Independente
Nota 9,0/10,0
Por Marcos "Big Daddy" Garcia
Muitas vezes, vemos surgirem bandas com um som híbrido, fugindo de muitas classificações e buscando alternativas para estilos que a erosão desgastou bastante devido à superexposição e superlotação. O chamado Rock Brasil dos anos 80 ainda vaga no limbo devido ao “mais do mesmo” que os veteranos e novatos andam tentando renovar. Mas o quarteto carioca DRAMA resolveu fazer diferente em “Dramática Volume I”, seu novo EP.
Antes de tudo, a banda tem uma forte dose de peso advinda de suas guitarras e base rítmica sólida, um vocal muito bem colocado sobre a linha instrumental (mesmo tendo que lidar com a difícil métrica de cantar em português), além do uso de elementos eletrônicos que lhes confere uma forte dose de experimentalismo. É um trabalho forte, com bastante peso, ótimas doses de melodia e bem criativo no uso de elementos eletrônicos.
A produção ficou a cargo deles mesmos, na base da raça e do DIY, mas como os integrantes do grupo possuem experiência (pessoas que passaram ou ainda estão em bandas como WARFX, PAGAN THRONE, METROPOLYS, AGHORY, DROPS 96 e outros grupos do Rio de Janeiro) e mesmo conhecimento do que fazer em estúdio. E está em um padrão bem melhor que muita produção que ouvimos por aí, com limpeza e peso nas medidas certas.
Drama |
Musicalmente, é um trabalho que este autor prefere não rotular, já que apesar da forte acessibilidade, temos um nível de peso incomum às bandas que são de Pop Rock, ao mesmo tempo em que os elementos eletrônicos dão um sabor de Industrial Rock, só que usados com sabedoria e fugindo muito do que as bandas do gênero costumam fazer. Mas temos uma música rica e bem feita, logo, o melhor é que tirem suas dúvidas ouvindo. E tenho dito.
São seis fixas bem estruturadas e bem cuidadas, apesar da espontaneidade do trabalho.
“O Monstro” possui um andamento bem pesado e denso, com trabalho de guitarras bem forte e grande presença dos efeitos eletrônicos. “Difícil de Expressar” é mais ganchuda e empolgante, ao mesmo tempo em que o enfoque é mais macio, privilegiando bastante o belo trabalho dos vocais. Já em “Dramática”, há uma dinâmica perfeita da base rítmica com os elementos eletrônicos. Em “Amando um Alien”, a banda pega bem pesado, quase algo próximo ao trabalho de Rob Zombie, com presença extremamente forte e pesada das guitarras e efeitos eletrônicos em uma música mais seca. “Inexplicável” é outra música acessível e agradável, mais uma vez guiada muito bem pelos vocais. E fechando, “Medo de Quem Já Morreu” tem novamente uma dinâmica bem melodiosa muito bem entrosada com a parafernália eletrônica, que dão um ar extremamente grandioso à música, e reparem na versatilidade dos vocais.
Bom gosto e inovação em um único disco, que pode ser ouvido e baixado aqui, mas este merece cópia física.
Tracklist:
01. O Monstro
02. Difícil de Expressar
03. Dramática
04. Amando um Alien
05. Inexplicável
06. Medo de Quem Já Morreu
Banda:
Eddie Torres - Vocal, letras e programações
Kevyn Bühr - Guitarras
Bruno Hage - Baixo
Hari Maia – Bateria
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