2016
Nacional
Nota: 10,0/10,0
Músicas:
1. Angel's Blood
2. Son of Satan
3. The Wolf Feeds at Night
4. Pentagram and the Cross
5. Masters of Evil
6. Servants of Dagon
7. Escape from Hell
8. The Baroness
Banda:
Sean Peck - Vocais
Michael Denner - Guitarras
Hank Shermann - Guitarras
Marc Grabowski - Baixo
Snowy Shaw - Bateria
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Contatos:
Quando uma
banda possui integrantes e experientes, com trabalhos conhecidos pela
comunidade Metal do mundo inteiro, não é de se estranhar o quanto as pessoas
ficam à espera de seus trabalhos com muita ansiedade. Mas bandas como o DENNER/SHERMANN não possuem medo de
desafios grandes, e mesmo após o frisson causado com "Satan's Tomb",
eles retornam à carga com seu disco de estréia, o ótimo "Masters of Evil".
Para quem não
sabe, na banda estão músicos que já estiveram em bandas bem conhecidas: Hank
Shermann e Michael Denner dispensam maiores apresentações, já que foram os
responsáveis pelas seis cordas do MERCYFUL
FATE em sua fase mais clássica; o baterista Snowy Shaw é mais que
conhecido por também ter integrado o MERCYFUL
FATE (só que nos anos 90), KING
DIAMOND, THERION, DIMMU BORGIR e outros; o vocalista é
Sean Peck, conhecido por seus trabalhos no CAGE
e DEATH DEALER; e o baixista Marc
Grabowski já tocou com Hank no DEMONICA. Ou seja, só
feras com uma bagagem imensa nos ombros.
Mas o que se
pode esperar de "Masters of Evil"?
Bem, quem
estava esperando algo na linha do MERCYFUL
FATE como nos foi servido em "Satan's Tomb", é melhor
não esperar tanto. Embora existam elementos que nos leve realmente a pensar no
antigo grupo de Hank e Michael, a banda mostra um peso
absurdo, mas um approach um pouco mais moderno e diversificado, sem perder
aquela melodia e pegada Old School que lhes é peculiar. Ou seja, existem
similaridades, mas o DENNER/SHERMANN
mostra que tem personalidade própria e que vai para o futuro, sem estar vivendo
à sombra do passado. E é isso que faz do CD algo grandioso, maravilhoso e uma
experiência única.
Preparem-se,
pois os Mestres do Mal estão de volta!
Em termos de arte,
mais uma vez, ela é de Thomas Holm, que além de ter feito a arte de "Satan's
Tomb", é o mesmo que criou as artes dos clássicos do MERCYFUL FATE. E para ser bem sincero, é uma clara referência a do "Don't Break the Oath" (chegam-se a ver os contornos de tinta, ou.
Mesmo mais
diversificado, o peso absurdo, as melodias envolventes e o trabalho com nuances
modernas, o álbum é uma referência ao Metal tradicional dos anos 80, óbvio. Os
duetos de guitarra são formidáveis, com bases lindas e solos de mestre (por
favor, estamos falando de Hank Shermann e Michael Denner), uma base
rítmica muito sólida e com boa técnica, e as vocalizações estão bem melhores,
usando múltiplas vozes ao mesmo tempo. Mas lembro-os que Sean tem uma forte veia
"halfordiana" de cantar, e é um mestre nas nos timbres agudos e
graves, mas sabe muito bem mudar quando necessário, além de ser um intérprete
de mão cheia.
Até a
quantidade de músicas é algo bem oitentista: oito faixas, e cada uma delas é
uma gema preciosa, algo de qualidade inquestionável.
Angel's Blood - Bem trabalhada e pesada, com ótimas
mudanças rítmicas. Mas reparem como os riffs são criativos e bem encaixados, e
que solos emocionantes.
Son of Satan - O andamento não é veloz, mas focado no
trabalho das duas guitarras. Mas seria injusto não citar o ótimo refrão e as
vocalizações preciosas, com gritos agudos.
The Wolf Feeds at Night
- Nesta, o lado
mais MERCYFUL FATE dá as caras. Riffs
mais técnicos, muitos ritmos quebrados (onde a baixo e bateria dão uma aula de
peso e técnica), e uma canção de muito peso e melodia. E em termos de vocais,
existem momentos em que parece que o velho Ozzy dá as caras (se não for ele,
caramba, Sean é um mestre!).
Pentagram and the Cross -
Meus caros, que
duetos fantásticos das guitarras. Aqui, temos uma canção mais melodiosa, preenchida
com uma levada não tão veloz, o que mostra o quanto baixo e bateria são
importantes na banda, ambos exibindo uma técnica preciosa.
Masters of Evil - O começo é mais lento e melodioso,
priorizando bastante as melodias das guitarras. Mas logo a canção ganha mais
adrenalina, e uma pegada mais agressiva, mas mantendo o foco nos solos de
guitarra (me perdoem, mas Hank e Michael merecem ser reconhecidos
como uma das melhores duplas de guitarras do Metal, sem exageros).
Servants of Dagon - Desta vez, quem se exibe bastante é Marc,
mostrando uma excelente técnica nas quatro cordas. É justamente aqui que a
banda mostra uma pegada mais moderna, mas sem deixar que o clima melodioso e
orgânico seja perdido.
Escape from Hell - Nesta, é Snowy quem mostra um
trabalho impressionante, guiando os ritmos com uma técnica apurada, com
momentos em que suas conduções e bumbos são ótimos. Mas não citar os solos de
guitarra chega a ser covardia.
The Baroness - Aqui, o lado mais sinistro e sombrio
da banda fica exposto, com as guitarras ditando um andamento bruto e azedo (nos momentos limpos, mais uma vez Michael e Hank se mostram perfeitos),
perfeito para uma mostra de quanto Sean pode ser versátil com suas
vocalizações.
Óbvio que o
saudosismo de muitos pode lhes nublar o julgamento. Mas acredito que algumas
ouvidas em "Masters of Evil" pode lhes mostrar o quanto eles são
capazes de ensinarem a muitos como se fazer Metal de qualidade.
Simplesmente
maravilhoso, e um dos grandes discos do ano.
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia