2016
Independente
Nacional
Nota: 9,0/10,0
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
Fundir estilos tem sido uma estratégia que as bandas de
Metal que tem rendido frutos interessantes nos últimos anos. E ao que parece,
pode ser de onde o estilo revelará nomes em um futuro (breve ou distante) que
venham a suceder os dinossauros do gênero. Mesmo no Brasil, esta forma de se
fazer música é muito utilizada.
E é justamente nesse formato que o ótimo sexteto DARKSHIP, com
integrantes de Carlos Barbosa e Porto Alegre (RS), mostra potencial em seu
primeiro trabalho, o álbum "We Are Lost".
A banda mostra um fundo calcado no Symphonic Metal, mas uma
gama de influências diferenciadas vão se aglutinando ao trabalho musical que
eles nos oferecem, indo do suave e introspectivo ao grandioso, às vezes expondo
uma agressividade rasgada (alguns vocais guturais dão um toque muito bom de brutalidade
em meio às melodias). Até mesmo alguns elementos do Pop e do Rock Progressivo aparecem
no disco, mas a banda se mostra coesa, criando assim uma música de bom gosto e
que diferenciada. Ou seja, temos uma banda de Metal moderno, bem feito,
melodioso e de primeira qualidade.
Em termos de produção sonora, podemos aferir que a produção
é de primeira.
Darkship |
A sonoridade é clara, nos permitindo compreender claramente
os arranjos da banda e perceber que os timbres instrumentais são muito bem
escolhidos. Mas ao mesmo tempo, ela consegue ter uma dose grande peso e
agressividade para que fã nenhum de Metal botar defeito.
Já o lado artístico é mais um ótimo trabalho de Carlos
Fides, da Artside Studio, que já trabalhou com EVERGREY, NOTURNALL, SHAMAN,
ALMAH, entre outros, logo, é de primeira, com uma capa linda e um layout de
muito bom gosto.
Quando "We Are Lost" começa a tocar, se percebe
que a banda é de primeira, com músicas bem pensadas, arranjos esmerados e um
trabalho musical como um todo de muito alto nível. Mas não pense que a
elegância deixa de fora a noção de espontaneidade, muito pelo contrário.
O disco como um todo é ótimo, mas podemos apontar alguns
destaques em "Black Tears" e sua ótima diversidade musical (belos
arranjos de teclados e guitarras, seja nos momentos mais agressivos ou nos mais
calmos, já que a música é bem rica), a beleza estética de "Different Days"
e seus toques pesados (e mesmo alguns momentos mais ecléticos), "We Are
Lost e sua diversidade melodiosa (como o contraste de vozes masculinas e
femininas ficou ótimo nela), a energia bem trabalhada de "Prison Of Dreams"
e suas mudanças de ritmo (os teclados se encaixam perfeitamente em todos os
momentos, fora a voz melodiosa da vocalista nos momentos que tem aquele jeitão
Pop), os toque mais góticos de "II Hearts", o trabalho bem coeso e
pesado na elegante "Eternal Pain" e suas doses belas de "Popssívo"
(mesmo alguns momentos Goth Rock dão as caras), e a elegante e bem trabalhada
"Frozen Feelings" (com momentos grandiosos, puxando para o lado
Symphonic Metal da banda, mas sem perder a noção de peso).
A banda tem muito a oferecer, e se já estão em um nível alto
assim na estréia, o que podemos esperar do futuro é algo brilhante. E verdade seja dita: potencial para isso o DARKSHIP tem.
E muito!
Músicas:
1. The
Universe Conspires
2. Black
Tears
3. I Can
Wait For You
4.
Different Days
5. We Are
Lost
6. Prison
Of Dreams
7. II
Hearts
8. You Can
go back
9. Eternal
Pain
10. Frozen
Feelings
Banda:
Sílvia Cristina Schneider Knob - Vocais
Joel Milani - Vocais
Ismael Borsoi - Guitarras
Rodrigo Schäfer - Baixo
Andrei Kunzler - Teclados
Joel Pagliarini - Bateria
Contatos:
Metal Media (Assessoria de Imprensa)