2013
Independente
Nacional
Nota 9,5/10,0
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Uma das coisas que mais matam o Rock’n’Roll e o Metal no Brasil é o radicalismo burro, sem conhecimento da história do gênero, ou mesmo o endurecimento romântico em prol exclusivamente do Metal, e mesmo de um subgênero do mesmo. No fundo, tenho um pouco de pena de pessoas assim que perdem coisas muito boas feitas tanto aqui quanto lá fora. E uma das bandas mais legais que já ouvi dentro do Rock’n’Roll nacional é, sem sombra de dúvidas, o excelente sexteto HILLBILLY RAWHIDE, de Curitiba. E como a banda arrasa em “Ten Years on the Road”, se disco de estúdio mais recente.
Antes de tudo, não estamos lidando com uma banda de Metal. O sexteto tem uma pegada mais voltada ao Country Rock, ou seja, aquela mistura deliciosa e envolvente da energia do Rock com o ritmo e pegada do Country/Southern Rock norte americano, algumas pitada de Rockabilly, feito com uma energia maravilhosa, mas com um jeitão ganchudo, com ótimos refrões, vocais roucos eficientes, presenças maravilhosas de harmônicas e violinos bem evidentes, guitarras limpas, e uma cozinha inteligente em um trabalho não muito técnico, mas sempre de bom gosto. E meus caros, se este disco não o fizer sair dançando, você já faleceu e ainda não se deu conta disso!
A produção do disco é assinada pelo próprio sexteto, que teve como co-produtores Virgílio Milléo e William Fernandez. O trabalho em termos de sonorização é muito bem feito, com cada instrumento com bons timbres e em seu devido lugar, sem se embolarem mutuamente, e sinceramente: parece que estamos em uma apresentação ao vivo do grupo. E a arte da capa é ótima, dando a clara ideia de que o sexteto é uma banda cujo habitat natural é a estrada, com sua poeira, glória e aplausos.
A música do grupo se baseia em arranjos bem simples, que o público consegue assimilar com facilidade, e sem deixar a energia cair em um momento que seja.
Juntando músicas novas e algumas anteriores a este álbum, e misturando músicas cantadas em português e em inglês, o disco inteiro é muito é bom, mas como não destacar faixas como a envolvente “Uma Cerveja, Uma Cachaça e um Remedinho” (que é recheada de belos arranjos de pianos e com uma fina ironia na letra), a raçuda “Drunk and Stoned” (que melodias ótimas e de fácil assimilação! E reparem bem nos violinos), a mais comportada e totalmente western “Hillbilly Treasure”, a encorpada “Cavaleiros da Estrada” (mais uma participação brilhante do violino), as animadas e envolventes “Honky Tonk Linos” e “Lost and Found”, além da ácida e com toque Bluesy “Monkey's Cage”?? E nem falei de “E Agora, Johnny?”, que é a típica música para animar qualquer dia da semana (cheia de pianos ótimos), e que serviria como uma luva para as famosas cenas de brigas em saloons em filmes de Western.
Uma cerveja, uma mina no colo e “Ten Years on the Road” rolando é mais que qualquer ser humano pode desejar.
Um ótimo disco, sem sombra de dúvidas!
Músicas:
01. Bull Beer Theme
02. Uma Cerveja, uma Cachaça e um Remedinho
03. Drunk and Stoned
04. Longe Sem Dinheiro
05. Hillbilly Treasure
06. Cavaleiros da Estrada
07. Fallin' Down Again
08. Honky Tonk Linos
09. Lost and Found
10. Cavaleiros da Morte
11. Monkey's Cage
12. Boogie Woogie no Hospital
13. E agora Johnny?
Banda:
Mutant Cox - Vocais, guitarras, violão
Mark Cleverson - Violino, vocais
Joe Ferriday - Piano, vocais
Osmar Cavera - Baixo acústico
Juliano Cocktail - Bateria, cajón
Marcos Traad - Harmônica
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