2016
Shinigami Records
Nacional
Nota: 9,0/10,0
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
O número de bandas de Thrash Metal anda crescendo
absurdamente no atual momento dentro do cenário Metal. Algumas buscam um
enfoque mais old school, ou Thrash metal clássico, outros algo mais violento e
explosivo, e mesmo algumas tendências mais modernas. E isso é bom, pois o
estilo ganhou diversidade, e é em bandas como o quarteto finlandês LOST SOCIETY
que vemos amadurecer tanta carga musical. E "Braindead", terceiro
disco da banda, é um murro sônico em nossos ouvidos.
O impacto sonoro imposto pelo quarteto é algo surpreendente,
mas ao mesmo tempo, eles usam muito da garra do Thrash Old School, e algumas poucas
vezes, algo mais cheio de Groove abrasivo. Ou seja, eles buscam fazer um
amálgama de tudo de bom que o Thrash Metal tem em si, e se saem muito bem na
empreitada. E os aspectos técnicos e melódicos da banda estão bem equilibrados,
mostrando peso e energia de sobra. E quem ganha é o ouvinte, já que "Braindead"
é ótimo do início ao fim.
O LOST SOCIETY trilha por um estilo que já possui vários
grupos, e que já foi usado outras vezes, verdade seja dita. Mas a diferença
entre eles e outros é simples: os caras não estão copiando ninguém, mas
sentando a pua do jeito deles, com arranjos muito bem pensados, e o uso dos
clichês do gênero é feito com personalidade e muita garra. O quarteto não abre mão disso em prol de conservar uma sonoridade antiga.
O disco é bem feito do início ao fim, e banda realmente deu
uma caprichada nas composições. Mas a cadenciada e bruta "I Am the
Antidote" com suas guitarras pesadas nos riffs e nos solos bem feitos, a
rápida e quase crossover "Mad Torture", que apresenta algumas
mudanças de andamentos muito boas, a explosiva "Hollow Eyes" (que
também possui um andamento mais refreado, mas com vocais insanos e riffs de
guitarra empolgantes. Haja pescoço!), a sinuosa e cheia de belos arranjos de
baixo e bateria "Hangover Activator" (mais rápida e com certo toque
do Thrash Metal anos 80, mas sem deixar que o peso se perca), mais a bem equilibrada
"Only (My) Death is Certain" (onde o quarteto busca mixar todas as
suas influências, e se sai muito bem. A saraivada de riffs brutos e grudentos é
incessante). O disco ainda tem uma versão maravilhosa para "P.S.T. 88"
do PANTERA (do disco "Power Metal") e uma nova roupagem é dada a "Terror
Hungry (Californian Easy Listening Version)", que recebe um jeito mais
acessível e realmente digerível para os fãs não muito acostumados com o peso e
velocidade do quarteto. E como a Shinigami Records anda nos prestando serviços
ótimos, a versão nacional de "Braindead" ainda tem "Overdose
Brain" em uma gravação ao vivo, que é bônus da versão em vinil do disco, como
uma bonus hidden track.
É pôr o disco no CD player e preparar o pescoço para o
massacre!
Músicas:
1. I Am the
Antidote
2. Riot
3. Mad
Torture
4. Hollow
Eyes
5. Rage Me
Up
6. Hangover
Activator
7. Only
(My) Death is Certain
8. P.S.T.
88
9. Terror
Hungry (Californian Easy Listening Version)
10.
Overdose Brain (live) (hidden track)
Banda:
Samy Elbanna - Vocais, guitarras
Arttu Lesonen - Guitarras
Mirko Lehtinen - Baixo
Ossi Paananen - Bateria
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