2015 – Shinigami Records – Nacional
Nota 8,5/10,0
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Muitas vezes, este autor gosta muito de falar sobre a presença feminina no Metal, em especial quando as mulheres estão em bandas. Sempre é diferente, e na maioria das vezes, fica um trabalho com um toque a mais de peculiaridade. Sim, sempre que elas estão presentes, temos algo diferente, ótimo, e que nos cativa. E como é maravilhoso ver um veterano nessa questão, o quarteto HELLSAKURA, de volta à carga, e com um CD novo, o ótimo “Venömrizer”, que a Shinigami Records acaba de lançar.
O rótulo atribuído à banda de “Metal Punk” não faz justiça ao trabalho musical do quarteto. A música do quarteto é diversificada, ganhando elementos do Thrash e do Metal tradicional, mais algumas coisas um pouco mais experimentais, e isso sem deixar se soar despretensioso e espontâneo. Além disso, pesa em muito o HELLSAKURA não soa datado ou sujo, mas jovem e bem mais versátil que o dito rótulo permite (talvez uma herança dos tempos em que Cherry liderava o finado OKOTÔ, nos anos 90). Ou seja, temos vocais agressivos e bem diferenciados, riffs de guitarra muito fortes e empolgantes (um dos pontos mais fortes do grupo, graças à experiência de Cherry e de Donida), e uma base rítmica forte, pesada e bem variada, com Napalm (baixo) e St. Denis (bateria) muito bem entrosados. E assim, quem ganha é o ouvinte.
Hellsakura |
O HELLSAKURA tem por mérito fazer uma música não muito complicada, mas sabendo fazer aquilo que desejam. A capacidade de arranjos da banda é ótima, sem soar forçado em momento algum. E abrilhantando ainda mais o CD, temos a presença de convidados ilustres como Bob Vigna na guitarra solo em “Mark of the Witch”, Serpenth na guitarra solo em “Venom” e “Lethal”, Guiller Cruz (ex-NERVOCHAOS) nos vocais em “Gory”, Felipe Freitas (baixista do NERVOCHAOS) e Edu Lane (baterista do NERVOCHAOS) nos backing vocals em “Toxic”, João nos vocais na introdução de “Toxic”, e Pitchu Ferraz (baterista do NERVOSA) na bônus “Death Row”.
Emergency – Cadenciada e intensa, abre o disco cheia de energia. Reparem bem como os riffs são intensos e certeiros, mais a força dos vocais azedos de Cherry.
Venom – Um pouco mais rápida que a anterior (e também mais curta), tem aquele jeitão despojado à lá MOTORHEAD, outra vez mostrando força nas guitarras, além de belo solo.
Lethal – Com uma introdução peso-pesada bem cadenciada, uma canção azeda, mas com belas melodias, que dão corpo à música. E que belo trabalho da base rítmica.
Mark of the Witch – Andamento mais trabalhado (existem algumas mudanças muito boas), esta é uma canção densa e com bom trabalho dos solos.
Bloody Hell – Essa já é mais acessível, com uma pegada voltada ao Rock’n’Roll, mas pesada e uma bela performance do vocal esganiçado e azedo de Cherry.
Toxic – Mais veloz, forte e com uma pegada HC, e mesmo na simplicidade, mostra alguns belos arranjos de baixo e bateria, fora corais bem sacados.
No Serum – Uma canção mais experimental e soturna, cheia de efeitos sonoros, marcados pela presença do baixo. Serve bastante como uma introdução.
Gory – A faixa mais agressiva do álbum, com peso intenso nas guitarras, e um trabalho ótimo na bateria (veja o uso dos bumbos duplos).
You Got the Metal – Outra com forte ranço de Rock’n’Roll, mas sendo mais técnica e cheia de energia. E novamente os riffs mostram a que vieram, nos envolvendo e agarrando pelos ouvidos.
Death Row – O fechamento do disco. Aqui, a velocidade é maior (embora nada excessiva), mas não é reta (veja como a bateria e o baixo mostram sua técnica em boas mudanças de ritmo).
O HELLSAKURA volta à carga com tudo, e mostra que o cenário do país pode contar com eles para tudo. E “Venömrizer” é o testemunho disso!
Músicas:
01. Emergency
02. Venom
03. Lethal
04. Mark of the Witch
05. Bloody Hell
06. Toxic
07. No Serum
08. Gory
09. You Got the Metal
10. Death Row
Banda:
Cherry – Vocais, guitarras
Donida – Guitarras
Napalm – Baixo
St. Denis – Bateria
Contatos:
Metal Media (Assessoria de Imprensa)