16 de jul. de 2014

Resenha: Overkill - White Devil Armory (CD)

Nota 10,0/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


Deuses, o que houve com o OVERKILL???

Caramba, que eles são mestres em fazer um Thrash Metal explosivo e bruto todos já sabem, mas em "White Devil Armory", eles exageraram!

O tempo passa, e ao invés deles ficarem mais melodiosos e trampados, o quinteto de Nova York fica cada vez mais rasgado, pesado, ríspido e agressivo, o disco chega a ser um abuso. Mas isso sem perder a pegada e melodia característica da banda que eles carregam desde o EP "Overkill", de 1984. Ou seja: o OVERKILL apenas deu uma pegada mais agressiva, mas não perdeu nada do que já tinha. E "White Devil Armory" é um dos pontos altos de sua carreira.

Os vocais de Bobby "Blitz" Ellsworth estão ainda mais rasgados e intensos que antes (esse cara teve mesmo câncer e um enfarte? Que pulmões!)e a dicção está perfeita, Dave Linsk e Derek "The Skull" Tailer estão com um trabalho matador nas guitarras, com riffs maciços e solos muito bem feitos, D.D. Verny nunca foi um baixista lá muito comportado em termos técnicos, e aqui mostra que ainda esbanja peso e técnica, ainda mais com Ron Lipnicki sentando a marreta na bateria, com peso e técnica absurdos. Ou seja: eles estão mais que em forma, e dispostos a arregaçar os ouvidos alheios!

Em termos de produção, onde o quinteto meteu a mão na massa e Greg Reely mixou o disco, nada há o que ser dito além de que ela está perfeita em termos de sonoro, mais seca, o que deixou o trabalho muito agressivo e rascante, mas com clareza para que cada instrumento se apresente como devem e os timbres fortes para cada instrumento (basta ver que o baixo de D. D. aparece bastante, mas sem que outros instrumentos sejam prejudicados). A arte da capa, como é de praxe, é uma arte estilizada de Chaly, bem atualizada.

Overkill
As composições do quinteto estão maduras, o que deixa claro que o grupo realmente estava inspirado, trazendo de volta toda a sua influência e estrutura sonora Thrasher com músicas bem compostas de discos como "Taking Over" e "The Years of Decay", resgatando a agressividade opressiva de "Horrorscope", mas certo feeling mais abrasivo e cadenciado da época de "I Hear Black", logo, "White Devil Armory" parece ser um apanhado bem feito e coeso de tudo que a banda já fez. E isso mostra que o grupo não é conformista e nem ao menos abre mão de descer a lenha, ao mesmo tempo que o discurso da banda não alivia em momento algum, continua azedo de doer nos ouvidos de conformistas.

O disco já abre com uma pedrada veloz, "Armorist" (primeiro Single e vídeo do disco, mostrando o uso furioso dos bumbos duplos, mais o baixo mostrando-se bastante, guitarras insanas em riffs e solos, além da grande forma dos vocais), seguida das um pouco mais trabalhadas "Down to the Bone" (um pouco mais lenta, que nos permite perceber o quando a cozinha de D.D. e Ron é afiada e bem entrosada), e "Pig" (os riffs dão uma bela mostra que em Dave e Derek que a banda tem uma dupla de guitarras coesa, e aqui, vemos um pouco as influências mais pesadas do grupo). Em "Bitter Pill", temos uma faixa mais cadenciada, mas pesada de doer os ossos, com uma interpretação perfeita de Bobby, e onde certos toques da época do "I Hear Black" aparecem (mas bem menos macios), enquanto em "Where There's Smoke" eles voltam à carga mais veloz (mas com belas variações rítmicas, e um trabalho fantástico do grupo como um todo). Em "Freedom Rings", temos a música introduzida por um dedilhado de baixo muito bom, até que uma música com velocidade que se alterna se faz presente (outro show das guitarras, diga-se de passagem, mais belos backing vocals), e "Another Day to Die" mostra um andamento envolvente e bem trabalhado (as guitarras mostram uma bela diversidade de riffs, oscilando entre agressividade e alguns momentos mais melodiosos, e um solo muito bom nessa música, além do baixo alinhavar tudo perfeitamente). "King of Rats Bastards" é outra a mostrar uma inclinação mais variada em termos técnicos e mais melodiosa, enquanto "It's All Yours" é muito instigante devido às mudanças de riffs, grandes vocalizações e certos toques mais acessíveis. Encerrando com chave de Metal, "In the Name", outra cacetada mais bem trabalhada e não tão veloz, mas igualmente abrasiva e de deixar os ouvidos apitando devidos aos altos tons dos vocais, mas se repararem bem, ao mesmo tempo, Bobby faz um trabalho maravilhoso em todos os momentos da música, bem como os riffs e solo estão excelentes e a cozinha perfeita.

Sinceramente, é uma pena que bandas mais produtivas como OVERKILL e outras que, nos últimos anos, andam lançando trabalhos fantásticos em termos de Thrash Metal, fiquem relegadas ao segundo time, enquanto o chamado Big Four americano anda gaguejando no sermão há muito tempo (não me levem à mal, mas tem gente no Big Four que vive de passado). Pensem nisso, ouça "White Devil Armory" e tirem suas próprias conclusões.




Tracklist:

01. XDm
02. Armorist
03. Down to the Bone
04. Pig 
05. Bitter Pill
06. Where There's Smoke...
07. Freedom Rings  
08. Another Day to Die
09. King of the Rat Bastards
10. It's All Yours  
11. In the Name


Banda:

Bobby "Blitz" Ellsworth - Vocais
Dave Linsk - Guitarra solo
Derek "The Skull" Tailer - Guitarra base
D.D. Verni - Baixo, backing vocals
Ron Lipnicki - Bateria


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