Nota 6,0/10
Por Marcos Garcia
Bem, fazer Metal à moda antiga há tempos se tornou uma via para muitas bandas, pois esta invasão Old School mostra que realmente é possível existir duas correntes vivas no Metal: a das bandas que buscam inovar e a das que querem apenas fazer sua música mais focada em sonoridades já exploradas. E ambas possuem altos e baixos, já que nem sempre é possível fazer algo realmente bom e relevante. E o VIOLATOR, do Distrito Federal, mostra que tem algo a dizer com 'Scenarios of Brutality', seu novo CD após o hiato de 3 anos desde 'Annihilation Process'. Mas a gaguejada durante a pregação da banda é gritante.
A banda não inova em nada com seu Thrash Metal (o que não é explicitamente necessário), um amálgama entre as escolas alemã e americana do gênero, e usa e abusa de muitos clichês, verdade seja dita, mas ao mesmo tempo, o trabalho tem muita energia e força, coisa que é necessária a um bom disco. Os vocais são raivosos sem serem guturais, ótimo trabalho de guitarras, baixo presente e seguro na base, e a bateria é bem pesada e com boa técnica, e assim, a banda mostra sua força em momentos mais rápidos e outros mais cadenciados, que são raros, um calcanhar de Aquiles para o grupo, pois o disco é quase todo baseado em velocidade e adrenalina nas alturas. Mas existem espinhos evidentes nesta rosa, verdade seja dita...
Produzido por Andy Classen e a própria banda, e gravado no Stage One Studio na Alemanha, a gravação ficou muito boa, com cada instrumento em seu devido lugar, mas a busca pelo que era feito nos anos 80 em termos de sonoridade acaba tirando um pouco da agressividade latente do grupo, sem contar que contribui para o sentimento de "som empoeirado pelo tempo", o que eles não precisam. Poderiam ter ousado um pouquinho mais e feito algo um pouco mais moderno, e teriam resultados ótimos. Há bandas que fazem Metal Old School e usam deste artifício, e o que ouvimos realmente agrada aos ouvidos e mostra uma tentativa de dar um "refresh" à esta sonoridade já desgastada pelo tempo.
Sonoramente falando, o Thrash Metal da banda é vigoroso, mas está soando datado, clichê, e isso para uma banda extremamente profissional. Não é ruim, muito pelo contrário, mas a impressão que poderiam render mais é nítida. Sobra energia e pegada, mas falta a banda sair um pouco do "mais do mesmo", da zona de conforto, e de impor sua personalidade própria e sair da sombra de suas influências. Já passou dessa hora para eles há tempos.
O disco tem pontos altos em faixas como a forte e veloz 'Echoes of Silence' (as guitarras mostram riffs ótimos), a pesada e bem variada 'Dead to this World' (bons vocais e arranjos bem interessantes), a variada e alternada 'Waiting to Exhale' (que começa cadenciada e pesada, mas logo ganha velocidade), e 'Unstoppable Slaughter', mas como citado, o disco é muito focado em ser rápido e agressivo sempre, sem dar a si mesmos o direito de uma refrescada, o que pode ser um problema ao vivo daqui há alguns anos.
O disco é bom, mas não passa disso, com todo respeito à banda e seus fãs. Falta transforma a potencialidade da banda (que não é pequena, bem longe disso) em algo maior, sair do comodismo e realmente mostrar a que eles vieram. Talento não lhes falta, e isso podemos ter certeza.
Tracklist:
01. Echoes of Silence
02. Endless Tyrannies
03. Dead to this World
04. Respect Existence or Expect Resistance
05. Waiting to Exhale
06. Death Descends (Upon this World)
07. Colors of Hate
08. No Place for the Cross
09. Unstoppable Slaughter
Formação:
Pedro "Poney Ret" Arcanjo - Vocais e baixo
Márcio Cambito - Guitarras
Capaça - Guitarras
Batera - Bateria
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