2015 – Independente – Nacional
Nota 10,0/10,0
Músicas:
01. Insight
02. The Journey Has Begun
03. Flying in the Illusion
04. Grey Sky
05. Mr. Fire (feat Iuri Sanson/Edu Falaschi)
06. The Chase
07. Keeper Alive (feat Iuri Sanson)
08. Back Home
Banda:
Luís Kalil – Guitarras, baixo
Leo Nunes – Guitarra solo em “The Journey Has Begun”
Lourenço Gil – Bateria
Renato Osório – Baixo em “The Chase”
Iuri Sanson – Vocais em “Mr. Fire” e “Keeper Alive”
Edu Falaschi – Vocais em “Mr. Fire”
Luís Kalil |
Contatos:
Metal Media (Assessoria de Imprensa)
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Desde os anos 80, muitos guitarristas encontraram nos discos instrumentais a forma mais adequada para expressarem suas idéias e sentimentos musicais. A lista é longa, e existem aqueles que realmente nada acrescentaram. Mas ao mesmo tempo, JOE SATRIANI, TONY MACALPINE, MARTY FRIEDMAN, JASON BECKER e outros poucos mostram que música instrumental pode ser feita com bom gosto e criatividade, sem que o disco se torne soporífero. E o Brasil anda produzindo alguns discos excelentes nesse ramo, com caras como NANDO MORAES, MICHEL OLIVEIRA e WAEL DAOU, e agora, com o virtuoso e talentoso LUÍS KALIL mostrando seu trabalho em “Insight”, seu primeiro disco.
Antes de tudo, é preciso deixar claro que a pouca idade de Luís (que tem apenas 15 anos) não influencia em nada, muito pelo contrário: a impressão que temos ao ouvi-lo tocar é de uma pessoa de estilo amadurecido, com personalidade, e que prefere lançar mão de sua técnica para que as músicas soem como um todo, sem exibições desmedidas que tenderiam a cansar nossos ouvidos. Não, Luís mostra-se um guitarrista soberbo em todo o disco, sem querer usar as famosas “fritadas”. Em “Insight”, o que transborda é feeling, sentimento e muita classe. É de encher os olhos de lágrimas.
E para dar um brilho especial, Luís ainda trouxe consigo convidados como Edu Falaschi (do ALMAH) e Iuri Sanson (do HIBRIA) para participarem nos vocais de algumas músicas, fora Renato Osório (também do HIBRIA) para trabalhar na produção (e dar uma canja no baixo em “The Chase”. Então, palavras não podem medir o quanto o disco é bom.
Como dito, Renato Osório fez a produção do disco, mixagem e masterização. E o que ouvimos é uma sonoridade vigorosa, densa, pesada, mas bem clara, nos permitindo aproveitar cada momento de “Insight”. E a arte de Tiago Masseti se encaixa como uma luva ao trabalho.
É incrível ver como o trabalho de Luís é dinâmico e bem arranjado, fugindo de algo clichê. E o primeiro sentimento que fica claro em seu trabalho (se nos permitem aferir tal característica) é uma profunda humildade. Sim, pois mesmo sendo uma fera que nada deve aos guitarristas virtuosos do exterior, é a clara impressão que ele nos concede. Fora isso, existe uma energia positiva que permeia “Insight”, que nos faz nos toca e embala.
“Insight” abre o CD com uma faixa muito bela e bem arranjada, com a bateria mostrando uma técnica interessante (reparem algumas influências de música brasileira em alguns momentos), além de belíssimos solos que emanam puro feeling. Em “The Journey Has Begun” existe uma bela exibição de técnica de baixo e bateria, bases de guitarra excelentes e solos inspirados (com lindas e envolventes linhas melódicas). Um pouco mais pesada e densa é “Flying in the Illusion”, lembrando um pouco a fusão de Rock, Metal e música clássica. A curta e direta “Grey Sky” possui um jeitão mais introspectivo, mas como os solos de guitarra nos embalam de forma sensacional (que foi que disse que uma boa música precisa ser longa?). Mostrando que não quer ser apenas mais um guitarrista de música instrumental, Luís nos “Mr. Fire”, que possui os belos vocais de Iuri e Edu (preciso falar algo deles dois?), mostrando força e peso, mas sem que o feeling seja perdido. “The Chase” é bem trabalhada e com um jeito um pouco mais neoclássico, embora cheia de arranjos pesados de baixo e bateria, e riffs bem intensos. Em “The Keeper is Alive”, outra excelente música com vocais, Luís mostra excelentes solos, e bases que se encaixam perfeitamente com os vocais de Iuri, com belo refrão. E outra faixa não muito longa, “Back Home”, fecha o disco, transbordando feeling e beleza, com arranjos lindos em cada instrumento.
Este autor soube de algumas pessoas mostrando seu lado “nelsonrodrigueano” viralatesco há alguns meses na internet, depreciando o trabalho de Luís. Sinto muito, haters com excesso de ócio transformado em ódio, mas enquanto vocês usam a boca (e dedos) para falar e chamar a atenção para si, este jovem é capaz de fazer isso com mente, coração e mãos. E eu (e muitos) iremos preferir o trabalho perfeito dele às suas palavras.
Fechando: parabéns, LUÍS KALIL, pois “Insight” é um disco fenomenal, ao ponto de, quando ele se encerra, este crítico, com 45 anos de idade, ser obrigado a levantar da cadeira, curvar a cabeça em respeito, e aplaudir efusivamente.
Você merece.
Você merece.