2 de fev. de 2016

AZORRAGUE - Bringer of Terror (álbum)


2016
Independente
Nacional

Nota 8,5/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia

Destaques: "Bloody Hands", "Bringer of Terror", "Funeral Invitation", "O Ciclo Maldito da Perversão", "Catapulted to the Void", "For All I Believe"
11. Fall By Pride (Remaster)


O Death Metal é um estilo que realmente chama a atenção por sua versatilidade. Em termos de criatividade, é onde qualquer experimento que o músico queira fazer dá certo. Mas ainda existem muitas bandas que preferem fazer o estilo à moda antiga, ou seja, referenciando os anos 90, quando o Death Metal ganhou identidade e se consolidou no underground. E um dos grupos mais fiéis a esta vertente mais vanguardista é o trio AZORRAGUE, de Curitiba, que chega com o arrasador de pescoços chamado "Bringer of Terror". É puro amassa-crânios!

Tradicionalíssimo em termos de Death Metal, as influências de nomes como BENEDICTION, DEATH antigo, mais a brutalidade e técnica do MORTIFICATION antigo, e pitadas de Death/Thrash à lá MASTER estão bem claras. Mas eu disse influência, e isso não significa cópia. O trio mostra uma personalidade forte, em uma música extremamente bruta e agressiva, mas bem feita. Vocais guturais, riffs de guitarras rascantes, baixo e bateria em uma base rítmica sólida e com algumas boas mudanças de andamento. É um soco nos tímpanos de tão bom.

Azorrague
As mãos de Karim Serri (do DOOMSDAY HYMN) foram as responsáveis pela produção de "Bringer Of Terror". As gravações foram feitas no Silent Music Studios em Curitiba (PR). Resultado: um ataque sonoro brutal e muito agressivo, mas temperado com uma qualidade sonora que encaixou na proposta de trabalho do grupo. É sujo, cru e abrasivo, mas sem deixar os instrumentos embolados. A arte, bem simples, é do baterista Macarrão, mas que pegou o espírito da musicalidade do grupo.

O grupo mostra-se afiado, e sabendo aproveitar tanto sua idéia do que quer fazer com uma dinâmica instrumental ótima, sempre sabendo escapulir da repetição e do ponto comum. O trio apresenta um trabalho excelente, e que merece aplausos.

11 faixas de pura agressividade.

Bloody Hands - Uma explosão de riffs brutos e distorcidos, em uma faixa bem rápida e agressiva, embora existam momentos mais cadenciados. Ponto para baixo e bateria, que fazem uma base rítmica simples, mas forte.

Bringer of Terror - O início é bem arrastado, azedo e pesado. Mas logo o andamento fica mais rápido, raçudo e explosivo. E esta aqui possui um pouco mais de diversidade rítmica. E justamente essas mudanças que a tornam tão boa. 

A Voodoo Journey - Aqui, novamente um início lento e soturno, com baixo e riffs com clara influência do Thrash Metal dão as caras. Mesmo o andamento tem aquela vibração do Death/Thrash antigo, algo como o MASTER fazia.

Devil's Army Destruction - Novamente, uma certa dose de Thrash/Death Metal aparece na música, graças a arranjos mais ganchudos e envolventes. E que belos vocais que oscilam entre o gutural e o esganiçado.

Funeral Invitation - A banda aqui usa uma abordagem um pouco mais técnica, andamento bem forte, mas existem excelentes momentos mais cadenciados e sortunos. As guitarras estão ótimas.

O Ciclo Maldito da Perversão - Sim, é cantada em português, e recheada de uma diversidade instrumental ótima. Existem partes mais lentas que realmente lembram um pouco o Doom Death Metal lá do início dos anos 90. Mais uma vez, a base rítmica é mostra-se muito bem.

The Voice of Who Cries - Brutal, esporrenta e rápida. The violência is free, e vai dar dor de pescoço em muitos pelo andamento variado e a pagada Thrash Metal.

Catapulted to the Void - Algumas melodias à lá Metal tradicional surgem nos solos, mas é uma canção mais completa, com uma técnica um pouco mais presente, com a dinâmica entre a base rítmica e as guitarras muito boa.

Strident - Alguns toques um pouco mais modernos dão início à canção, mas logo a agressividade costumeira da banda entra em cena. 

For All I Believe - Um dos pontos mais altos do CD. É cheia de variações muito bem feitas, e mesmo momentos mais calmos com vocais femininos muito bem pensados, além de linhas melódicas bem feitas, e belos momentos cadenciados.

Fall By Pride - Uma versão remasterizada da música que está no EP de 2014. Óbvio que ganhou mais peso e brilho, e vemos que os vocais e os riffs da banda realmente são inspirados.

Uma excelente banda do gênero.



Músicas:

01. Bloody Hands 
02. Bringer of Terror 
03. A Voodoo Journey
04. Devil's Army Destruction 
05. Funeral Invitation 
06. O Ciclo Maldito da Perversão 
07. The Voice of Who Cries 
08. Catapulted to the Void 
09. Strident 
10. For All I Believe 
11. Fall By Pride (Remaster)


Banda:

Fernando Frogel - Baixo, vocais
Roney Lopes - Guitarras 
Jarlisson "Macarrão" Batista - Bateria, vocais


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