2017
Selos: Cold Art Industry, Wolfblasphemer, My Dark Desires Records, Extreme Sound, Tolkiean Records, Haeretikus Productions
Nacional
Nota: 9,2/10,0
Tracklist:
1. From the Hills of the Dark Past (intro)
2. Nightmysteries
3. A Funeral Frost
4. Triumph of Cruelty
5. Interlude
6. Deadly Mist
7. Emotions of a Full Terror
8. Old Domains
9. Outro
Banda:
Triumphsword - Vocais, vocais barítonos, bateria
Bloodhate - Guitarras, violões, baixo
Bartzabel - Teclados
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Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
No Brasil, o Black Metal cresceu e se desenvolveu de uma forma interessante: no início, a maior parte das bandas do gênero tinham em seu trabalho musical elementos de Death Metal. Mas graças a nomes como SONGE D’ENFER, MYSTERIIS, MALKUTH e alguns outros, o gênero rebuscou suas origens mais sombrias, baseadas na SWOBM praticada na Noruega, na Suécia, na Finlândia e na Grécia, e uma proposta mais sombria e pura de elementos de outros gêneros de Metal. Óbvio que ainda existem bandas que miscigenam seu trabalho, mas muitos ainda seguem os caminhos que bandas da SWOBM deixaram. E o COLD MIST, banda de Carlos Barbosa (RS), vem mostrar um trabalho forte em seu primeiro trabalho, o álbum “From the Dark Hills of the Past”, que acaba de ser lançado.
Podemos dizer que o trabalho da banda é um Black Metal sinfônico muito próximo das raízes do gênero em si. Ou seja: teclados criam atmosferas soturnas e climáticas, mas o produto final soa mórbido, agressivo e bruto. Óbvio que esta fórmula já foi usada muitas vezes, mas a personalidade com a qual o grupo a aborda é bem diferente, com uma identidade própria. Mas o que esperar de uma banda onde estão Triumphsword (do PATRIA e THORNS OF EVIL) e Bloodhate (também do THORNS OF EVIL)?
Trocando em miúdos: é um disco ótimo, para qualquer fã de Black Metal que se preze babar!
O próprio grupo produziu “From the Dark Hills of the Past”, com a gravação feita no Mantra Studio, tendo as mãos de Leandro Debenetti na mixagem e masterização neste mesmo local. E o fruto é uma sonoridade ríspida e soturna, típica do Black Metal mais tradicional, seguindo os moldes da SWOBM. Óbvio que se consegue compreender as canções, mas a vontade de soar cru e voltado a algo mais raiz em termos de Black Metal é que dá a tônica do trabalho.
Já a arte da capa e o layout são feitos por Marcelo Vasco, da PR2 design, que buscou algo mais simples, direto e funcional para emoldurar o trabalho sonoro do COLD MIST, e ficou muito bom dessa forma.
Cru, fúnebre e agressivo, “From the Dark Hills of the Past” é cativante em sua forma soturna e crua, um disco típico para fãs de Black Metal que gostam daquela abordagem mais simples e voltada a algo mais climático em termos sonoros, com arranjos fortes e simples. E ainda tem-se a participação de Mantus (companheiro de Triumphsword no PATRIA e guitarrista do MYSTERIIS) nas guitarras adicionais, para tornar tudo ainda melhor.
“Nightmysteries” – Aqui, tem-se um enfoque agressivo e mórbido oferecido ao ouvinte. E há momentos em que se tem o contraste entre o lado ríspido e cru do grupo com passagens mais soturnas. Riffs simples, mas ótimos.
“A Funeral Frost” – Mais sinistra e com uma roupagem soturna, e os teclados são mais proeminentes, permitindo que sobre a base instrumental os vocais se alternem entre partes em barítono e outras mais cruas em tons rasgados.
“Triumph of Cruelty” – esta é brutal, veloz e agressiva até os ossos. Tem-se momentos mais melancólicos aqui e ali. E como a base baixo e bateria está fazendo um trabalho rítmico de primeira.
“Deadly Mist” – O início mostra um trabalho de baixo e bateria não muito convencional ao estilo, mas logo surgem riffs muito agressivos e vocais ríspidos em profusão, enquanto a faixa alterna entre tempos medianos e outros um pouco mais azedos. E reparem como os vocais estão ótimos e mesmo algumas mudanças de timbres são ótimas.
“Emotions of a Full Terror” – Segue os mesmo elementos de “A Funeral Frost”, sendo que os momentos mais introspectivos são de um amargor musical intenso, fora belos traços melódicos que dão um toque especial à canção. E mais uma vez, os teclados mostram como são essenciais ao trabalho musical do grupo.
“Old Domains” – Uma entrada com ventos fúnebres antecede uma explosão de agressividade, com riffs mais uma vez mostrando uma simplicidade envolvente. Além disso, os vocais mostram um trabalho de primeira, e baixo e bateria mostram sua boa técnica mais uma vez.
No mais, ouçam e abusem bastante de “From the Dark Hills of the Past”. Esse CD merece, e torçamos para que o COLD MIST não fique em apenas um disco.