Independente
Nota 8,5/10,0
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
Fazer som que tenha influência e jeito de anos 60, 70 ou 80 não é um trabalho simples. Essa afirmativa se baseia no fato de que estilos assim necessitam que os músicos ponham muito de si no trabalho, com a finalidade de fazer com que não seja apenas um clone do que já foi feito. E clonagem, para ser bem claro, é plágio, e plágio é crime, em várias concepções da palavra. Mas o legal é que quando se acha uma banda com personalidade própria nesses estilos erodidos, o resultado é sempre ótimo. E nesse caso, se encaixa o trio paulista HAMMERHEAD BLUES, que chega com seu EP de estréia, que leva o nome da banda.
A banda não assume rótulos, é tão somente o bom e velho Heavy Metal/Hard Rock dos anos 70, sem buscar ser técnico demais, mas sem cair no simplório. É pesado, denso e azedo, mas com ótimas melodias e um trabalho instrumental muito bom. Vocais melodiosos e bem encaixados, guitarras com aquela sonoridade pesada e bluesy tão viva e marcante tanto nas bases quanto nos solos, baixo e bateria firmes na cozinha rítmica, dando peso e diversidade ao som do grupo. E assim, o trabalho deles soa vivo e cheio de energia, graças à personalidade que esses sujeitos colocaram.
Hammerhead Blues |
A sonoridade que temos resgata bastante os elementos dos anos 70, sem sombra de dúvidas, mas aliada a uma qualidade sonora ótima e com clareza suficiente para compreender o que eles estão tocando.
Tudo no trabalho deles soa caprichado, mas espontâneo demais. A vibração e energia das músicas é intensa, graças justamente à capacidade da banda em arranjar seu instrumental equilibradamente.
As quatro músicas do trabalho são ótimas. “Low” tem um jeitão bem “Zeppeliniano” de ser, mas mantendo peso e qualidade sempre, com destaque evidente para o trabalho das guitarras, enquanto “Age of Void” tem uma pegada mais acessível, mais chegada ao Hard Rock clássico, aquele jeitão meio bluesy de ser, que é reforçado pelos ótimos vocais e andamento em tempo médio. Em “Midnight Flight”, temos outra faixa com jeitão bem bluesy, com boa dose de acessibilidade e grandes intervenções das guitarras. Fechando, um show do baixo e da bateria na pesada “Moontale”, cativante e envolvente até a alma.
Muito, muito bom mesmo, e a banda está de parabéns, pois o trabalho do trio é de qualidade.
Músicas:
01. Low
02. Age of Void
03. Midnight Flight
04. Moontale
Banda:
Otávio Cintra – Vocais, baixo
Luiz Felipe Cardim – Guitarras
Willian Paiva – Bateria
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