2 de jul. de 2015

Bloody – Bloody (CD)


2015 – Independente – Nacional
Nota 9,5/10,0



Tracklist:

01. Another Bloody Day
02. Vile or Divine
03. No Ammo
04. Cancro
05. Vengeance
06. Mind Over Mind
07. Pride
08. Fuel to My Head
09. Ruthless


Banda:

Paulo Tuckumantel – Vocais 
Fábio Bloody – Guitarras 
André Tabaja – Baixo 
Augusto Asciutti – Bateria 


Contatos:

Metal Media (Assessoria de Imprensa)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Fazer Metal no Brasil nunca é algo fácil. Devido aos problemas sociais e econômicos dessas terras, mais as dificuldades que a própria cena do gênero apresenta por aqui, fica cada vez mais e mais difícil de respirar. Mas mesmo assim, ainda existem aqueles que possuem garra em um nível elevado, e muito sangue nos olhos, dispostos a vencer tudo e todos, nem que seja na base de tapas. E de tanto sangue nos olhos, o experiente quarteto Thrasher BLOODY, de SP, volta à carga com mais um disco, o terceiro nesses 13 anos de muita luta. E “Bloody” mostra-se um disco realmente sensacional.

O grupo usa e abusa da violência musical para criar músicas de impacto, mas com bom nível técnico. Aqui, a violência não é despropositada e muito menos desculpa para ocultar o lado mais técnico. Ela é a incorporação plena do lado musical azedo do grupo, que mostra algumas raízes mais melodiosas (alguns solos de guitarra mostram um feeling bem próximo ao Metal tradicional e mesmo um pouco para o Groove Metal em muitos momentos). Vocais urrados e muito bem encaixados (vejam o que eu digo em “Cancro”, cantada em português. A dicção é clara e compreensível, mesmo nesse timbre mais agressivo), riffs pesados que alternam de velocidade conforme necessário, mais solos bem feitos (e como dito acima, transpiram um feeling e melodias ótimas), base rítmica pesada e apresentando um nível técnico não muito convencional o Thrash Metal. Tentando traduzir em palavras: mesmo veterano, o BLOODY não se furta em usar de um estilo mais evoluído, ou seja, pode ser classificado como mais um ótimo nome do que chamo de “Thrash Metal moderno e inteligente”. Não há clonagem aqui, apenas música de alto nível.

A produção de Fábio Bloody deixou a sonoridade bem abrasiva e bruta, mas muito clara (mesmo com esses timbres mais ríspidos), com o instrumental preenchendo todos os espaços da música, sem deixar buracos. É claro e pesado de doer os dentes. Fora isso, o lado artístico, também feito por Fábio, ficou ótimo, e com um expediente bem pouco usado: a banda coloca, frase por frase, a tradução em português do que as letras dizem, e isso nos permite ver a não conformidade e inteligência de seus temas.

Bloody
Arranjos bem planejados (mas espontâneos), músicas fortes e que nos tomam nas primeiras audições, e isso nos permite aferir que o quarteto é um dos nomes mais fortes do gênero no país.

Nas nove faixas do CD, não podemos descartar nada. Do início ao fim, a banda mostra uma maturidade musical e personalidade que se destacam muito. Mas as que indico para uma primeira audição são a abrasiva “Another Bloody Day” (um andamento não muito veloz, priorizando o peso dado por baixo e bateria, que mostram ótima técnica com alguns tempos quebrados), a alternada e bruta “Vile or Divine” (com seus tempos mais arrastados, vocais ferozes e riffs que nos vencem pelo bom gosto), a técnica “No Ammo” (novamente ótimos riffs, e solos melodiosos muito bem encaixados), a ferocidade explícita de “Cancro” (que começa com arranjos sinistros de guitarra, virando um azedume. E reparem no toque de Southern/Groove no solo, graças ao uso inteligente do wah-wah), a veloz e pogante “Vengeance” (olhem como os timbres vocais variam bastante, com alguns urros mais guturais e outras vozes mais esganiçadas), a forte e mais dinâmica “Mind Over Mind” (com boa dose de velocidade e muito gás, além de um refrão ótimo. É moshpit certo!), “Pride” e seu andamento que realmente nos leva a balançar a cabeça no ritmo ditado por baixo e bateria sem dó de nossos pescoços, e novamente, ótimo refrão; a moderna e pesada “Fuel to My Head” (mais uma que incita o moshpit, graças ao andamento muito bem pensado), e a espalha-brasas “Ruthless”, onde a banda como um todo mostra um poderio de fogo extremamente cativante. Ou seja: as nove faixas, logo, ponha o disco para tocar e esqueça o resto. Ainda mais que “Bloody” está disponível para download gratuito no site da banda.

Ainda bem que o BLOODY está na ativa, pois é de bandas assim que a cena nacional necessita: raçudos, sem medo de evoluir e, acima de tudo, que possuem personalidade. Ou seja: esqueçam os clones que andam por aí, reclamando de tudo. Clones não possuem alma, logo, nada acrescentam.


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