Músicas: 01. Intro 02. Nuclear Holocaust 03. Frenzy of Sadism 04. Abyss of Stupidity 05. Hell on Earth 06. Cadaver Business 07. The Great Extermination 08. Deathcrush |
2015
Oneye Records
Lazy Bones Records
Goretomb Records
Violent Records
Karazu Killer
Distro Zombie
Lazy Bones Records
Goretomb Records
Violent Records
Karazu Killer
Distro Zombie
Nacional
Nota 9,0/10,0
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
Em geral, o bom de se acompanhar a carreira de uma banda é a possibilidade de sempre poder ver como esta evolui com o passar do tempo. Sim, é interessante tanto para nós, da imprensa, quanto os fãs. E algumas são sublimes, melhorando mais e mais conforme o tempo passa. É o caso do quarteto VISCERAL SLAUGHTER, vindo de Macapá, no Amapá, que nos honra mais uma vez, agora com seu ótimo "Hell on Earth".
A banda continua destilando um Death Metal bruto e sem firulas, mas sólido, compacto e agressivo de doer os ouvidos mais incautos. Óbvio que a banda mantém sua personalidade intacta, mas se percebe que os arranjos deram uma esmerada. Os vocais de Vitor estão bem melhores, ainda com timbres extremos interessantes; Fabrício se encontra bem melhor nos riffs doentios e pesados de sempre, mas cada vez mais sua técnica se desenvolve, com alguns licks muito bem sacados, e a cozinha de Romeu (baixo) e Alberto (bateria) continua pesada e bruta, mas a técnica deles melhorou muito em relação ao disco anterior, "Cædem". E a evolução individual de cada um deles fez com que a música da banda ganhasse mais energia e certo refinamento técnico, mas sem perder o peso e brutalidade.
Alberto e Fabrício mais uma vez produziram o trabalho. O resultado é uma sonoridade mais seca e limpa que antes, mais bem definida, mas sem deixar de soar bruto e intenso. Óbvio que ainda pode dar uma melhorada no futuro, mas é bom ver que o "know-how" eles desenvolvem por si mesmos. E a arte de Rafael Tavares para a capa ficou muito boa, já mostrando uma maior preocupação do quarteto com o lado elaborado. E ainda temos como participação especial Luiz Carlos Louzada, do VULCANO e do CHEMICAL DESASTER, nos vocais em "Frenzy of Sadism".
O VISCERAL SLAUGHTER é um nome que mostra como se pode evoluir musicalmente sem deixar de manter a personalidade. Não abriram mão da brutalidade e agressividade que lhes é tão característica, mas o lado de arranjos ganhou maior primor, maior cuidado. É ouvir e ver que eles estão com sangue nos olhos!
Temos sete ótimas músicas ("Intro", como o nome deixa claro, é uma introdução apenas), todas com duração média de 3 minutos e meio, ou seja, eles não querem se exibir tecnicamente em viagens musicais longas e insossas, mas deixar os mais incautos com os ouvidos dando sinal de ocupado por horas.
Nuclear Holocaust - O lado mais técnico da banda já nos assombra logo de início, o andamento é variado, e o grupo já vai mostrando uma diversidade de riffs de guitarra ótimos, ao mesmo tempo em que a bateria já mostra que Alberto pode ser considerado um mestre das baquetas e bumbos.
Frenzy of Sadism - As guitarras mostram mais uma vez um ótimo trabalho (onde Fabrício chega a arriscar um solo bem doentio), mas as variações de tempo são excelentes, indo de momentos velozes a outros mais opressivos. E como os vocais estão bem encaixados e caprichando na dicção (o que com esses tons não é algo muito fácil de ser feito).
Abyss of Stupidity - Um início mais lento e abrasivo, mostrando um peso absurdo e intenso, mas bruto de tal forma que nos surpreende. Mas lembrando que a banda não se fixa em um único ritmo, logo, as mudanças de andamento são ótimas, e evidenciam que Romeu e Alberto formam uma cozinha rítmica e tanto. É de saltar os olhos!
Hell on Earth - É surpreendente como a banda sabe criar algo opressivo e pesado, mas com bom gosto. Óbvio que a agressividade aqui recebe uma moldura mais encorpada, devido aos arranjos mais elaborados. Mas o trabalho das guitarras é excelente mais uma vez.
Cadaver Business - Azeda de doer (o que ara Death Metal é um excelente sinal), alguns ritmos mais quebrados, ora mais veloz, ora um pouco mais lento, mas mantendo a qualidade e peso sempre. E que vocais!
The Great Extermination - A desgraceira não tem limites com o quarteto. Mais um festival de ótimos riffs, assentados sob uma base rítmica intensa e vocais apresentando boas mudanças de timbres. E o ritmo novamente possui alguns momentos mais arrastados (embora com bumbos extremamente velozes) fantástico.
Deathcrush - Sim, é isso que o leitor está pensando: uma releitura mais brutal e opressiva do antigo hino do MAYHEM. E sim, a canção ganhou uma roupagem Death Metal excelente, o que mostra que o grupo sabe usar muito bem sua criatividade. E o baixo aparece bastante, como na original (mas sem usar tanta distorção), e é interessante ouvir vocais guturais no lugar do rasgado a que estamos acostumados.
Banda:
Victor Figueiredo - Vocais
Fabrício Góes - Guitarras, backing vocals
Romeu Monteiro - Baixo
Alberto Martínez - Bateria
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O VISCERAL SLAUGHTER não é uma promessa, mas uma realidade, merece muito respeito, e acreditem: "Hell on Earth" merece o nome que tem, e vale a aquisição!
Aliás, um disco perfeito para se usar quando houverem aqueles churrasqueiros de fim de semana que enchem o saco, ou aqueles caras com mania de pôr lixo musical em altos volumes. É a hora do acerto de contas...
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