Nota 9,5/10,0
Músicas:
01. Alive or Dead
02. Age of the Darkness
03. Endless Suffering
04. Psywar
05. Assassin
06. Battle of Blood
07. Suicide Dreams
08. Apocalypse
09. The Bounty Hunter
10. Night of the Dead
Banda:
Álex Maramaldo - Vocais, guitarras
Lailton Sousa - Guitarras
Luiz Henrique Muniz - Baixo
Rodrigo Falconieri - Bateria
Contatos:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Uma das situações mais interessantes e legais de quando se conhece o trabalho de uma banda de Metal é justamente a possibilidade de ver como ela evolui com o passar do tempo, o quanto ela é capaz de se manter interessante e relevante. E algumas realmente acabam nos deixando muito surpresos. É o caso do quarteto Fortaleza (CE) ENCÉFALO. Se eles já haviam feito bonito em “Slave of Pain”, eles resolveram pôr tudo que eles possuem para fora de uma vez só com “Die to Kill”, seu novo álbum.
Antes de tudo, aquele Thrash Metal forte e bem tocado do primeiro disco ganhou algumas influências do Death Metal, se tornando mais bruto e impactante. Mas ao mesmo tempo, existem muitas melodias fortes vibrando por todas as canções do CD, fora um dinamismo muito sensível em termos de andamentos. E não podemos deixar de citar que mesmo em termos de técnica, a banda ganhou muito, está mais solta e trabalhada. Mas não se preocupem: a identidade musical do grupo está intacta. Ainda temos vocais fortes (mais usando bastante de timbres guturais intensos e alguns urros mais rasgados vez por outra), riffs de guitarra arrasadores, solos eficientes, baixo e bateria que usam ótima técnica sem perder o peso. E mesmo assim, o ponto mais forte do grupo é sua coesão musical, como as músicas soam como um todo, e não como exibição técnica.
O trabalho de produção ficou nas mãos do próprio quarteto. E verdade seja dita: embora qualidade pudesse ser um pouco melhor, está longe de ser ruim ou mediana. Cada instrumento está audível, os timbres bem escolhidos, e o peso é bem evidente.
A capa de Tiago Oliveira, mais o design do encarte feito por Luiz Felipe, são ambos simples, mas ótimo. E ter declarações de cada um dos músicos no encarte é uma idéia muito bem sacada.
Como dito acima, o quarteto sabe como deixar suas faixas bem dinâmicas e interessantes, com bons arranjos e tudo nos seus devidos lugares. Sem exageros, mas sem ser algo simplista.
Tirando “Alive or Dead”, que é uma introdução, nada em “Die to Kill” é dispensável ou excessivo. O equilíbrio dita as regras.
“Age of the Darkness” é rápida e cheia de energia, como uma faixa de abertura precisa ser, mostrando um trabalho excelente de baixo e bateria (reparem bem no uso sábio dos bumbos), fora ótimas mudanças de andamento, enquanto “Endless Suffering” é um pouco mais cadenciada e azeda, mostrando ótimos riffs, intensos e bem trabalhados. E outra onde as guitarras se destacam bastante é “Psywar”, outra onde a velocidade dá lugar a um andamento em meio tempo, embora existam belas mudanças de ritmo. “Assassin” começa cadenciada, com alguns riffs bem pesados, mas ganha mais velocidade, belos arranjos e vocais furiosos que se alternam em timbres guturais e rasgados. Em “Battle of Blood”, uma excelente e multifacetada instrumental, a cozinha rítmica dita muito bem as regras, com o baixo se sobressaindo, um dos pontos altos do CD (se desmerecer o trabalho dos vocais, por favor). Em “Suicidal Dreams”, temos uma introdução com guitarras mais melodiosas, mas logo, vira uma paulada Thrash/Death de primeira qualidade. Com um trabalho técnico muito bom, temos “Apocalypse”, outra onde as guitarras mostram uma força absurda e bons solos. Mais rasgada e sangrando em energia, com ótimos vocais, temos “The Bounty Hunter” (reparem bem no uso de vocais guturais se alternando com vozes mais limpas em certos momentos). E fechando, “Night of the Dead” é mais bruta, mas sem perder a pegada trabalhada do Thrash Metal, se destacando bastante os riffs criativos e as quebradas de ritmo.
O ENCÉFALO voltou com tudo, por cima, e mostra-se uma das bandas mais interessantes do Thrash/Death Metal brasileiro.
Em tempo: após o lançamento do disco, o guitarrista/vocalista Álex Maramaldo deixou a banda, que permanece como um trio.