2015 - Eternal Hated Records - Nacional
Nota 8,5/10,0
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
O Metal sempre se destacou com o gênero musical das mutações. Apesar de passar dos 40 anos, quem disse que o estilo fica quieto, estagnado como tantos outros?
Nada disso, ele sempre se mostra renovado, miscigenando e indo adiante, firme e forte em direção ao futuro. E isso graças às bandas que buscam se renovar sempre, fugindo dos clichês e buscando seu jeito de ser. E é isso que o septeto PRAY FOR MERCY mostra mais uma vez em “In Absentia”, seu mais recente trabalho, lançado de forma independente em 2014 e que a Eternal Hatred Records acabou de relançar.
Antes de tudo, o grupo faz uma mistura forte entre Death Metal, Hardcore e Deathcore, com alguns momentos que lembram o Djent (especialmente nas guitarras), buscando ter impacto sonoro e violência em meio a andamentos não tão velozes (embora existam momentos mais rápidos distribuídos pelo disco) e peso severo de seu instrumental forte, agressivo e que recebe algumas belas doses de melodias introspectivas, mais alguns toques de elegância dado pelos teclados. E a dupla de vocais dá um toque diferenciado. O septeto acerta a mão em cada uma das composições, e ainda ganha brilho com a presença de Felipe Eregion do UNEARTHLY em “Anexo IV: Exílio Manchado de Sangue” e Caio MacBeserra do PROJECT46 em “Anexo VI: Cegueira do Verdadeiro Mal”.
Produzido por Adair Daufenback, podemos aferir que o grupo acertou na escolha. Sim, pois apesar da brutalidade, existe uma clareza bem grande, que nos leva a compreender as letras cantadas apesar dos tons rasgados e guturais que se alternam e instrumental abrasivo. Mesmo os teclados conseguem aparecer bem. E a arte do grupo, usando como tema principal o branco, fugindo dos clichês e casando bem com o tema usado pela banda (que apesar de meio nebuloso à primeira vista, é extremamente real e esotérico em vários pontos, mesmo usando de subjetividade).
Pray For Mercy |
Melhores momentos:
Ato I: O Inicio da Escuridão – Explosiva, agressiva e intensa, alternando os tempos de forma magistral. E isso evidencia o ótimo trabalho de baixo e bateria do grupo.
Anexo II: Intrepidus – Uma levada pesada e azeda, mesmo quando os tempos são mais rápidos, e onde a dinâmica da música é bem trabalhada, com destaque para as mudanças de tons dos dois vocalistas e encaixe perfeito dos teclados.
Anexo IV: Exílio Manchado de Sangue – Começa mais cadenciada e soturna, se baseando em teclados sinistros, até que o apocalipse de guitarras vem e torna tudo mais pesado e intenso. E os vocais de Felipe Eregion dão um sabor diferenciado à música.
Anexo VI: Cegueira do Verdadeiro Mal – Mais uma que tem um início mais ameno e vira um festival de agressividade, com os vocais se alternando de forma insana, com destaque para os teclados e guitarras. E como antes, Caio MacBeserra mostra que entrou na canção para dar um toque bem diferenciado e agressivo ao que já é brutal.
Ato III: Descobertas das Cinzas – Uma canção mais sinistra, mesmo com todo o peso opressivo da banda. E como baixo e bateria se mostram coesos e técnicos aqui.
Anexo VII: Decesso – Climática e intensa no princípio, deixando o ouvinte preso durante sua passagem cheia de quebradas de ritmo. E que guitarras!
O PRAY FOR MERCY se destaca bastante, e junto com bandas como PROJETC46 e CONFRONTO, representam a ponta de lança da juventude de nosso cenário.
Recebam-nos com os braços abertos e mentes tranquilas!
Músicas:
01. Prefatio (Intro)
02. Ato I: O Inicio da Escuridão
03. Anexo I: Cárcere
04. Anexo II: Intrepidus
05. Anexo III: Invocação
06. Ato II: Aceite a Dor
07. Anexo IV: Exílio Manchado de Sangue
08. Anexo V: Guiado pelas Sombras
09. Anexo VI: Cegueira do Verdadeiro Mal
10. Ato III: Descobertas das Cinzas
11. Anexo VII: Decesso
12. Ato IV: Martírio
Banda:
Otávio Augusto – Vocais
Bruno Tortorello – Vocais
Hebberty Taurus – Guitarras
Isadora Sartor – Guitarras
Gustavo Oliveira – Teclados
André Soares – Baixo
Lucas Gomes – Bateria
Contatos: