17 de mar. de 2016

LOST SOCIETY - Braindead (CD)


2016
Shinigami Records
Nacional

Nota: 9,0/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


O número de bandas de Thrash Metal anda crescendo absurdamente no atual momento dentro do cenário Metal. Algumas buscam um enfoque mais old school, ou Thrash metal clássico, outros algo mais violento e explosivo, e mesmo algumas tendências mais modernas. E isso é bom, pois o estilo ganhou diversidade, e é em bandas como o quarteto finlandês LOST SOCIETY que vemos amadurecer tanta carga musical. E "Braindead", terceiro disco da banda, é um murro sônico em nossos ouvidos.

O impacto sonoro imposto pelo quarteto é algo surpreendente, mas ao mesmo tempo, eles usam muito da garra do Thrash Old School, e algumas poucas vezes, algo mais cheio de Groove abrasivo. Ou seja, eles buscam fazer um amálgama de tudo de bom que o Thrash Metal tem em si, e se saem muito bem na empreitada. E os aspectos técnicos e melódicos da banda estão bem equilibrados, mostrando peso e energia de sobra. E quem ganha é o ouvinte, já que "Braindead" é ótimo do início ao fim.

A produção de Nino Laurenne (que já trabalhou com AMORPHIS, ELVENKING, FINNTROLL, WINTERSUN, entre outros), assim como a mixagem dele também. A masterização de Svante Forsbäck. E o trabalho desses dois deu ao grupo uma sonoridade seca e cristalina, onde as melodias da banda são evidenciadas e podemos compreender o que eles estão fazendo. Mas também soa pesado e agressivo, como a banda precisa. E o trabalho artístico de Jan Meininghaus (capa) e Tim Wezel (arte adicional) ficou ótimo.

O LOST SOCIETY trilha por um estilo que já possui vários grupos, e que já foi usado outras vezes, verdade seja dita. Mas a diferença entre eles e outros é simples: os caras não estão copiando ninguém, mas sentando a pua do jeito deles, com arranjos muito bem pensados, e o uso dos clichês do gênero é feito com personalidade e muita garra. O quarteto não abre mão disso em prol de conservar uma sonoridade antiga.

O disco é bem feito do início ao fim, e banda realmente deu uma caprichada nas composições. Mas a cadenciada e bruta "I Am the Antidote" com suas guitarras pesadas nos riffs e nos solos bem feitos, a rápida e quase crossover "Mad Torture", que apresenta algumas mudanças de andamentos muito boas, a explosiva "Hollow Eyes" (que também possui um andamento mais refreado, mas com vocais insanos e riffs de guitarra empolgantes. Haja pescoço!), a sinuosa e cheia de belos arranjos de baixo e bateria "Hangover Activator" (mais rápida e com certo toque do Thrash Metal anos 80, mas sem deixar que o peso se perca), mais a bem equilibrada "Only (My) Death is Certain" (onde o quarteto busca mixar todas as suas influências, e se sai muito bem. A saraivada de riffs brutos e grudentos é incessante). O disco ainda tem uma versão maravilhosa para "P.S.T. 88" do PANTERA (do disco "Power Metal") e uma nova roupagem é dada a "Terror Hungry (Californian Easy Listening Version)", que recebe um jeito mais acessível e realmente digerível para os fãs não muito acostumados com o peso e velocidade do quarteto. E como a Shinigami Records anda nos prestando serviços ótimos, a versão nacional de "Braindead" ainda tem "Overdose Brain" em uma gravação ao vivo, que é bônus da versão em vinil do disco, como uma bonus hidden track.

É pôr o disco no CD player e preparar o pescoço para o massacre!





Músicas:

1. I Am the Antidote
2. Riot
3. Mad Torture
4. Hollow Eyes
5. Rage Me Up
6. Hangover Activator
7. Only (My) Death is Certain
8. P.S.T. 88
9. Terror Hungry (Californian Easy Listening Version)
10. Overdose Brain (live) (hidden track)


Banda:

Samy Elbanna - Vocais, guitarras
Arttu Lesonen - Guitarras
Mirko Lehtinen - Baixo
Ossi Paananen - Bateria

Contatos:

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