3 de out. de 2016

PANZER - Resistance (álbum)



2016
Nacional

Nota: 10,0/10,0


Músicas:

1. 96
2. The Price
3. Impunity
4. No Fear
5. No Scream in Vain
6. Alone
7. Attitude
8. Do It!
9. The Old and the Drugs for the Soul
10. The Resistance
11. You May Not Have Tomorrow
12. Actitud


Banda:


Sérgio Ogres - Vocais
André Pars - Guitarras, Baixo
Edson Graseffi - Bateria


Contatos:

Metal Media (Assessoria de Imprensa): http://www.metalmedia.com.br/panzer/


Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Parece que o ano de 2016 ficará marcado como um ano em que as bandas de Metal do Brasil lançaram grandes discos, tanto do lado mais ortodoxo quanto do lado mais vanguardista. Há espaço para todos, inclusive aqueles que gostam de ficar em um nicho entre as duas linhas de pensamento.

E nisso, podemos afirmar que o PANZER, quarteto paulista que transita entre o Thrash Metal e o Stoner Metal/Rock, é um mestre. E "Resistance" vem em boa hora, por vários motivos, nos lembrar quem eles são.

Antes de tudo, sabemos que a banda teve duas baixas em sua formação antes de gravarem o disco. Rapidamente, o grupo trouxe Sérgio Ogres para os vocais. Óbvio que isso alterou um pouco a dinâmica da banda, mas ao mesmo tempo, o estilo do PANZER não mudou muito. E em "Resistance", percebemos que a banda resgatou um pouco de seu passado, pois existem passagens no disco em que lembramos elementos de "The Strongest" (de 2001). Mas ao mesmo tempo, a musicalidade da banda continua indo para o futuro, apenas mais coesa e requintada.

Ou seja: as esteiras desse tanque de guerra ainda estão bem pesadas, e fortes suficientes para triturar pescoços incautos!

A qualidade sonora é surpreendente!

Sim, pois agora, aquele clima mais sujo e despojado presente em "Honor" cedeu espaço à uma qualidade requintada, clara e muito clara. Sim, a banda foi de um extremo ao outro, mas isso nos permite ver que a música do grupo assenta sob quaisquer condições, e é altamente adaptável, o que não é algo simples. Um trabalho ótimo de Henrique Baboom e André Pars (guitarrista do grupo, que gravou também todas as partes de baixo do disco).

A arte gráfica é bem simples. O PANZER nunca foi muito fã de superproduções nesse quesito, mas a arte de Edson Graseffi (baterista do grupo) por si só chama a atenção do ouvinte, e permite que todas as atenções se foquem apenas na música. Uma estratégia muito boa.

Vocais que vão dos urros extremos a momentos mais limpos e melodiosos, guitarras com riffs sólidos e solos melodiosos, baixo firme na marcação e uma bateria com bom nível técnico, mas muito peso e uma pegada bem orgânica. São os elementos que o PANZER usa para criar sua música, que são adornadas com bons arranjos e uma dinâmica de primeira entre o instrumental e as partes dos vocais.

Melhores momentos de um disco que nasceu devastador de pescoços e ouvidos:

"The Price" - Uma canção com um andamento com um Swing de primeira, com belo trabalho de baixo e bateria (percebam como os tempos se alternam muito bem), fora os vocais com uma linha mais "hardcorizada" de primeira. E nesse quesito, a banda ganhou diversidade, já que o uso de alguns vocais mais limpos muito bem sacados.

"Impunity" - Aquela força mais Stoner mais crua e azeda se faz presente nessa canção de andamento lento. Mas é interessante perceber o refrão com vocais limpos, fora a rifferama das guitarras (sim, elas estão em alta no disco todo).

"No Scream in Vain" - É uma faixa mais agressiva, mas recheada por um groove à moda antiga de primeira. É incrível ouvir como a bateria está realmente de primeira, fugindo de elementos modernos, firmando o pé em algo mais encorpado e requintado. Mas se notarem, durante o solo, não existe bases de guitarra por baixo, o que dá aquele mesmo tom "live" de antes, mas sem que a qualidade final seja perdida.

"Alone" - Outra vez a banda usa de uma pegada mais pesada e cadenciada no início, mas logo ganha um pouco mais de velocidade no refrão. Uma verdadeira exibição de riffs de primeira, fora os vocais estarem muito versáteis.

"Attitude" - Um toque de Hard Rock/Rock'n'Roll mais clássico aparece nesta canção, dando mais diversidade musical ao trabalho da banda. E é muito legal poder curtir o trabalho de baixo e bateria que está muito bom (as conduções nos bumbos duplos são ótimas, mas sem exagerar demais nesse recurso).

"Do It!" - A força do moderno e o groove clássico se fundem, gerando uma canção curta, bruta e ganchuda. E por ser mais curtinha, é onde os vocais dão uma aula de agressividade e impostação de voz.

"The Resistance" - A faixa-título sempre tem aquela carga de responsabilidade de ser um dos grandes momentos. E é claramente o que ouvimos. Aqui, a banda dá a clara impressão que esta canção poderia estar em "The Strongest" facilmente, sem perder a noção do quanto a banda evoluiu. Há momentos mais rápidos e pesados, outros com mais Swing, e outros mais lentos e hiper azedos. Mas a faixa é ótima do início ao fim.

"You May Not Have Tomorrow" - Aqui, a banda mostra um lado bem introspectivo e melancólico, com uma música levada apenas nos vocais e acordes limpos da guitarra. Mas isso é bom, pois se percebe que o PANZER está ganhando cada vez mais em termos de diversidade e influências.

"Actitud" - Aqui, temos aquela levada crua ganchuda, com tempos em velocidade mediana, inclusive mostrando um pouco de uma das influências primordiais do grupo: MOTORHEAD. Mas interessante é a letra em espanhol, que deve ser uma homenagem do grupo aos seus fãs argentinos (onde estiveram fazendo shows em 2014).

"Resistance" vem para colocar mais uma medalha no PANZER, que não desiste e não retrocede.

Outro disco que entra em um Top10 com facilidade!

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