21 de jul. de 2014

Resenha: Fire Shadow - Phoenix (EP)

Independente
Nota 9,5/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


As bandas de Metal Tradicional andam acumulando boas influências nos últimos tempos, buscando fugir do ponto comum, tornando a sonoridade cada vez mais opressiva e bruta, mas sem perderem a melodia e classe tradicionais do gênero. Ou seja, elas mantém as raízes no passado com os olhos no futuro, e assim, criam algo muito bom em termos de presente. E os curitibanos do FIRE SHADOW resolveram exagerar e levar sua música em "Phoenix", seu novo EP, a extremos.

O quinteto, que estava sumido desde 2007 (quando lançaram "Fire Shadow", embora alguns singles tenha sido lançados de lá para cá) mostra um trabalho que recebe influências diretas do IRON MAIDEN (especialmente nos ótimos vocais, que possuem uma diversidade de timbres maravilhosa, no baixo, que se apresenta longe de ficar apenas nas bases, e nos duetos de solos vez por outra) e JUDAS PRIEST (nos riffs mais agressivos e quase Thrash Metal, e nas bateria que dá um belo show de técnica e peso), mas mantendo sua própria personalidade, que é bem agressiva e abrasiva, ou seja, estão em um caminho que leva ao futuro, sem negar de onde vieram e quem eles são. E isso nos rendeu um disco muito bom, que nos toma pelos ouvidos com rapidez, agradável, pesado e agressivo nas medidas certas. Podemos dizer que é como se tivéssemos uma banda de Metal tradicional tocando com o pique e energia do Thrash Metal, e isso é maravilhoso.

A própria banda, em conjunto com Alexandre Cegalla, ficou bem seca e com ótima qualidade, o que fez com que o trabalho musical do quinteto ficasse extremamente exposto aos nossos ouvidos, com cada mínimo detalhe de sua música audível, cada instrumento com brilho e peso devidos. E a arte gráfica, evocando a Fênix (pássaro mitológico que representa o renascimento após a morte), ficou muito boa na capa, embora o encarte seja mais simples.

E sobre a representação da Fênix, o FIRE SHADOW mostrou que voltou por cima, agressivo e disposto a lutar por seu espaço no Metal nacional, pois suas composições esboçam a agressividade necessária para vencer, a força e determinação que transpira em seu trabalho e em cada arranjo, sem deixar espaços para críticas negativas ou em cima do muro. Longe disso, o quinteto mostrou que tem vontade e música para transcender barreiras.

O EP abre com a abrasiva e forte "Scars", música do vídeo, com um andamento mais refreado e pesado, mostrando excelentes riffs e solos, fora vocalizações de alto nível, quase que transpirando uma garra incrível. Em "Inner Battle", apesar de ser uma faixa ainda bem agressiva, com uma introdução semelhante a uma marcha de guerra, vemos a melodia se evidenciar, em uma faixa bem com ótimo refrão, o baixo mostrando sua técnica e grandes vocalizações, fora belíssimos duetos de guitarras. Em "Phoenix", a banda mostra uma pegada bem moderna e ganchuda, com grande e ótimo trabalho da base e uma dinâmica que se agarra ao ouvinte. A dinâmica entre vocais e guitarras é a tônica de "From Darkness", criando momentos grandiosos e fortes, mais uma vez contando com a presença técnica do baixo. E "Unbreakable" mostra novamente o quão ótimo pode a mistura de melodias e riffs agressivos pode render, outra faixa bem envolvente.

Ainda bem que eles voltaram com tudo, e com essa pegada, o grupo tende a crescer mais e mais.

Recomendadíssimo, sem sombra de dúvidas!



Tracklist:

01. Scars 
02. Inner Battle 
03. Phoenix 
04. From Darkness 
05. Unbreakable


Banda:

Marco Lacerda - Vocais
Francisco Kozel - Guitarras
Bruno Quimelli - Guitarras
Gustavo Adaeots - Baixo
Leandro Zonato - Bateria


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