22 de ago. de 2016

MADE OF STONE - Monstro (álbum)


2016

Independente
Nacional

Nota: 8,5/10,0

Músicas:

1. M
2. Sem Valor
3. Mundo Digital
4. Estrada Sem Volta
5. Monstro
6. Desilusão
7. Sobre a Pele
8. Revolta
9. Traidor
10. Ponto Nulo
11. Guerra Civil


Banda:


Felipe Loyola - Guitarras, vocais 
Guilherme Santos - Guitarra
Felipe Mafra - Baixo 
Leandro Fonseca - Bateria


Contatos:



Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


Seguir tendências mais modernas no Brasil nem sempre é algo fácil.

Antes de tudo, é necessário entender que as cenas do Rock e do Metal estão empesteadas por idéias velhas, e que o adepto de ambos os estilos se tornou uma pessoa retrógrada, muitas vezes incapaz de fugirem das bolhas de proteção. Mas um dia a bolha explode, e a pessoa se vê exposta ao que sempre negou. É o caso de aceitar que a realidade é essa, que o mundo muda, por mais que muitos tentem evitar que o próprio tempo passe. Ele vai passar, não há jeito, e doa a quem doer.

Bandas ótimas como DISTURBED e STONE SOUR representam uma mudança de paradigma que está acontecendo agora. E no Brasil, como um representante dessa modernidade, temos o quarteto MADE OF STONE, de Alfenas (MG), que chega com seu terceiro trabalho, que recebe o nome "Monstro".

Agora usando temas em português, a sonoridade moderna, agressiva e melodiosa do quarteto está preparada para atingir um público maior. Mas mesmo com as melodias acessíveis da banda, vemos também uma muito bem postada dose cavalar de peso, de forma que não oblitera a acessibilidade musical do grupo. Moderno, melodioso e diferente do que muitas bandas fazem aqui no Brasil. E é claro que existe espaço para o trabalho deles, que é muito bom.

A produção do disco ficou na medida. A escolha de timbres instrumentais é de primeira, com tudo soando claro e pesado nas medidas certas, com arranjos bem justos. O que mais surpreende é que a clareza instrumental consegue conviver muito bem com a sonoridade moderna e agressiva do grupo. É ouvir e ficar grudado!

Em termos de musicalidade, por ser o terceiro trabalho do grupo, vemos que a banda está madura, pronta para desafios maiores. Os arranjos musicais do grupo estão mais diretos, a dinâmica das músicas está de bom tamanho, refrões de primeira, e o que se percebe é que o grupo se preocupou em trabalhar bem suas composições, mas sem deixá-las soar mecânicas, sem vida. E por outro lado, os temas abordados no CD são bem atuais, como se percebem críticas azedas a aspectos que testemunhamos todos os dias (como se percebe claramente em "Mundo Digital").

O CD é bem homogêneo, e destacamos as seguintes canções como mera referência para os navegantes de primeira viagem:

"Sem Valor" - Uma pegada bem pesada e moderna é percebida, em meio a um trabalho denso. Mas pedimos aos leitores que reparem como o lado melodioso aparece muito bem durante o refrão (que gruda nos ouvidos de primeira), fora um trabalho de primeira de baixo e bateria.

"Mundo Digital" - Aqui, o lado mais agressivo da música da banda fica mais evidente, devido ao ótimo trabalho de seis cordas da dupla de guitarras. Mas mesmo assim, os vocais mais melodiosos mostram-se muito bem encaixados. E observem como as letras refletem a realidade digital que vemos nas mídias sociais.

"Estrada Sem Volta" - Apesar de toda a dose de peso da canção, nela se percebe uma aclimatação melodiosa mais amena, que nos embala. O lado moderno está presente devido aos timbres dos instrumentos, mas é um momento bem acessível do disco.

"Desilusão" - Moderna e soturna, é uma canção com uma dose extra de agressividade, mas ao mesmo tempo, não chega a jogar fora as melodias mais introspectivas que surgem muito bem no refrão. Os vocais estão muito bem, verdade seja dita.

"Sobre a Pele" - Novamente o uso de momentos mais abrasivos se alternando com outros onde as melodias dominam é muito bom. Esse contraste ficou muito, fora o trabalho técnico muito bom do baixo e da bateria, que seguram o peso da canção muito bem.

"Ponto Nulo" - Essa é sinuosa, permeada de um clima introspectivo ótimo, contrastando bastante com os crescendos mais agressivos que existem nos refrões. As guitarras usam alguns acordes mais limpos sob a base instrumental agressiva, o que torna esta música em algo ótimo de ser ouvido. E reparem nos solos inspirados.

O MADE OF STONE está cada vez mais se mostrando uma ótima banda, e deve alcançar um público maior com o lançamento de "Monstro".






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