto de crowdfunding (NR.: onde os fãs pagam uma quantia de dinheiro por um pacote. Em geral, existem diferentes pacotes com diferentes valores) de 8.000 U$D, mas o interessante é que parece que a maior parte veio do exterior, e quando vocês só tinham duas músicas gravadas. Como foi que tiveram a idéia de optar por esta forma de captação de recursos para poderem lançar o disco? E podem dizer o motivo da maior parte desse dinheiro vir do exterior?
Aline: Um amigo já havia feito uma espécie de financiamento coletivo que rendeu um retorno. Como não custava nada tentar, acreditamos neste conceito, mas o resultado foi realmente surpreendente. O metal sinfônico tem muitos seguidores na Europa e como temos uma pitada de alternativo, conseguimos bastantes fãs nos EUA também. Acreditamos que o Brasil ainda não nos descobriu, muitas pessoas aqui não conhecem o gênero ainda. Em países da Europa é comum você ouvir uma banda de sinfônico numa rádio rock, aqui já é mais difícil.
BD: Ainda falando sobre "Catharsis", de onde veio a idéia para o nome do disco? Ele tem alguma relação com o trabalho musical e/ou lírico da banda? E por falar em letras, existe um tema central sobre os quais escrevem?
Aline: O álbum todo é uma Catarse e foi daí que tirei a ideia para o nome. As letras falam principalmente sobre superação e alguns conselhos para que mudanças boas ocorram. Algumas letras contam ainda com uma pitada de mitologia disfarçada como em Phoenix "Rebirth", "Phoenix Cry" e "Reflection".
BD: Mais uma: vocês não tiveram um guitarrista fixo na gravação, então tiveram como convidados Marcelo Oliveira (guitarras, baixo, programação de bateria), Sérgio Filho, além de Rafael Picolo (flauta). Como chegaram até eles? E qual foi a sensação de gravar com esses três?
Thiago Zig (baixo) |
BD: Vocês costumam fazer shows acústicos e vender pela internet, não é? Como é que funciona isso, em termos práticos? Isso é, como é visualizado, se é gravado ou em tempo real, e como contatar vocês para esse formato?
Aline: Sim, vamos fazer nosso terceiro show online no início de dezembro. Vendemos ingressos e as pessoas podem assistir ao vivo ou depois através de um link secreto (o show fica gravado e disponível por um tempo). As pessoas podem comentar e interagir com a banda ao vivo através do evento no Facebook.
BD: Já que falamos em internet e tudo mais, vocês possuem um vídeo oficial para a canção "Jester". Como foi a escolha dela para vídeo oficial? E vemos que existe toda uma estória e preocupação estética nele, estamos certos? Conte-nos mais detalhes.
Aline: Eu sempre senti que "Jester" era pesada e tinha cara de single. Eu adoro essa música! Haha! O roteiro foi desenvolvido por mim e pelo Zig que construiu até alguns planos de câmera. A música fala sobre alguém que acredita ser o rei do pedaço, mas na verdade se comporta como um bobo da corte. As pessoas tentam ajudar, mas o "Jester" prefere se isolar e acreditar que ele é melhor do que tudo e todos... só que em breve ele será substituído. A música não necessariamente fala de amor mas, resolvemos retratar dessa maneira no clipe.
Eliezer André (bateria) |
Aline: Com certeza! Estamos trabalhando juntos para muitas novidades em 2016! A parceria começou há um mês depois do Roberto não resistir ao nosso charme, hehe. Tivemos todos uma conversa com ele, ele escutou o material e acreditou na gente. =)
BD: Bem, como "Catharsis" tem se saído em termos de crítica e público? A aceitação tem sido boa? Algum feedback?
Aline: Maravilhosa! As pessoas gostam muito, inclusive pessoas que não são muito chegadas ao symphonic metal. Para ficar ainda melhor só precisamos de mais divulgação! Haha! Temos diversas resenhas na internet, a maioria estrangeira. O legal também é que as pessoas normalmente dizem ter mais de uma música preferida e que gostam de todas do álbum.
BD: E shows ao vivo? Já existem previsões, ou algo mais concreto?
Lyria: Em breve teremos novidades para 2016! =) Por enquanto teremos mais um show online dia 5 de dezembro. Mais detalhes no nosso site lyriaband.com. E também estamos começando a conversar sobre o segundo clipe do CATHARSIS!
BD: Agradecemos demais pela entrevista, e o espaço é de vocês para sua mensagem aos nossos leitores.
Aline: Muito obrigada pela entrevista! Espero que vocês tenham gostado. Quem quiser saber mais do nosso trabalho, seguem nossos links oficiais. Esperamos uma mensagem de vocês na nossa página! Também é possível escutar nosso álbum no Spotify, Deezer, entre outras plataformas digitais. Mais uma vez, obrigada!
Vejam o vídeo de "Jester":
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