Nota 9,5/10,0
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
A fusão de gêneros sempre rendeu muito para os estilos dentro Metal, do Punk/HC e para o próprio Rock’n’Roll como um todo. Tal qual vemos na natureza, as fusões vão criando maior e mais ampla diversidade musical. E isso mantém o gênero vivo enquanto tantos outros ficam estagnados, parados no tempo e presos a um tipo muito específico de público. E como é bom ver que as terras de Brasília ainda revelam bandas ótimas como o JOHN NO ARMS, que chega com seu primeiro álbum, “Bar”.
Transpirando ironia e um forte odor de álcool, o quarteto funde elementos do Metal, do Rock’n’Roll, Punk e HC para criar uma música híbrida e pesada, que chega a nos assombrar em muitos momentos, mas sempre sendo consensual e bem diferente do que vemos por aí. O trabalho da banda lembra um pouco uma mistura de MOTORHEAD e alguns aspectos do Metal extremo, outras horas com a adrenalina azeda do Punk, e lá vão eles para cima de tudo e todos, sem respeitar barreiras ou fronteiras. Vocais gritados e bem diversificados, riffs de guitarra ótimos e certeiros, baixo e bateria criando uma base rítmica variada que permite a banda explorar bastante sua imaginação e musicalidade. E o produto final é incrível.
Gravado no Orbis Estúdio em Brasília (DF), “Bar” foi produzido pelo vocalista Renato BT, e mixado e masterizado por Marcos Pagani. A sonoridade é pesada, intensa e crua na medida certa, pois ouvimos cada instrumento separadamente sem problemas, ao mesmo tempo em que o peso e força da banda estão intocáveis.
John No Arms |
Em 14 canções ótimas (algumas bem curtas), o JOHN NO ARMS mostra que qualquer coisa que é realmente ridícula acaba virando uma anedota, e eles não se furtam em usar o bom e velho espírito irreverente do Rock’n’Roll para fazer o que quer que seja de piadas.
Melhores momentos em um CD que é ótimo do início ao fim: a crua e azeda “John No Arms” (belíssimo trabalho nas guitarras em uma faixa que funde elementos de HC, Punk e alguns toques de Metal), a pogante e energética “Beer Book” (vocais sensacionais nessa mistura de Punk e Rock’n’Roll), “Viking Life” com alguns andamentos que remetem diretamente ao Metal extremo (e assim, vemos baixo e bateria se destacando bastante), a pesada e intensa “Open Till Dawn”, a totalmente Crossover mais cadenciada “Estou Cada Vez Mais Velho e Bebendo Mais (Quadrijet Inferno)” (mais uma bela exibição das guitarras em riffs ótimos e vocais gritados excelentes), a bem humorada homenagem ao falecido Quorthon em “This Guy Is A Black Metal Maniac” (uma aula de como se faz Metal em uma música curta, com outra mostra ótima performance de baixo e bateria), a ótima e intensa “The Awaited Land” (que apresenta alguns elementos das vertentes mais melodiosas e técnicas do Metal extremo), e a bruta e diversificada “Trollers, Dollars & Games, No. II”.
Realmente, o cenário nacional precisa (e muito) de mais bandas como o JOHN NO ARMS, que nos presenteia com boa música e nos lembra o apelo primordial do Rock: liberdade e diversão. E pode ser ouvido na íntegra aqui.
Músicas:
01. John No Arms
02. Beer Book
03. Mafia’s Queen
04. Viking Life
05. One Minute to Midnight
06. Open Till Dawn
07. Why
08. Estou Cada Vez Mais Velho e Bebendo Mais (Quadrijet Inferno)
09. We Are the Vikings
10. This Guy is a Black Metal Maniac
11. The Awaited Land
12. Bar Drink Company
13. Troll Lament
14. Trollers, Dollars & Games, No. II
Banda:
Renato BT – Vocais
Sir. Arthur – Guitarras
Léo Krieger – Baixo
Fábio Krieger – Bateria
Contatos: