2016
Independente
Nacional
Nota 8,5/10,0
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
Destaques: "Bloody Hands", "Bringer of Terror", "Funeral Invitation", "O Ciclo Maldito da Perversão", "Catapulted to the Void", "For All I Believe"
11. Fall By Pride (Remaster)
O Death Metal é um estilo que realmente chama a atenção por sua versatilidade. Em termos de criatividade, é onde qualquer experimento que o músico queira fazer dá certo. Mas ainda existem muitas bandas que preferem fazer o estilo à moda antiga, ou seja, referenciando os anos 90, quando o Death Metal ganhou identidade e se consolidou no underground. E um dos grupos mais fiéis a esta vertente mais vanguardista é o trio AZORRAGUE, de Curitiba, que chega com o arrasador de pescoços chamado "Bringer of Terror". É puro amassa-crânios!
Tradicionalíssimo em termos de Death Metal, as influências de nomes como BENEDICTION, DEATH antigo, mais a brutalidade e técnica do MORTIFICATION antigo, e pitadas de Death/Thrash à lá MASTER estão bem claras. Mas eu disse influência, e isso não significa cópia. O trio mostra uma personalidade forte, em uma música extremamente bruta e agressiva, mas bem feita. Vocais guturais, riffs de guitarras rascantes, baixo e bateria em uma base rítmica sólida e com algumas boas mudanças de andamento. É um soco nos tímpanos de tão bom.
Azorrague |
As mãos de Karim Serri (do DOOMSDAY HYMN) foram as responsáveis pela produção de "Bringer Of Terror". As gravações foram feitas no Silent Music Studios em Curitiba (PR). Resultado: um ataque sonoro brutal e muito agressivo, mas temperado com uma qualidade sonora que encaixou na proposta de trabalho do grupo. É sujo, cru e abrasivo, mas sem deixar os instrumentos embolados. A arte, bem simples, é do baterista Macarrão, mas que pegou o espírito da musicalidade do grupo.
O grupo mostra-se afiado, e sabendo aproveitar tanto sua idéia do que quer fazer com uma dinâmica instrumental ótima, sempre sabendo escapulir da repetição e do ponto comum. O trio apresenta um trabalho excelente, e que merece aplausos.
11 faixas de pura agressividade.
Bloody Hands - Uma explosão de riffs brutos e distorcidos, em uma faixa bem rápida e agressiva, embora existam momentos mais cadenciados. Ponto para baixo e bateria, que fazem uma base rítmica simples, mas forte.
Bringer of Terror - O início é bem arrastado, azedo e pesado. Mas logo o andamento fica mais rápido, raçudo e explosivo. E esta aqui possui um pouco mais de diversidade rítmica. E justamente essas mudanças que a tornam tão boa.
A Voodoo Journey - Aqui, novamente um início lento e soturno, com baixo e riffs com clara influência do Thrash Metal dão as caras. Mesmo o andamento tem aquela vibração do Death/Thrash antigo, algo como o MASTER fazia.
Devil's Army Destruction - Novamente, uma certa dose de Thrash/Death Metal aparece na música, graças a arranjos mais ganchudos e envolventes. E que belos vocais que oscilam entre o gutural e o esganiçado.
Funeral Invitation - A banda aqui usa uma abordagem um pouco mais técnica, andamento bem forte, mas existem excelentes momentos mais cadenciados e sortunos. As guitarras estão ótimas.
O Ciclo Maldito da Perversão - Sim, é cantada em português, e recheada de uma diversidade instrumental ótima. Existem partes mais lentas que realmente lembram um pouco o Doom Death Metal lá do início dos anos 90. Mais uma vez, a base rítmica é mostra-se muito bem.
The Voice of Who Cries - Brutal, esporrenta e rápida. The violência is free, e vai dar dor de pescoço em muitos pelo andamento variado e a pagada Thrash Metal.
Catapulted to the Void - Algumas melodias à lá Metal tradicional surgem nos solos, mas é uma canção mais completa, com uma técnica um pouco mais presente, com a dinâmica entre a base rítmica e as guitarras muito boa.
Strident - Alguns toques um pouco mais modernos dão início à canção, mas logo a agressividade costumeira da banda entra em cena.
For All I Believe - Um dos pontos mais altos do CD. É cheia de variações muito bem feitas, e mesmo momentos mais calmos com vocais femininos muito bem pensados, além de linhas melódicas bem feitas, e belos momentos cadenciados.
Fall By Pride - Uma versão remasterizada da música que está no EP de 2014. Óbvio que ganhou mais peso e brilho, e vemos que os vocais e os riffs da banda realmente são inspirados.
Uma excelente banda do gênero.
Músicas:
01. Bloody Hands
02. Bringer of Terror
03. A Voodoo Journey
04. Devil's Army Destruction
05. Funeral Invitation
06. O Ciclo Maldito da Perversão
07. The Voice of Who Cries
08. Catapulted to the Void
09. Strident
10. For All I Believe
11. Fall By Pride (Remaster)
Banda:
Fernando Frogel - Baixo, vocais
Roney Lopes - Guitarras
Jarlisson "Macarrão" Batista - Bateria, vocais
Contatos: